Capítulo 20

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AMANDA

Eu me lembrava de poucas coisas naquele momento, apenas de ter esperado por Felipe a tarde toda, achar um livro na biblioteca e provavelmente pegar no sono no sofá da sala.

Não sabia como tinha ido parar em uma cama, ou pelo menos não conseguia me lembrar naquele momento.

Remexi sobre o colchão macio, ainda de olhos fechados, e senti algo bater em minhas costas, duro, que me fez dar um leve pulo de susto.

Abri os olhos finalmente, deparando-me com uma bandeja de café da manhã sobre a cama, toda decorada, como a que Felipe havia feito para nós no primeiro dia em que estávamos ali. Olhei ao redor, passando os olhos pelo quarto e dando-me conta de que não estava no meu, mas sim no quarto de Felipe.

Será que tínhamos transado no dia anterior e eu não me lembrava de nada? Isso seria possível?

Eu me recusaria a acreditar nisso.

Sentei-me sobre a cama, passei as mãos pelo rosto e levei o cabelo para trás quando ouvi uma voz enquanto ainda estava de olhos fechados.

— Finalmente a bela adormecida acordou.

Não respondi nada, apenas me levantei na velocidade da luz e comecei a socar a cara daquele filho de uma mãe.

— Como. Você. Teve. Coragem. De. Me. Deixar. Sozinha? — Cada palavra era um soco em seu peito.

Claro que com o tamanho de Felipe e seus músculos todos, que aliás, estavam à mostra, já que aparentemente ele estava saindo de um banho, enrolado apenas por uma toalha na cintura, meus socos não fariam nem cócegas nele.

Na verdade, ele estava todo molhado ainda, mas isso não era o que eu tinha que focar no momento, então continuei minha sessão de espancamento até que ele segurou meus braços contra o próprio peito, impedindo-me de prosseguir.

— Ei, deixa eu me explicar antes de apanhar? Posso pelo menos defender meu lado?

Ele falava muito próximo ao meu rosto, próximo demais para quem queria bater nele, que chegava a misturar esse sentimento com a vontade de beijá-lo. O que seria perfeitamente justificável com ele tão colado a mim.

— Se não for uma explicação muito boa, nem se dê ao trabalho — disse, mas desta vez sem gritar, foi mais como um sussurro escapando da minha garganta.

— Eu saí ontem, porque percebi que não havia planejado nada de especial para você. Já deu uma olhada em volta do quarto?

Quando ele fez isso, passou os olhos por todo o espaço, e eu o acompanhei, prestando atenção pela primeira vez desde quando acordei aos detalhes.

O chão estava cheio de pétalas de rosa, vermelhas e brancas, havia algumas velas aromatizantes acesas em um canto do quarto, que estava todo iluminado pela claridade natural que invadia pela janela que estava aberta. Havia também um buquê sobre uma estante ao lado da porta, alguns chocolates e mais comidas.

— O final de semana acabou, Amanda. Segunda feira, dia de pagar o que eu te prometi. E você não merecia apenas uma noite, ou manhã, como você já me falou que gostaria que acontecesse, você merece muito mais, tem que ser muito especial, e eu não poderia fazer o mínimo para isso. Claro que ainda não està à altura do que você tem que ter, mas foi o que eu consegui em um domingo a tarde.

— Você... fez isso tudo para mim? — perguntei em um fio de voz.

— Para você e por você.

Estava tudo muito mágico, como uma cena de filme, era ainda melhor do que eu havia imaginado para um momento como aquele. Tinha romantismo, sensualidade, delicadeza e cuidado. As pétalas davam um toque em tudo. As cores vermelho e branco era uma combinação perfeita.

Uma Proposta Entre AmigosWhere stories live. Discover now