Capítulo 2

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“Amo seu sabor
Amo me perder em sua boca
Amo quando te deixo louca e posso tocar seu coração
Peço perdão se às vezes exagero com meus beijos
E que não há nada em seu corpo
Que não me faça enlouquecer
Por sua causa posso entender
Que não tenho que morrer para ter o céu...”


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Anos depois...

Ainda faltavam cinco minutos para que o despertador tocasse, mas seu corpo já estava tão habituado àquela rotina, que já não precisava do som exaustivo do alarme para acordar, mas, acostumada a levar tudo ao pé da letra, ela resolveu esperar os cinco minutos para, enfim, se levantar.

Maria já estava pronta, e naquele dia, levou dois  minutos a menos do que havia estipulado. Ela até chegou a pensar que havia de esquecido de algo, mas não, estava tudo de acordo: roupa, maquiagem, cabelo, objetos indispensáveis na bolsa (carteira com documentos, lenço, batom, espelho, celular e a chave do carro). É, havia batido seu próprio recorde.

Mesmo ainda sendo 06:04AM, Luíza e Nanda (amigas com quem dividia o apartamento) não faziam a menor questão de não fazerem barulho, e conversavam a toda altura, ou melhor, discutiam a toda altura, afinal, era o que sabiam fazer de melhor.

— Bom dia! – Falou alto, a fim de ser notada.

— Bom dia, Maria. – Luíza foi a primeira a responder.

— Bom dia. – Nanda, que preparava algo no fogão, respondeu em seguida.

— Nanda, não querendo abusar da sua boa vontade, será que pode preparar um ovo mexido para mim, por favor? Com pouco sal. – Maria pediu, e viu a amiga revirar os olhos, mas não negou. – Qual o motivo da discussão dessa vez? – Perguntou, ao se acomodar à mesa, junto a Luíza.

— Ah, e o que mais poderia ser? Ananda pegou minha blusa emprestada, deixou ela de molho com outras roupas coloridas, e adivinha? Manchou ela!

— Eu já disse que foi sem querer! Eu vou comprar outra para você, igualzinha.

— Com que dinheiro? Você não trabalha. – Luíza encarou Nanda, que devolveu um olhar tenebroso.

— Nem sei porque ainda pergunto, vocês duas são um caso perdido. – Maria confessou.

— Posso não trabalhar, mas Maria está me devendo um dinheiro, e quando ela me pagar, pago você.  – Ela se juntou às duas, entregando um prato com os ovos a Maria.

— Não me lembro de estar te devendo, Nanda.

— Achou que os ovos sairiam de graça?

Naquele instante, Maria quis matar a amiga oportunista com suas próprias mãos.

— Então aproveita e pega um café para mim, forte, porque minha cabeça começou a doer.

— Nanda, acho que prefiro alguma roupa do armário de Maria, se ela deixar, eu até escolho.

— Ah, por mim, tudo bem, assim não vou jogar dinheiro fora.

— Hum – ingeriu um gole de suco – sabe aquela rosa de alcinha? – Nanda, da bancada, anuiu. – Eu adoro, pode ser ela.

Amor nas EntrelinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora