Capítulo 8

11.8K 1.6K 322
                                    


FELIPE

Ela já estava bêbada, isso era mais do que nítido.

E eu não precisava dizer isso pelo desmaio que aconteceu em meus braços, não. Sua voz enrolada e as coisas que dizia já denunciavam seu estado.

Eu nunca havia visto Amanda bêbada, em toda minha vida. Ela era muito contida nessas situações. Talvez o acontecimento dos últimos tempos a tenha deixado mais tensa.

E o que era aquilo de língua de ouro? Ela tinha falado aquilo mesmo ou eu tinha entendido errado? Tinha a questão do dom também. Ela havia dito que Gabi que tinha falado. A não ser que...

Claro, Gabi dando com a língua nos dentes. Mas elas estavam mesmo falando de sexo?

Bom, assunto para se pensar outra hora.

— Bom, Felipe, vamos levá-las para casa, pegaremos um táxi só para não a deixarmos sozinhas, e voltamos. Você cuida dela? — Douglas falou, apontando para Amanda.

— Claro, pode deixar que daquela ali eu sei como cuidar. Obrigada por levar as meninas.

— De boa.

Levei meus amigos até a porta assim que o táxi chegou, despedindo-me deles e voltei para o jardim.

Amanda começava a despertar ainda muito grogue, aparentemente.

— Shrek, vem cá... — ela me chamava com a língua toda embolada.

Caminhei até ela, sentando-me na beirada da espreguiçadeira que ela ocupava.

— Oi, Fiona.

Passei os dedos pelos cabelos que lhe caíam na testa, levando-os para trás da orelha.

— Me conta essa história dessa língua aí. — Ela levou o dedo indicador à minha boca, passando entre meus lábios, como geralmente fazem com crianças.

— Nada disso, mocinha, você está chapadona. Está na hora de dormir.

— Chapadona — Amanda repetiu a palavra, achando graça dela.

— Isso aí, chapada. Agora vamos que eu vou te levar para a cama.

Levantei-me passando um braço por suas costas e outro por suas coxas, sustentando-a em meus braços.

— Hum... vai me levar para a cama. Gosto disso. Mas vamos com calma. Não tivemos nem as preliminares ainda — Ela dizia isso com a língua enrolada, enquanto encostava a cabeça no meu peito para se apoiar e ria solta.

Quanto foi que essa mulher bebeu?

— Quanto você bebeu, Amanda? — perguntei um pouco mais sério.

— Eu não bebi nada... — Ela levantou os olhos para os meus, esperando alguns segundos, parecendo pensar em algo. Mas quando voltou a falar, percebi que não era nada. — Ei, meu copo está na cadeira, deixa eu pegar.

Ela esticava o braço como se fosse possível alcançá-lo dali da altura do meu colo.

— Nada mais de bebidas hoje. Você já vai ter uma ressaca horrível amanhã.

Comecei a caminhar com ela nos meus braços para dentro da casa, subindo as escadas para o segundo andar.

Amanda era mais baixa que eu, magrinha, não pesava quase nada. Era quase como pegar uma criança nos braços e aconchegá-la.

— Ei, Fê, você é um cavalheiro, sabia? — ela disse enlaçando as duas mãos em volta do meu pescoço.

— Já me disseram isso algumas vezes.

Uma Proposta Entre AmigosWhere stories live. Discover now