Capítulo - 10

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     Escondido em sua caverna, Pedro tratava as queimaduras das pernas de Isabel, a jovem estava totalmente devastada, ver sua madrinha queimar destruiu sua alma e o ardor que sentia era mais doloroso que os ferimentos, a tamanha tristeza havia tr...

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     Escondido em sua caverna, Pedro tratava as queimaduras das pernas de Isabel, a jovem estava totalmente devastada, ver sua madrinha queimar destruiu sua alma e o ardor que sentia era mais doloroso que os ferimentos, a tamanha tristeza havia trancado sua voz e o silencio ecoava pelas paredes da caverna.

     A noite caiu trazendo nuvens negras que cobriam o luar e relâmpagos trovejavam castigando a maldade do mundo. Sob uma fina neblina, Pedro corria de volta a caverna levando consigo um belo arranjo de frutas, sem dizer nenhuma palavra simplesmente colocou o alimento próximo de Isabel que o ignorou.

     — Você pode chorar, ficar de luto, mas não esqueça que a vida continua. — Cabisbaixo, Pedro orientou. — Então coma se não passará mal.

     Mesmo diante da investida para que se alimentasse, Isabel se manteve no mesmo estado e não esboçou reação alguma desde que havia chegado naquela caverna. Ao ser esnobado por diversas vezes, Pedro entendeu que deveria dar um tempo para que ela refletisse sozinha e superasse o luto no tempo certo.

     — Eu vou fazer minha ronda noturna. — Informou Pedro!

     Sem receber nenhuma oposição, ele saiu da caverna deixando Isabel sozinha para que ela refletisse e quem sabe voltasse a viver.

     Na escuridão da noite um leve chuvisco molhava os pelos de Pedro que se escondia nas sombras do reino, com sua visão apurada enxergou ao longe uma besta sanguinária tomada pelos extintos buscando por alimento, ao arrombar uma porta, a criatura sentiu o cheiro de carne humana e atacou. Agindo rapidamente, Pedro adentrou no casebre e imobilizou a besta que diante de um opositor teve que largar sua presa, e assim a vítima que era um senhor de meia idade correu em busca de um abrigo longe da batalha.

     O combate entre feras destruiu todo o interior do casebre e abriu uma brecha na parede, local por onde as criaturas saíram e a batalha se estendeu pelas ruas do reino. Um golpe de garras atingiu o rosto de Pedro e o fez cambalear para trás, ao tentar revidar uma forte mordida atingiu seu ombro e o derrubou no chão. Por baixo do inimigo, a fera marrom parecia abatida, suas forças se esvaiam, mas ele não se entregou e arquitetou uma forma de fugir do combate, posicionou suas pernas sob o tórax de seu adversário e com suas últimas força impulsionou as patas e lançou a besta sanguinária ao alto.

     O confronto acabou com a fuga das duas criaturas, Pedro sangrava pelo ombro e no rosto, resultado dos dois golpes sofridos. Adentrando a floresta ele saltava alto e se entocou em sua caverna, assim que Isabel viu as feridas assustou-se e institivamente tentou ajudar, aproximando-se de Pedro ela o questionou:

     — O que houve?

     — Entrei num confronto com uma fera. — Para tranquilizar a situação, Pedro situou. — Mas não se preocupe eu estou bem.

     — Bem? — Olhando os ferimentos, Isabel evidenciou. — Você está sangrando!

     — Logo vai sarar. — Limpando o sangue com as garras, Pedro revelou. — As feras tem uma alta regeneração, se não fosse isso certamente eu já estaria morto.

     As feridas pararam de sangrar rapidamente e cicatrizaram, incrédula com a regeneração, Isabel ainda se preocupava com as atividades que causava tantos danos a ponto de ferir um ser tão resistente.

     — O que você faz quando sai à noite? — Demostrando receio, Isabel exigiu respostas. — Por que chegou ferido?

     — Eu enfrento outras bestas. — Detalhando suas ações, Pedro contou. — Impeço que ataquem o povo do reino.

     — Você salva as pessoas lutando contra as feras? — Vagando em sua memória, Isabel relembrou. — Acho que você já me salvou três vezes, da fogueira, do Gastão e há um tempo atrás uma fera invadiu a minha choupana e de repente uma outra fera interviu no ataque, até hoje não entendi o que havia acontecido, mas agora as coisas se encaixam.

     — Eu já salvei muitas pessoas. — Lembrando vagamente da situação, Pedro relatou. — Me ferir diversas vezes pelo povo do reino.

     A discussão em relação a carreira heroica de Pedro estendeu-se por um longo momento, suas histórias de confrontos eram instigantes e prenderam a atenção de Isabel que as ouvia atentamente, os longos relatos a incitou a perguntar:

     — Mas por que você se arrisca pelas pessoas desse reino? — Lembrando das barbaridades que povo gritava enquanto sua madrinha queimava, Isabel justificou o questionamento. — Eles não merecem um herói!

     Pensando sobre como responder, Pedro lembrou de seu passado quando ainda era humano, mesmo que as pessoas o repudiassem pela sua atual situação o que era em parte compreensível, ele tinha dado sua palavra a seu pai e o honraria seguindo essa doutrina eternamente, com as memorias vividas do que um dia já foi ele contou:

     — Eu jurei proteger esse povo, eu era um cavalheiro de Vera Cruz. Após uma breve pausa, Pedro finalizou. — Príncipe e futuro rei, Pedro Henrique de Alcântara. 

Feroz - A maldição da bestaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora