Amor Doentio

Capítulo 30 - Fraca

Acordo com Edward acariciando meus cabelos.

Ele me abraça firmemente e seu cheiro me deixa calma e tranquila, me sinto segura.

Fico indecisa se continuo fingindo que estou dormindo ou não... Pois na verdade estou envergonhada.

Fui muito injusta com ele, agi sem pensar e exausta pelas informações.

- Você está bem? - Ele pergunta e percebo que meu disfarce de continuar dormindo morreu...

Balanço a cabeça que sim pois sou incapaz de dizer uma única palavra.

- Tem certeza? - Ele pergunta divertido erguendo as sobrancelhas.

- Desculpa... Eu não devia ter te batido. - Digo sentindo minha cara ferver.

- Ei... - Ele puxa meu queixo em sua direção para que possa encarar meu rosto. - Anne, eu mereço qualquer ação negativa que venha de você e mereço muito. Gostaria que nos déssemos bem como um casal de verdade, afinal, eu te amo de verdade. Seria a coisa mais incrível do mundo se você pudesse retribuir, porém... Seria meio que um milagre, uma benção para uma pessoa que não é digna e nem merecedora.

Eu engulo em seco. O que ele diz não é tão verdade assim... Eu e meu amor não somos uma benção, nem um milagre.

A verdade é que eu nunca me achei boa, sempre achei que não valia nem o prato que comia...

- Edward... Eu vou tentar, mas você precisa ser mais honesto comigo...

- Eu sei... Mas não posso ser tão honesto com tudo ainda, se não você vai desistir.

Meu estômago se revira com essas palavras. Isso significa que tem muito mais coisa escondida.

- E se eu desistir mesmo? O que vai fazer? - Pergunto mordendo o lábio para controlar minha ansiedade pela sua resposta.

Encaro seu rosto atentamente e quando seus olhos pousam sobre mim, há uma escuridão Sombria e perversa pairando sobre eles.

Um gelo percorre meu corpo refletindo sua reação gelada como um iceberg.

- Anne... - sua voz é grossa e intensa, me causando um latejamento entre minhas pernas. - Você provavelmente tem uma ideia...

- Por favor, me diga... Eu quero saber no que estou me enfiando.

- Você simplesmente não tem a opção de desistir. - Ele segura meu pescoço de forma possessiva erguendo meu pescoço para que possa encará-lo melhor. - Se você tentar fugir... Eu vou perseguir você até o inferno e quando eu puser minhas mãos em você, vou ser tão cruel, tão implacável que você vai desejar a sua morte... Mas você não é a Isabel, então eu não vou te matar, você vai ser obrigada a viver em um inferno comigo e acredite Anne... Tem uma fodida parte de mim que fica muito excitado com a ideia... A ideia de te fazer sofrer, de te ver chorar, indefesa, à minha merecer... Só minha... Tão minha...

- Para, Edward! - Peço assustada me levantando da cama em um sobressalto.

Rapidamente Nicolas me vem a cabeça e agora vivendo de perto esse tipo de sentimento doentio, percebo o qual perturbador é.

Porém estou confusa, pois eu não desgostei da sua resposta... Na verdade ela me acendeu como uma fogueira.

Ele não tem a pretensão de me deixar ir, ele me quer pra sempre ao lado dele...

Eu só posso estar ficando louca.

Eu me aproximo da janela tentando entender o que está acontecendo comigo.

- Anne... - Edward chega por trás de mim e sussurra em meu ouvido, tirando meu cabelo do ombro e o jogando para trás enquanto acaricia minha nuca com seus dedos gélidos. - Eu... Preciso de você. Por favor, não fique com medo de mim... Eu amo você, não te farei mal... Só por favor, não me deixe, pois aí sim não sei se consigo me controlar.

- Edward... - Digo confusa. Todo esse sentimento é tão louco e confuso... Tão doentio... - Eu...

Eu nem sei o que falar...

Edward rodeia meu corpo com seus braços fortes e sussurra no meu ouvido me causando arrepios.

- Amor... Seja minha. Se entregue pra mim de corpo e alma e nós seremos felizes. Eu vou te proteger e cuidar de você como ninguém jamais fez. Por favor... Seja minha... Por favor... Me.. Ame.

Eu estou tão cansada de tudo que descobri e da forma que descobri... Que explodi de raiva novamente. Me viro pra ele com ódio no olhar.

- Não! Eu não vou amar você, Edward! Nunca, nunca, nunca! - Levanto minha mão para acertar sua cara novamente mas ele segura minha mão no ar. Tento com a outra e ele faz o mesmo.

Então eu desabo a chorar.

Minhas pernas cedem e eu caio no chão de joelhos. Edward me acompanhar e seu olhar frio se torna solidário.

- Você já me ama, Anne. Isso que te causa mais raiva, certo? Como foi se apaixonar por um cretino mafioso, assassino, doente das piores formas possíveis e completamente louco e obsessivamente apaixonado por você.

- Não... - Soluço.

- Sim, meu amor... Você me ama tanto que está com seus sentimentos descontrolados, está uma pilha de nervos, mas também está em negação... - Seu tom é persoasivo e gelado.

- Para, Edward! Eu não quero mais te ouvir. - Tento tampar ou ouvidos mas ele segura minhas mãos e me obriga a encará-lo.

- Desde que eu te vi, senti algo diferente... Eu te quis, te desejei como nunca desejei algo antes... Foi tão intenso, diferente... Eu não pude lutar contra isso. É tudo de mais valioso que eu tenho e eu. Não. Vou. Abrir. Mão. De. Você... Nem fodendo. - Ele arregala seus olhos como um louco e sinceramente eu não consigo dizer nada pois estou com medo... Ele não é meu Edward gentil, não é aquele garotinho assustado.

Agora ele mais parece um Demônio. Seus olhos mostram sua determinação e ele não mentiu quando disse que não abrirá mão de mim, posso ver sua determinação emanando por cada poro de seu corpo.

- Edward...

- Shhh! - Diz colocando o dedo indicador em meus lábios. - Eu vou ser bom pra você, meu amor... Eu juro. Vou cuidar de você e te mimar como a princesa que você é... Só... Não tente fugir, por favor.

Sua voz é quase instável quando suplica e eu balanço a cabeça em afirmação.

Ele me abraça e me balança como se estivesse me ninando para me acalmar, ele sabe que estou bem esgotada emocionalmente e eu pareço forte... Mas não sou e ele sabe bem disso.

Ele sempre soube... Que eu sou fraca.