Capítulo 14

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AMANDA

Eu estava anestesiada. Não sentia minhas mãos, tinha o toque leve e macio da pele do pescoço de Felipe, mas ainda assim era como se eu tocasse em nuvens. Uma sensação boa, mas que parecia irreal.

Assim que Felipe me ergueu do chão, um gemido reprimido escapou dos meus lábios.

Estava tudo indo muito bem para que eu começasse a curtir antes do tempo.

Com o barulho que fiz, pareceu que Felipe despertara para o que estávamos fazendo. Rapidamente ele se afastou, mas manteve seu braço apertado em minha cintura, nossos corpos colados e eu ainda com os pés flutuando sobre o chão.

Ele me encarou por alguns instantes, olhos nos olhos, estávamos com a respiração acelerada, ofegantes pelo beijo que havíamos acabado de nos proporcionar.

Notei quando sua atenção caiu sobre minha boca novamente, e eu jurei que ele iria me soltar, nos afastar, mas Felipe fez exatamente o contrário, agarrando novamente a minha boca com a sua. Dessa vez não foi nada sutil, foi veloz, devastador, sensual.

Ele nos girou, encostando-me no balcão, mas ainda não me soltou, apenas me apoiou e continuou com uma de suas mãos grandes acompanhando o movimento da minha cabeça, enquanto eu sentia a outra apertar cada vez mais minha cintura.

Se antes eu não sentia nada, desta vez eu sentia tudo. Era como se meus sentidos estivessem sido aguçados. A textura do cabelo dele contra minhas mãos, que dançavam em sua cabeça em desespero, sua língua que tentava acompanhar o ritmo de nossos corpos, sua mão conta minhas costas, apertando-me e sentindo-me. Meu coração errando batidas dentro do peito. Minha cabeça girando em trezentos e sessenta graus por segundo.

Desta vez foi da garganta de Felipe que o grunhido veio, parecendo completamente involuntário. O que resultou no que eu acreditei que aconteceria de início.

Felipe se afastou subitamente, colocando-me no chão.

Ele voltou os olhos para o chão, passando a mão sobre o rosto, como se estivesse arrependido do que havia feito.

Eu ainda estava em estado de êxtase, sem saber o que falar, o que fazer. Mas isso logo passou quando ele levantou os olhos em minha direção e eu vi em seu rosto o arrependimento. A culpa.

Felipe levou uma das mãos à cintura e a outra à nuca, ainda me observando sem dizer nada. Eu estava parada na sua frente, recuperando a respiração depois do que havia acontecido comigo ali.

— Amanda, me desculpa. Foi um ato impensado. Não devia ter feito isso com você.

Encarei-o sem acreditar no que dizia.

— Felipe. — Dei um passo à frente, e ele recuou.

— Amanda — ele me interrompeu — o que fizemos foi errado. Eu não podia ter te beijado desse jeito. Você é a minha melhor amiga.

Voltei a dar um passo à frente, e desta vez ele não recuou. Ficou parado me encarando.

— Não foi errado, Fê. Foi o beijo mais acertado que eu já dei. Nunca foi assim.

— Amanda, eu...

Desta vez fui eu quem o interrompeu:

— Isso é apenas uma prova de que você deve aceitar a minha proposta — toquei no assunto inesperadamente.

Qual a melhor oportunidade? Ele havia visto que dávamos certo.

Porque se acreditasse no contrário depois disso, ele só poderia estar louco. Talvez não tivéssemos nada tão profundo, mas daria para aguentar uma noite, não é?

Uma Proposta Entre AmigosWhere stories live. Discover now