“Sei que tem mais alguém que está procurando pelo seu amor
O que é normal
Que você está no seu direito
E eu não posso evitarMas não o beijes como a mim
Mas não o toques nunca assim
Pois eu nunca beijo como a ti te beijo
Quando tropeço por aiMas não o olhes como a mim
Não o acaricies nunca assim
Para o seu bem, eu digo isso
Porque se você fizer
Vai se lembrar de mim...”
****
A imagem de Estêvão parado a poucos metros fez Maria se assustar. A feição que ele portava a deixou em alerta, ele trazia consigo uma cara não muito amigável. Apenas alguns segundos foram suficientes para que Maria e Fernando se afastassem. Ela tentou manter a calma, afinal, não fazia nada de mais, o professor parecia um pouco mais preocupado, pois não sabia em que território estava se metendo.
— Eu só estava tirando um cisco que caiu no olho dela. – Fernando se adiantou, sendo simpático.
— Não estou falando com você! – Estêvão foi rude.
— Ele só estava tirando um cisco do meu olho.
Maria confirmou o que seu colega havia dito, mas Estêvão continuava na mesma.
— Estou te esperando no carro para almoçarmos. – Simplesmente virou as costas, caminhando em direção ao estacionamento.
— Não vai esperar o Gui? – Perguntou.
Estêvão se voltou a ela, já estando alguns metros de distância:
— Não, o pai dele vem buscá-lo. – Depois da resposta, ele sumiu de vista, deixando um clima pesado entre os dois que ficaram.
— Lamento o ocorrido – Fernando seguia Maria, que havia entrado na sala dos professores – não queria causar nenhum transtorno entre você e seu namorado.
— Ele não é meu namorado – o encarou – Estêvão é só meu amigo.
— Para um amigo, ele se incomodou demais com a nossa proximidade. – O professor comentou, deixando sua xícara sobre a mesa. – Ele é assim com todas suas amizades?
Maria ignorou a pergunta do colega, pegando seu pertences e caminhando em direção à porta.
— Bom, já vou indo, até mais, professor. – Deixou um acena de cabeça, e uma curiosidade rondando a cabeça de Fernando.
Maria deixou a sala um pouco envergonhada com o episódio, mas não tinha certeza do quê exatamente estava com vergonha. Poderia ser pelo papelão de Estêvão na frente de um colega seu, ou por seu amigo tê-la visto com o motivo da última discussão dos dois. De qualquer forma, aquela não fora a melhor sensação que já sentira.
Quando chegou no carro, ele estava à sua espera, ainda com cara de poucos amigos. Estêvão seguiu em silêncio durante o curto percurso da escola ao restaurante, deixando Maria falando sozinha em todo ele.
Estêvão não fazia questão de esconder sua má vontade. Estava sendo grosso com Maria, somente a respondia, dava a entender que não queria estar ao seu lado, pelo menos não naquele momento. Maria contudo segurava a onda, tentava manter a calma, para não tornar as coisas piores entre eles.
— Não tem um dia que esse restaurante mão enche! – Ambos já se encontravam à mesa almoçando. – Você deve ficar muito orgulhoso.
— Sim. – Seus olhos encaravam qualquer outra coisa, menos Maria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor nas Entrelinhas
RomanceUm amor que se converteu em amizade, ou uma amizade que se converteu em amor? Uma escolha equivocada é capaz de mudar toda uma vida, e Maria sentira isso na pele. Prestes a realizar seu sonho de menina, ela se vê diante de um conflito. Havia aberto...