Capítulo - 12

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     Costurando longos retalhos de pano, Isabel parecia cansada, mas continuava a fatídica tarefa de passar a agulha de um lado a outro do pano, enquanto observava a jovem em seus afazeres, Pedro perguntou:

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     Costurando longos retalhos de pano, Isabel parecia cansada, mas continuava a fatídica tarefa de passar a agulha de um lado a outro do pano, enquanto observava a jovem em seus afazeres, Pedro perguntou:

     — Para que exatamente está costurando isso?

     — Calma que já irei mostrar.

     Dando os últimos retoques no pano, Isabel levantou-se da posição desconfortável, ajustou a coluna e em seguida agitou o pano no ar e o virou do avesso. Invadindo o espaço de Pedro, ela ajustava uma imensa túnica marrom que o cobria, satisfeita com o resultado ela sorriu ao falar:

     — Os meus lençóis ficaram bem como uma capa. — Puxando o pano de um lado a outro, ela comentou. — Assim ninguém irá te reconhecer como uma fera.

     — Mas olha o meu tamanho em relação a uma pessoa normal! — Pedro ressaltou o detalhe.

     — Vamos escolher estradas desertas e se possível andaremos pela mata.

     Depois de contar o plano, Isabel deu um sorriso e pegou a outra túnica que havia feito, cobrindo-se da cabeça aos pés com a vestimenta, ela contou:

     — Também preciso me esconder, pois sou uma fugitiva. — Cobrindo metade do rosto evidenciando apenas seus olhos negros, ela questionou: — Acha possível me reconhecer assim?

     Pedro apenas riu de um modo estranho ao mostrar as presas, o entusiasmo que Isabel exalava em relação a viagem o contagiava e a pequena esperança que vivia em seu peito crescia e o fazia acreditar ser possível desfazer a maldição.

     Depois de organizar alguns suprimentos num cofo em formato de mochila, a lua ascendeu no céu despontando o início de uma jornada. Antes de sair da caverna, Pedro observou o interior por algum tempo, sentiria falta de seu aconchegante lar, depois da despedida veio a longa caminhada.

     Atravessaram toda a floresta, e madrugada a dentro mantinham-se firmes no propósito de atravessar o país. Fazendo pequenas pausas para descansar e se alimentar, Isabel devorava os mantimentos que trouxe enquanto tirava os calçados para aliviar os calos.

     Com o nascer do sol no dia seguinte, os viajantes procuraram abrigo em uma mata sombria e distante da civilização, dormiram bastante para recuperar as forças e esperavam a noite cair para mais uma longa caminhada.

     Enquanto atravessavam cidades e vilarejo, eles se precaviam para não chamar atenção alguma e seguiam a jornada em busca de rotas mais discretas.

     A cada noite a caminhada parecia interminável, há quase um mês nessa luta o desgaste de Isabel era visível e despertava a preocupação de Pedro.

     — Você acha que aguentará atravessar o país, parece muito cansada.

     — Estou fraquejando? — Encarando os olhos bestiais de Pedro, Isabel afirmou. — Eu irei conseguir, decidi que o ajudaria a quebrar essa maldição e aqui estou.

     As fortes palavras reacenderam o ânimo dos viajantes que apressaram os passos na esperança de alcançar o objetivo proposto.

     Depois de cinco meses de viagem a fronteira do país estava próxima, o sonho parecia alcançável. Ao observar o luar, eles sorriam com tamanha beleza, mostrando seu conhecimento em astronomia, Pedro enfatizou:

     — Logo será lua cheia, espero que consigamos alcançar a colina na fase certa.

     No sexto mês atravessaram o limite do país e na região sombria a colina era famosa por atrair diversas pessoas de todo o mundo, se tornando um lugar perigoso pela grande diversidade de pessoas que por lá passavam. Arrastando sua túnica aos trapos, Pedro ao longe avistou uma imensa colina rodeada de neblina, ao apontar o local comemorou:

     — Enfim chegamos, essa longa jornada foi difícil, mas alcançamos. — Com um brilho de emoção do olhar, Pedro continuou. — Eu devo isso a você Isabel, me motivou a buscar uma cura.

     Sob a sombra da colina que mirava o luar, Isabel sorriu ao se aconchegar no abraço de Pedro, a emoção da conquista despertou sentimentos que os unia a um proposito.

Feroz - A maldição da bestaWhere stories live. Discover now