Capítulo 15

11.8K 1.5K 295
                                    


FELIPE

Eu estava mais pensativo do que tudo naquele momento. Havia tido uma conversa minutos antes com Douglas, que me deixou naquele estado.

Aparentemente meu primo estava apaixonado, e viera me contar como se sentia em relação a isso e pedir conselhos. Que ironia, em quê eu poderia aconselhá-lo?

Mas tentei tirar o máximo de conhecimento que eu poderia ter para lhe dizer o que eu achava de tudo aquilo. E afinal, quando uma possibilidade de amor verdadeiro vem, não se pode desperdiçar.

E era esse pensamento que nebulava minha mente naquele momento.

Eu amava uma pessoa, isso era certo, mas neste quesito estavam envolvidas várias questões, como, por exemplo, ela ser minha melhor amiga.

Mas ainda assim, eu não saberia dizer se o que eu sentia por ela era o amor de um homem e mulher, já que ela sempre foi a minha melhor amiga. Porém esse sentimento tenho certeza que nunca senti por mais ninguém.

E o beijo que demos? Nunca tinha sido daquele jeito, intenso. Eu estava completamente perdido em pensamentos, sentimentos, desejos.

Um conflito se instalava dentro de mim, com a vontade de conceber a proposta de Amanda com o medo de acabar perdendo o controle. O do meu coração, da nossa amizade, de tudo.

Como um time perfeito para me tirar daquela sofrência interna, minha campainha tocou, fazendo-me sobressaltar quando fui pego de surpresa, já que não esperava por ninguém.

E como se fosse um sinal dos céus, Amanda estava na minha porta, esperando sua passagem ser liberada.

Mas algo em seu rosto me deixou um pouco apreensivo, sua testa vincada, a falta de um sorriso.

E não deu outra, assim que o portão foi destrancado, ela entrou e eu fui esperá-la na porta. Amanda veio marchando, pisando fundo e segurando uma bolsa grande pela alça.

Esperei que ela chegasse mais perto para que a cumprimentasse, mas ela fez o contrário. Assim que estava perto o suficiente ela levantou a bolsa para os ombros e desferiu um golpe em mim com ela.

O que tinha dentro daquilo? Ela colocou tijolos para me ferir?

— Seu cara de pau, como teve coragem de fazer isso com uma mulher? Hein? — Outro golpe. — Não pensa com a cabeça de cima não?

O que ela estava falando?

Eu só conseguia me encolher enquanto ela desferia aquela arma violenta contra o meu corpo. Em todas as direções, braços, costas, barriga.

Eu estava mesmo levando uma bela de uma surra.

E ela era linda quando estava tão nervosa daquele jeito.

Tudo bem que eu ainda não sabia o motivo daquilo tudo. Mas a determinação dela enquanto me batia, era admirável. Sua força e garra.

Arrumei a minha posição enquanto ela respirava, mas quando se preparou para mais um golpe, segurei seu braço que segurava a bolsa, fazendo com que parasse a centímetros da minha costela.

Nossos olhos se encontraram e eu a encarei. Aqueles meros segundos de uma intensa conexão e sintonia. Eu vi o mesmo brilho que havia visto no rosto de Douglas enquanto falava de seus sentimentos.

Será que meus olhos brilhavam daquele jeito também?

Será que Amanda conseguiria enxergar esse brilho?

E será que ela sentia algo a mais por mim? Ou era apenas o brilho de uma amizade? – que aparentemente não duraria muito se ela continuasse me batendo daquele jeito.

Uma Proposta Entre AmigosOnde histórias criam vida. Descubra agora