Capitulo - 01

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     Com o pôr do sol as ruas do reino da Vera Cruz ficavam vazias, a noite trazia as trevas o manto das bestas, sob a luz do luar criaturas devoradoras de humanos rondavam os arredores do reino obrigando os moradores a esconderem-se em suas casas

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     Com o pôr do sol as ruas do reino da Vera Cruz ficavam vazias, a noite trazia as trevas o manto das bestas, sob a luz do luar criaturas devoradoras de humanos rondavam os arredores do reino obrigando os moradores a esconderem-se em suas casas.

     Em meio a escuridão, olhos famintos buscavam saciar sua fome, passos sorrateiros e uma visão chamou-lhe atenção, um belo castelo de três masmorras, tal construção era o lar da família real. Com sua visão apurada a besta detectou a presença de guardas, com os rumores sobre os monstros devoradores a realeza havia aumentado a segurança em volta do castelo.

     Um alto bramido, e a cabeça de um dos guardas rolou pelo chão, a besta atacou ferozmente destroçando tudo que via pela frente. Os guardas revidaram com suas espadas, mas não conseguiam efetivar nenhum golpe diante da agilidade da fera que os devorou um a um.

     Uma fome insaciável, a besta adentrou o castelo ao derrubar os imensos portões com sua força brutal, suas narinas sentiam o cheiro de uma carne deliciosa, o sabor real. O barulho despertou o rei Pedro II de seu sono, com dificuldade devido ao excesso de peso, ele se levantou para verificar a procedência, sua face ficou pálida ao encarar a besta, sangue escorreu de seu nariz enquanto suas entranhas eram mastigadas pela fera.

     A rainha Maria III ficou assustada com falta de seu marido na cama, ouviu um barulho que a trouxe até o corredor, local onde a besta mastigava o rei, o susto veio seguido por um alto grito. Amedrontada, ela correu cambaleando e escondeu-se embaixo da cama, enquanto tremia de medo sentiu um toque em seus pés e um forte arrastar, a besta a tirou do esconderijo e abocanhou suas costas dilacerando todo seu corpo.

     A vida parecia ter chegado ao fim e em sua última visão, a rainha enxergou Pedro Henrique, seu filho apareceu instantaneamente na porta do seu quarto, balbuciando suas últimas palavras, ela sussurrou "fuja". Desobedecendo a mãe, Pedro Henrique empunhou sua espada e partiu para o confronto, a besta armou o ataque e deu um salto em direção a sua presa, o príncipe agilmente correu para a outra extremidade do quarto escapando do bote, em frente a grande janela a movimentação exterior chamou-lhe a atenção e planos eram arquitetados em sua mente.

     Com a derrota dos guardas reais houve uma nova convocação, tropas rodearam o perímetro e em formação de ataque e um grupo invadiu o castelo, lutariam contra a besta e dariam sua vida em prol da família real. O barulho vindo do exterior transtornou a besta e causou um ataque de fúria, suas garras feriram o peito do príncipe, o cheiro do sangue atraiu a fera que a abocanhou o ombro do jovem.

     Tentando afastar-se e fugir, Pedro ficou pressionado contra a janela, a besta continuava com mandíbula presa em seu ombro, era uma situação delicada e a probabilidade de escapar com vida era baixíssima. Os guardas notaram a movimentação pela janela e preocupados diante da situação gritaram para que o grupo de resgate se apressasse, o barulho deixou a ferra indomável e seus dentes destroçavam os ossos do ombro do príncipe que ainda resistia em fugir, buscando uma brecha para atacar, ele usou sua mão livre para segurar a espada e perfurar o pescoço da besta.

     Com o pescoço ferido e sangrando, a besta forçou seus dentes com mais rigor, o impacto fez a janela ceder e Pedro que estava encostado caiu junto com a estrutura, a queda quebrou vários ossos de seu corpo e parecia ser o fim de sua vida. A fera diante de tantos guardas foi severamente atacada por flechas sendo forçada a desistir de sua presa, a besta optou por fugir dali.

     Alarmados com a queda do membro real, os guardas urgentemente imobilizam e levam-no para o curandeiro do reino, em grave estado de saúde o tratamento foi iniciado sem muitas esperanças de que o príncipe fosse sair com vida.

     O castelo foi totalmente tomado pela guarda real, a confirmação da morte do rei Pedro II e da rainha Maria III espalhou-se, e no dia seguinte o reino da Vera Cruz amanheceu de luto, era comum encontrar rostos tristes pelas ruas, as pessoas comentavam sobre o fato e ligavam ao medo que sentiam das bestas e o futuro do reino caso o príncipe não sobrevivesse.

     Diante do ocorrido, autoridades tomaram as devidas providencias e o reino estava sob o comando temporário de João de Alcântara o irmão mais novo do rei e o segundo na linhagem de sucessão, elegantemente desceu da carruagem e cumprimentou os guardas na porta da casa de cura, adentrou e dirigiu-se ao quarto onde o príncipe estava internado. O estado moribundo do sobrinho parecia causar alegria, João queria o poder e para conseguir isso era capaz de desejar a morte de Pedro e então o amaldiçoou.

     O espanto, os olhos de João arregalam-se diante da cicatrização das feridas, como magica os ferimentos de seu sobrinho se regenerava, o corpo do príncipe começou a se modicar, aumentou de tamanho e estrutura, sua pele clara foi coberta por pelos, seus cabelos castanhos formaram uma grande juba marrom, de sua boca cresceram presas, a ao final sua aparecia era bestial.

     Após a transformação, Pedro abriu os olhos causando um ataque de pânico em seu tio e aos trancos, João corria ao enunciar desesperadamente a presença de uma besta. O tormento fez todos abandonarem a casa de cura.

     Ao restabelecer a ordem, guardas invadiram a casa e não notaram a presença de besta alguma no local, e por fim denunciaram o desaparecimento do príncipe. A sociedade trancou-se totalmente em suas casas, antes só ao anoitecer agora o pânico estava presente também durante o dia.

     O sol queimava seus olhos e para proteger-se da luz uma caverna no meio da floresta tornou-se seu lar, com a chegada da noite vinha a liberdade, e frente a um lago o reflexo mostrava uma besta.

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Feroz - A maldição da bestaOnde histórias criam vida. Descubra agora