Capítulo 12 - Príncipe Doentio

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Acerto em cheio o ombro do meu querido irmão com uma lâmina que eu sempre ando no bolso

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Acerto em cheio o ombro do meu querido irmão com uma lâmina que eu sempre ando no bolso.

Sua cara de choque e raiva me deixam animado.

- Edward! - Minha mãe exclama.

Vejo a boca da Anne se abrir em um "o" e seus olhos se arregalam.

- Seu... - Meu irmão inicia uma ofensa mas para no meio do caminho fazendo uma cara de dor enquanto tira a lâmina do seu ombro.

Ele encara a lâmina e então se prepara para jogar de volta em mim.

Tão rápido que se não fosse pela minha doença eu não conseguiria acompanhar, Anne percebe a intenção dele e se levanta em um sobressalto, ela me abraça.

Porra!

Eu por reflexo acabo segurando a navalha na mão antes que acertasse suas costas.

Meu sangue pinga em suas costas manchando seu vestido e sujando todo o seu ombro.

- Já chega!! - Minha mãe grita. - Erick tire Edmund daqui por favor.

Erick quase tem que arrastar Edmund para que ele saísse. Mas como com cachorro que ele é, consegue fazer o que minha mãe pediu.

- Edward... O que deu em voc...

- Mãe, agora tenho outra prioridade.

Digo me referindo a Annelise que está me agarrando com todas as suas forças e tremendo feito Pinscher. Acho que ela está em estado de choque.

Isso é ruim, porque isso foi muito, muito leve comparado em como as coisas podem ficar.

- Anne, querida... Tudo bem, ele não te machucou. - Digo suavemente pra ela.

Estou com um braço em volta dela enquanto o outro está caído ao meu lado devido ao sangue que escorre das minhas mãos.

- Anne? - A chamo e então ela levanta sua cabeça em minha direção e parece voltar a sí.

Eu achei que ela estaria chorando, mas não está. Eu queria muito vê-la chorando... Tenho a sensação que ela fica linda chorando.

- Vamos meu bem... Vou te tirar daqui.

Ela me segue no modo automático.

Eu decido levar ela até os fundos da mansão onde ficam as vinícolas, acho que vai ajudar a acalmá-la.

A puxo pelo braço com minha mão que não está sangrando e a levo para os fundos da mansão.

Sentamos em um banquinho de frente para a paisagem das vinícolas.

- Não sei se te falei, mas temos uma vinícola aqui nos fundos

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- Não sei se te falei, mas temos uma vinícola aqui nos fundos.

- Tem muitas coisas que você não me falou.

Ela diz ácida e sua voz é trêmula.

Eu suspiro.

- Anne, eu não posso te dizer tudo de uma vez... Você não aguentaria.

- Você podia me dizer o mínimo pelo menos! - Seu tom muda de calmo para raivoso.

- O que é o mínimo?

- Bom, pra começar que seu irmão é doido e te odeia e depois que história é esse de rei? A monarquia já acabou faz tempo! Mesmo que você venha de uma linhagem de nobres, não acho que seja de um reinado monárquico que vocês estavam falando.

Touché...

Ela é esperta, qualquer esperança que eu nutria de mantê-la na inocência foram por água abaixo nesse minuto.

- Eu poderia ter avisado sobre meu irmão, mas você não teria ido tão facilmente pro jantar e teria ficado com medo. Sobre o lance de rei... Eu acho que você vai querer continuar sem saber.

- Não, Edward, eu não vou! O que é? Vocês são uma máfia francesa?

Eu engulo em seco.

Porra ela é muito esperta, que inferno.

- AI MEU DEUS! - Ela se levanta em um sobressalto. - Vocês são uma máfia mesmo? V-você é tipo um príncipe da máfia e precisa se casar para ser o rei?  Por isso está com essa história de noivado e casamento? PUTA QUE PARIU, EDWARD!

- Anne... Por favor se acalme. Eu não quero ter que te dopar de novo. - Digo ácido.

- Você só quer me usar pra ser o rei da máfia? Que porra, você sabe que eu não sou virgem né?

Solto um rosnando baixo.

É claro que eu imaginava que ela não era virgem, mas ela dizer isso só me deixa com mais raiva. Mas não com tanta raiva quando ela achar que eu só quero usá-la.

- Annelise... Em primeiro lugar, quem disse que a mulher do rei da máfia precisa ser virgem? Você anda lendo muitas histórias de ficção. Em segundo lugar, você acha mesmo que eu estou te usando? Se eu quisesse só a porra de uma esposa para ser o rei da máfia, eu pegaria qualquer vadia pra isso.

- Você é um assassino, como pode querer ser rei de uma máfia?

Levanto as sobrancelhas pra ela. E um rei mafioso não é um assassino?

Anne parece ler meus pensamentos.

Ela respira pesadamente e passa a mão nos cabelos, percebi que é uma mania de quando ela está nervosa.

- Edward eu não posso me casar com você.

- Por que não?

- Por que eu não te amo e muito menos quero ser rainha de uma máfia!

Suas palavras me atinge como um soco na boca do estômago, fica difícil respirar. Sinto vontade de chorar...

Isso me magoou.

- Você realmente acha que está na posição de escolher alguma coisa? - Digo amargurado.

- Edward, você não pode me obrigar a isso!

- Eu gostaria de não ter que te obrigar, Anne. Você é a única que eu não quero machucar.

- Por que? - Sua voz é só um sussurro.

Por que eu a amo? Não... É cedo para dizer isso ainda, não tem como eu ter certeza que a amo. Até agora, nada dentro de mim afirma isso com certeza.

Mas eu não quero machucá-la, quero protegê-la e fazê-la minha.

Como explico isso pra ela?

- Anne, eu simplesmente não quero te machucar. Ainda não entendo meus sentimentos por você, mas eu nunca quis te fazer mal, exceto quando te vi beijando aquele maldito... - Fecho os olhos pra controlar a onda de raiva. - Foi a única vez que pensei em te matar, mas foi bem rapidamente.

Ela engole em seco.

- Edward... Eu...

- Eu sei... Sinto muito por ter sido você a menina que despertou meu interesse, sinto muito por querer e te desejar como nunca o fiz com nenhuma mulher antes. - Eu respiro para me controlar. - Mas não posso dizer que me arrependo de alguma coisa.

Mais uma vez eu penso que ela vai chorar mas ela não o faz. Ao invés disso ela segue para dentro da mansão e eu a sigo de longe para ter certeza que ela chegará ao nosso quarto em segurança.

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