Durante a madrugada, Pedro andava pela floresta esperando por Isabel, naquele dia ela não apareceu e sua ausência trouxe uma tristeza, com o nascer do sol, ele partiu para a sua caverna com uma grande solidão no peito.
As notícias em relação as bruxas que andavam com as bestas espalharam-se por todo reino da Vera Cruz, com medo de que os ataques das feras voltassem a se intensificar, a população clamava por justiça e pediam uma severa punição para as infratoras.
Foi designada a guarda real que vasculhasse a floresta em busca das bestas que lá escondiam-se. Andando em pontos mais isolados, dois guardas estavam próximos da caverna de Pedro e a proximidade o fez escutar a conversa dos homens sobre as recentes notícias:
— A moça foi vista com a besta naquela área frutífera da floresta.
— Ela é bizarra, por isso morava afastada do reino para esconder sua feitiçaria.
— Eu mesmo a vi poucas vezes, como ela se chama mesmo?
— Acho que é Isabel, ela até que é bonita, acho que nunca se casou por ser uma bruxa.
— Espero que ela tenha o que merece.
— Ela vai ter, foi anunciado a sentença de morte na fogueira hoje ao meio dia.
As coisas encaixavam-se na mente de Pedro, Isabel não apareceu, pois estava presa e sentenciada a morte. Sua cabeça rodopiou ao descobrir o que estava prestes a acontecer, mesmo tendo a conhecido recentemente sentia uma forte ligação com ela, pois foi o primeiro humano que descobriu o seu verdadeiro interior.
Sob o sol escaldante do meio dia uma multidão se aglomerava numa grande praça no centro do reino, os altos gritos ecoavam "queima" várias vezes seguidas. Amarradas a um poste de madeira rodeadas de lenha seca, Isabel e sua madrinha oravam aos céus para que fossem salvas.
Com uma tocha de fogo, Gastão adentrou entre a multidão que comemorava o início da punição, aproximando-se de Isabel o homem falou rígido:
— Você vai pagar pelo que me fez. — Evidenciando o braço quebrado e então prosseguiu. — Isso foi obra de uma das suas feras lembra? Sentirá uma dor muito pior, e para que sofra ainda mais em terra queimarei sua madrinha primeiro para que a veja virar cinzas.
— Eu não devo nada. — Alterando o tom de voz, Isabel falou. — A justiça dos homens é falha, mas a divina jugará a verdade!
A afronta enfureceu Gastão e extravasando seu ódio lançou a tocha nas lenhas que rodeavam Maria das Graças, o fogo acendeu e flamejou rapidamente, tendo seu corpo queimado lentamente ela gritou em desespero perante a dor tenebrosa que percorria seu corpo. Isabel debatia-se com todas as suas forças o sofrimento de ver a sua amada madrinha agonizando parecia pior do que queimar na fogueira, sob a comemoração dos telespectadores os gritos de Isabel foram abafados e silenciados pela injustiça humana.
A multidão pedia que a segunda fogueira fosse acesa e atendendo ao pedido do povo, Gastão olhou bem para a face de Isabel, pegou uma segunda tocha e ateou fogo no amontoado de lenha, o fogo aproximava-se dos pés de Isabel e o calor fazia sua pele arder.
A multidão que gritava em comemoração passou a gritar de pavor, corriam com medo da grande fera marrom que invadiu a praça. Os guardas rapidamente agiram atirando flechas, mesmo tendo seu corpo ferido a fera continuo correndo na direção da fogueira.
O forte sol queimava os olhos de Pedro mesmo que ele os mantivesse fechado, seguindo seus sentidos, a fera saltou alto e logo alcançou Isabel, antes que pudesse a salvar foi interceptado por Gastão que mesmo debilitado empunhou uma espada para atacar o invasor. Determinado a impedir que Isabel queimasse, Pedro deu um forte golpe em seu opositor lançando-o longe, com o caminho livre retirou a prisioneira da fogueira e a colocou nos ombros, após acomoda-la saltou alto fugindo dos ataques das flechas.
DU LIEST GERADE
Feroz - A maldição da besta
KurzgeschichtenA escuridão da noite é o manto das bestas. Momento no qual os moradores do reino de Vera Cruz trancam-se em suas casas movidos pelo medo. Durante um ataque das tenebrosas criaturas, o príncipe Pedro Henrique ousou enfrenta-las e com esse ato trouxe...