Capítulo 23

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FELIPE

Já estávamos naquela há quatro meses.

Quatro malditos meses em que eu não tinha uma relação normal com a minha melhor amiga.

Nós nos encontrávamos esporadicamente para conversar sobre nossos trabalhos, que alias, Pedro havia aprovado o projeto e estávamos com a reforma de sua loja em andamento.

E aquele dia seria mais um em que visitaríamos o local para fiscalizar como estava o andamento das coisas.

Passei na casa de Amanda, já que íamos juntos. Depois de uma insistência minha, ela aceitou que eu lhe desse carona, já que íamos para o mesmo lugar e ao mesmo tempo, mesmo que ela relutasse um pouco no começo. O que era mais uma prova de que nossa amizade não voltaria tão cedo ao normal.

Buzinei assim que estacionei em frente ao seu portão e ela logo apareceu vestindo uma calça jeans justa ao corpo, que ressaltava toda a curva do seu quadril e suas pernas torneadas, a blusa era de alcinha, simples, mas que nela se tornava uma das coisas mais lindas. No pé ela calçava um tênis branco, simples também.

Ela caminhou até o carro, e eu fiquei olhando-a como se ela estivesse em um desfile de moda e fosse a principal modelo. Qualquer outra ao seu lado seria ofuscada por seu brilho.

Amanda entrou no carro, cumprimentando-me e partimos para o lugar marcado.

As mudanças que planejávamos para o local já haviam começado. Era uma loja grande de calçados, mas muito fechada e com pouca iluminação natural, que era o que apostávamos para o local.

Pedro estava lá, e conversamos um pouco com ele sobre como estavam indo as coisas, e ele parecia satisfeito com os resultados que começavam a aparecer.

Após algum tempo, notei que Amanda parecia meio zonza, segurando-se nas paredes por perto. Comecei a prestar atenção nela e em suas ações.

Como saímos para o local na parte da manhã, e já passavam das treze horas, talvez seu mal-estar fosse por queda de pressão, mas eu tinha que manter meus olhos nela, caso realmente passasse mal.

Assim eu fiz por mais meia hora, enquanto supervisionávamos o local.

Até o momento em que vi Amanda cambalear perto de mim, e tive que ampará-la para que não caísse.

— Você esta bem? — perguntei preocupado.

— Estou, deve ser apenas a pressão.

Ela se ajeitou, ficando de pé sozinha e começou a andar na minha frente.

Fiquei olhando-a por mais algum tempo, enquanto se afastava. Ela não estava bem, mas era teimosa demais para assumir.

Ficamos mais um tempo assim, até que saímos para ir embora.

Como nós dois morávamos sozinhos, e eu sabia do estado de Amanda, ainda vendo que ela não estava bem, mudei nossa rota para passar em um restaurante para almoçarmos.

— Onde você está indo? — Amanda perguntou, desconfiada.

— Almoçar. Você não está com fome? — usei um tom de voz sério e um pouco mais grave, não lhe dando chances de recusar.

Dirigi até um restaurante que conhecia e ficava perto de nossas casas e estacionei. Abri a porta para que ela saltasse e caminhamos em silêncio até a mesa.

Sentamos sobre o mesmo silêncio e assim permanecemos por mais um tempo, até que eu o quebrei.

— Você está bem mesmo? Parece um pouco abatida.

Uma Proposta Entre AmigosWhere stories live. Discover now