A escuridão da noite é o manto das bestas. Momento no qual os moradores do reino de Vera Cruz trancam-se em suas casas movidos pelo medo.
Durante um ataque das tenebrosas criaturas, o príncipe Pedro Henrique ousou enfrenta-las e com esse ato trouxe...
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Os rumores de uma besta vivendo na floresta despertou o interesse da guarda real em realizar uma missão na localidade. Liderando uma tropa, Gastão montava seu cavalo entre as imensas arvores da floresta, enquanto uma equipe de seis homens o seguia, a vasta caçada fracassou e com o insucesso inicial, uma sugestão:
— Essa é uma área muito grande para vasculharmos pontualmente, teremos que nos dividir. — Com um apito na mão, Gastão falou. — Caso tenham alguma emergência basta sinalizar!
Com o puxar das rédeas, o cavalo acelerou, Gastão agora encontrava-se numa área remota da floresta. Com a sua chegada os pássaros voaram, e ao ouvir um barulho vinha dos arbustos, ele se atentou diante do som suspeito, assim que sacou sua espada o susto inicial passou, pois ele reconheceu de quem se tratava e então gritou:
— Isabel!
— Você espantou meu jantar! — Isabel saiu de um arbusto com seu arco e flecha em mãos.
— Pouco me interessa, espero que morra de fome! — Gastão exalou seu rancor, com um tom grosseiro ordenou. — Vá para casa, há uma besta nessa floresta.
— Estou vendo!
— Como é? — Enfurecido, Gastão desceu do cavalo gritando. — Acha que eu estou brincando? Respeite a minha autoridade!
A afronta o deixou exaltado, todas as magoas guardadas foram expostas, Gastão caminhava na direção da jovem. Com medo de que ele fizesse algum mal, Isabel mirou sua flecha e ordenou:
— Não se aproxime!
— Ou o que? — Gastão debochou. — Vai atirar em um guarda real? Eu sou a lei!
Insistindo em chegar cada vez mais perto, Gastão não temia a ameaça, pois sabia que tinha poder perante a uma simples plebeia. Tendo seu aviso violado, não restou outra opção, e para se defender, Isabel atirou sua flecha, o guarda tentou desviar, mas mesmo assim seu obro foi atingido e diante da dor soltou um gemido.
— Você está louca? Agora saberá do que sou capaz!
Retirando a flecha de sua pele, Gastão acelerou e correu para pegar Isabel, que tentou distancia-se adentrando a floresta. Competindo contra um guarda treinado, a jovem não tinha grandes chances de fugir, mas mesmo assim tentava escapar, um galho lançado por Gastão atingiu as pernas de Isabel derrubando-a num amontoado de folhas.
Um forte aperto impediu que seu grito saísse, a mão de Gastão tapava a boca dela, segurando-a firme o guarda a arrastou. Pressionada num tronco de arvore, Isabel sentia toques invasivos, o medo tirava suas forças e sua inocência derramava lagrimas.
Por ter sido recusado pela jovem, Gastão sentia ódio, ele tentou buscar seu objetivo pelo amor, mas fracassou, e agora somente pela dor conseguiria o que almejava. Rasgando a blusa de Isabel, Gastão queria saciar-se ao beija-la. Com a mesma força que praticava, Gastão foi subitamente agarrado e retirado de cima da jovem, uma besta o pegou, o toque peludo do animal causava-lhe aflição a mesma que ele praticava, o mal que ele estava causando agora sentia na própria pele. Arremessado ao longe, Gastão sentia seu corpo tremer e desmaiou.
Com a imensa besta marrom a sua frente, Isabel não teve reação alguma o medo a paralisou, seus olhos cruzaram com os do animal enraivecido e por alguns segundos a encarou, foi como num piscar de olhos e a fera havia desaparecido.
Depois de limpar suas lagrimas, Isabel se recompôs e arrumou sua blusa, sua cabeça estava perturbada e num surto, ela passou a correr desordenada, seu único objetivo era sumir dali. Quando o cansaço a abateu, seu destino foi a velha choupana, ao entrar em casa, sua madrinha logo notou que havia acontecido algo e então questionou:
— Você está bem?
Não houve resposta, Isabel apenas adentou em seu quarto e trancou-se na escuridão, a dor e o medo era tudo o que ela conseguia sentir, um trauma.