Capítulo 29 - Egoísmo Doentio

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Anne amolece em meus braços e eu como um estalo assumo o controle das minhas ações de novo

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Anne amolece em meus braços e eu como um estalo assumo o controle das minhas ações de novo.

Sei que ela vai desmaiar, então a envolvo antes que ela caia.

- Porra Anne. - Xingo.

Tudo isso deve ter sido demais pra ela... Até eu fiquei chocado de saber que a puta da Isabel era uma mulher e não uma criança/adolescente como pensávamos.

Isso explica como suas ações eram estranhas...

Será que Edmund sabia?

Aquele maldito... Certamente ele sabia.

Eu pego Ane em meus braços e a coloco na cama.

Fico a olhando e imaginando se devo aproveitar para falar com seu pai abertamente ou fico com ela... A olhando enquanto dorme.

Mesmo que ela esteja desacordada, suas feições mostram preocupação.

Suas sobrancelhas estão unidas e sua boca levemente retorcida pra baixo.

- Ahh... Anne... Droga! Eu quase... Quase perdi o controle com você. - Digo colocando minha mão no meu rosto onde queima pelo seu tapa.

Francamente eu nunca deixei nenhuma mulher me bater e ela já me acertou um soco e um tapa em menos de 1 semana...

Sorrio sem humor.

- Não quero machucar você, meu amor... Por favor... Me ajude a não perder o controle... Você é minha salvação, eu sei disso. Por isso não pode me deixar.

Acaricio seu rosto e seu cabelo e decido me deitar com ela a puxando para mim.

Abraço seu corpo apertado enquanto inalo seu cheiro.

- Ah... Como eu te amo...

É impressionante como me sinto perto dela, como me sinto ao assumir que a amo...

Agora eu sei como é ter esse sentimento quente em meu coração, essa necessidade de estar com quem eu amo, a preocupação é o medo...

Ah sim, o medo...

Medo de a perder, medo de ser deixado, medo de ela não poder amar um maldito como eu...

Eu matei sua irmã mais velha e não me arrependo nem um pouco disso, faria tudo de novo e muito pior. Mas devo pedir desculpas? Dizer que sinto muito?

Não... Eu não quero mentir pra ela... Omitir é uma coisa, mas mentir é outra... Eu estaria a enganando, fingindo algo que não sou.

Mas quem sou eu para querer ter alguma moral nesse momento? Eu quero que ela fique comigo mesmos sabendo que sou um maldito assassino mafioso doente mental.

Se ela se recusar, eu provavelmente a forçarei a ficar comigo de um jeito ou de outro. Então eu sou um desgraçado pobre coitado querendo algo que não mereço, mas suplico que seja meu.

Deplorável.

Tenho nojo de mim.

A abraço mais apertado buscando conforto, alento, consolo e amor...

- Eu queria... Queria merecer você... Mas eu não mereço e não tem nada que eu possa fazer para merecer. Mas mesmo assim eu sou egoísta o suficiente para ter você a qualquer custo... Porque... - Faço uma pausa controlando a chuva de emoção que me invade, não estou acostumado com isso. Isso é coisa do velho Edward. - Por que você é o meu primeiro e único amor. Eu não sou capaz de amar outra mulher que não seja você...

O rosto de Anne se suaviza e então eu paro de acariciar seus cabelos e a solto do abraço apertado que estava dando.

Me sinto ridiculamente vazio e incomodado ao deixar o quarto onde ela repousa, mas preciso tratar assuntos com seu pai.

Volto até o escritório onde ele ainda está.

- Você se importa mesmo com a sua filha? - Pergunto sério e sem paciência.

- Sr. Beaumont? Mas é claro! Eu amo minha filha... Todos esses anos longe dela... Não sabe como a procurei.

- Ah eu sei... Eu a mantive longe de você, porque sei que não me daria ela.

- Você não está errado... Eu não a entregaria pra vocês, Anne merece ser livre e feliz.

- Ela merece... E ela será. Livre e feliz ao meu lado. Eu estou apaixonado por ela.

- Como estava pela Isabel?

- Eu nunca amei aquela... - Me corto antes de concluir e respiro para me acalmar. - Isabel era doente e você deveria ter nos avisado sobre isso. Não sabe quantos problemas nos causou antes de ela sumir. Poderia facilmente assumir que fez isso propositadamente para nos destruir.

- Dio! Claro que não! - Ele diz nervoso.

- Não mesmo? Isso é o que vamos descobrir, Sr. Bellini, pois não confio em você. Apesar disso, eu me caso com sua bela filha em três dias e não tem nada que você possa fazer.

- Eu entendo. - Ele diz cabisbaixo.- É uma pena que me veja assim, tudo que fiz foi proteger minha segunda filha, mas a primeira entreguei a vocês.

- Você sabia que a porra da sua primeira filha dormiu com metade da mansão? Incluindo meu irmão? Sabia que ela nos obrigava a matar pessoas e fazer crueldades? Ela humilhava qualquer um que não parecesse útil ao seus olhos diabólicos fora a sua compulsão esquisita por ver as pessoas beberem sangue. - Despejo tudo nele de uma vez e ele se lenta abruptamente atordoado mas eu não paro. - Eu não acho que ela tenha conseguido esconder toda essa porra de você.

- Eu... E-eu... - Ele parece atordoado, mal consegue formular uma frase.

- Não vou te pressionar para confessar, eu já posso ver a verdade na sua cara.

- Não era culpa dela... Ela era doente, você não precisava tê-la matado! - Ele grita pra mim e então eu sorrio.

- Edmund te contou? - Pergunto sorrindo porque consegui o que queria muito facilmente.

- Sim. - Ele diz derrotado.

- Ele ia se juntar com você para alguma coisa né?

- Sim... Ele queria minha ajuda para se tornar o rei da máfia no seu lugar, já que ele é o mais velho.

- Por que não o ajudou?

- Minha filha... Ela gosta de você. - Ele se senta novamente e coloca a mão nas têmporas massageando o local. - Ela gosta de você e você parece estar de quatro por ela... Edmund não será tão bom pra ela quanto você, eu sei.

- Então posso contar que você é menos uma pedra fora do meu sapato. - Não perguntei, afirmei.

- Sim. Pelo bem da minha filha. Porém, você e ela estão longe de estarem seguros. O próprio perigo vem da sua família.

Eu sorrio pra ele.

- Isso eu já sei.

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