Capítulo 17

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AMANDA

Eu estava naquele estado entre quase acordada, mas ainda dormindo, quando a batida na porta me despertou de vez.

Abri os olhos ainda meio sonolenta e preguiçosa, esticando-me na cama e autorizei a entrada de Felipe.

E lá estava ele com uma bandeja nas mãos, empurrando a porta com o corpo e um sorriso no rosto, o que fez com que um também se abrisse em meus lábios.

— Bom dia, como você passou a noite?

Ele colocou a bandeja de lado na cama e sentou-se ao meu lado.

— Muito bem, obrigada. E isso tudo é para mim? Café da manhã na cama?

— Na verdade, é para a gente, já que eu ainda não comi nada.

Sobre a bandeja tinha algumas torradas, um copo com suco, uma xícara de café, geleias e queijo.

— Adorei a ideia. Mas assim eu vou ficar mal-acostumada — brinquei enquanto pegava uma torrada e passava geleia.

— Bom, é o acordo que fizemos, depois você vai ter que desacostumar.

Pensar nisso fez algo se revirar no meu estômago assim que dei uma mordida na torrada. Depois disso tudo... o que será que aconteceria depois? Eu não seria mais virgem e Felipe continuaria sendo o meu melhor amigo como sempre? Pelo menos era isso que ele queria aparentemente.

Um final de semana, foi o que combinamos, depois disso voltaríamos ao que era antes, e ele seria apenas o meu melhor amigo.

Mas era isso que eu queria desde o começo, não era? Um dia para perder a virgindade e nada mais. Nada de compromissos e relacionamentos.

Espantei os pensamentos que poderiam me assombrar e foquei na comida, que era sempre o melhor a fazer, e na conversa que Felipe desenrolava.

— Está um dia perfeito. O sol está estralando. Vamos pegar uma piscina?

Ele parecia realmente animado, e eu poderia embarcar na animação dele ou ficar remoendo minhas decisões, e a primeira opção me parecia muito mais atraente.

— Claro. O final de semana é por sua conta.

Ele abriu um sorriso de canto, aquele mesmo que eu achei tão sexy no dia anterior e novamente meu estômago se revirou, mas desta vez em uma sensação boa, com uma expectativa gostosa do que está por vir.

Depois de comermos, ele desceu com a bandeja e eu me troquei, colocando o biquíni que estava na mochila.

Depois de me arrumar, desci para o primeiro andar da casa. Estava um pouco perdida ainda, já que não havia explorado a casa no dia anterior, mas um barulho de alguém caindo na água me deu uma direção e segui para o fundo da casa, passando por uma porta que estava entreaberta e me deparando com Felipe chegando a uma das bordas da piscina a nado.

Aproximei-me devagar, colocando-me sentada com os pés na água e observando-o emergir. Ele subiu, levando as mãos pelos cabelos e depois passando no rosto, tirando o excesso de água.

Assim que ele me viu, nadou até onde eu estava e se apoiou com os braços cruzados na borda.

— Não vai entrar?

— Assim que eu tomar coragem.

Abri um sorriso para ela, tampando os olhos do sol que começava a esquentar cada vez mais.

— Acho bom você passar protetor, tem alguns ali — ele apontou para a espreguiçadeira.

— Me ajuda? — pedi com um sorriso bobo.

Estava apelando? Talvez. Mas precisava mesmo de ajuda. Afinal, quem passaria protetor nas minhas costas?

Felipe se levantou, colocando o peso sobre os braços e impulsionando o corpo para sair da piscina, e me seguiu até onde estavam os produtos.

Sentamos, com ele atrás de mim e começou a passar o protetor nas minhas costas com uma leve massagem.

— Sabe — comecei a falar — eu achei que você faria de tudo para que eu desistisse da minha decisão. Com esse fim de semana que você me pediu.

Fez alguns segundos de silêncio até que ele começasse a falar.

— Eu não ia aceitar. Não mesmo. Mas eu comecei a pensar em tudo isso. — Mais silêncio. — Enfim, eu decidi que já que você quer, vou mostrar como tem que ser tratada. Não aceite nada menos do que dias assim, tratamentos assim, você tem que ser uma das prioridades de quem quer que você escolha.

Abaixei a cabeça ao escutar aquilo. Eu sabia o que merecia, sabia do meu valor e prezava por ele, mas saber que ele também se preocupava com isso era algo... que me animava e ao mesmo tempo preocupava.

Era elevar as qualidades e expectativas que eu colocaria em alguém. E pessoa nenhuma tinha culpa por não ser ele.

Assim que ele parou de mexer nas minhas costas, virei-me para ele, ficando de frente. O silêncio estava estabelecido entre nós, apenas nossos olhos se comunicavam.

Os meus passavam por toda a extensão de seu rosto, reparando em cada pequeno detalhe que eu antes não havia notado, como a fina barba que já despontava, os olhos cinza que quase chegavam a prata, o maxilar marcado, o pescoço grosso, voltando a olhar sua boca e seus olhos, que estavam focados na minha própria boca.

Ver o desejo em seu rosto deixava a minha vaidade nas alturas e a luxúria quase tomava conta de todo o meu corpo. E foi praticamente o que aconteceu. Sem deixar muito tempo para pensamentos, segurei seu rosto com as duas mãos e aproximei nossos lábios.

O beijo já iniciou intenso, forte e cheio de desejo.

Felipe segurou meu quadril, levando-me mais para perto de si, enquanto nossas bocas dançavam em um ritmo acelerado.

— Amanda, não podemos... — ele falou ofegante, assim que se afastou de mim, sem me encarar.

Puxei o ar para meus pulmões, recuperando e tentando associar o que ele estava falando.

— Podemos. Um final de semana, não foi? — falei por fim, olhando para ele e esperando que levantasse a cabeça para me encarar.

Ele me olhou imediatamente, com uma expressão indecifrável nos olhos. Não saberia dizer se ele estava com medo, receoso, assustado, ou até mesmo feliz, mas me abriu um sorriso.

— Temos uma semana.

Sem dizer mais nada, Felipe passou o braço pela minha cintura, puxando-me até que parei sentada em seu colo, a outra mão ele levou para a lateral da minha cabeça, emaranhando os dedos pelo meu cabelo logo atrás da orelha e me puxou para si.

Desta vez o beijo foi mais lento, calmo, como se cada um degustasse o gosto do outro, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para aproveitarmos.

E o resto da tarde foi assim, com beijos lentos e gostosos ao redor da piscina.

Quando uma sensação de que o que fazíamos era errado, Felipe afastava com seus toques leves e delicados.

Uma Proposta Entre AmigosWhere stories live. Discover now