Capítulo 16

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"Contigo sim me perderia em qualquer labirinto

Contigo fica mais que claro que Deus me escutou

Não imagino meu futuro sem você ao me lado

Você costurou todas as feridas do meu coração

Contigo não tenho nenhum medo da morte

Contigo vida, é tão simples fazer as coisas certas

E aconteça o que acontecer

Dormiremos juntos

Contigo sim, me vejo daqui cem anos

Ainda te amando..."

****

No primeiro instante, Maria não entendeu o porquê da agressividade de Estêvão, chegou até a pensar que fosse uma resposta ao gelo que lhe dera todo aquele fim de semana, mas ao ver as fotos que ele jogara sobre si, enfurecido, entendeu tudo.

Apesar daquela atitude tê-la irritado, ela manteve sua postura, duas pessoas agindo irracionalmente não iriam resolver nada. Maria respirou fundo e juntou toda a sensatez que existia dentro de si. Ela teria que ter toda a paciência do mundo para reverter aquela história, visto que Estêvão estava totalmente fora de si.

— Será que podemos conversar lá dentro?

Maria lançou um olhar cheio de tensão para as três e saiu em direção ao quarto, Estêvão, nem um pouco satisfeito, a seguiu. O clima dentro do apartamento era pesado.

— Então quer dizer que para almoçar com nossos amigos você não pode porque está irritada demais, mas para se esfregar com esse professorzinho você está perfeitamente bem? – Disse, fechando a porta sem a menor delicadeza.

— Você está exagerando! – Ela até tentou manter a calma, mas inevitavelmente, sua voz se elevou.

— Estou exagerando, Maria?!

— Não tem nada de mais nessa foto.

— Ah, claro que não. Me poupe, Maria. – Deu as costas a ela.

— Por Deus, Estêvão, dá para se acalmar? Não há nada entre mim e ele! Fernando é meu amigo, e só fui resolver um mal entendido. Você sabia que eu ia fazer isso. – Com receio, ela tocou seu ombro, mas ele se esquivou.

— Sim, sabia que ia conversar, Maria, mas isso me pareceu bem mais que uma conversa. Olha as mãos dele sobre a sua, olha o jeito que ele te olha, e você ainda dá trela acariciando o rosto dele!

Maria olhou para o alto, pedindo no seu íntimo forças a Deus para conseguir reverter aquela situação.

— Você acha mesmo que, se eu quisesse te trair, faria isso à vista de todos? – Perguntou com calma, tentando amenizar o clima. – Estêvão, esquece essa foto, não existe nada entre mim e ele. – Rasgou o motivo da briga em vários pedaços e jogou no chão.

— Talvez da sua parte não, mas ele... Eu não confio nesse professorzinho.

— Mas você não tem que confiar nele, tem que confiar em mim. Seu compromisso é comigo, Estêvão, ele não tem nada a ver conosco.

— Então para de vê-lo, esquece essa amizade.

— Não, isso eu não vou fazer. Eu nunca pedi que você abandonasse alguma amizade, e jamais faria isso, e espero o mesmo de você. Vem cá – ela segurou sua mão, e juntos caminharam até a cama, onde se sentaram – eu amo você, Estêvão, e não existe possibilidade por mais remota que seja de eu te trocar. Eu quero estar com você e com ninguém mais.

Amor nas EntrelinhasWhere stories live. Discover now