"Jantamos sob as estrelas
A luz de velas assistimos a cidadeTomamos no mesmo copo
Até a última gota de felicidade
Tiramos mil fotosMilhões de beijos, abraços perfeitos beijos
Eu te disse todos meus segredosE tudo para quê?
Agradeci ao universo
Por ter te posto em meu caminhoFalei de você aos quatro ventos
Eu jurava que isto era de verdadeTiramos mil fotos
Milhões de beijos, abraços perfeitos
Te disse todos meus segredosE tudo para quê?
Se já sabia o que eu sentia e que não poderia ser
Porque deixou crescer?E tudo para quê?"
****
Um grande susto caiu sobre Maria quando a mesma se deu conta de quem estava ali, parada a poucos metros de distância. Ela se afastou de Martim e tentou recobrar sua compostura. Por alguns segundos, chegou até ensaiar o que diria para a cunhada, mas logo deixou de mão, certamente ela não acreditaria.
— Martim – ela deu uns passos em sua direção, mas com os olhos fitos em Maria – Tê me pediu que deixasse essa comida aqui. É só colocar no microondas por uns três minutos.
— Ok, obrigado. – Se levantou. – Não nos olhe assim, Esther, não estava acontecendo nada de mais aqui. – Justificou, pegando a sacola da mão dela.
— Bom, estou sobrando aqui, então melhor me retirar.
— Maria, pode me dar uma carona até à Barra?
Maria concordou com um aceno de cabeça e logo saiu às pressas, batendo a porta.
Agora a sós com Martim, Esther o olhava desconfiada, e ele tentava se mostrar o mais natural possível.
— O clima estava bem tenso quando cheguei. – Comentou. Ele estava de costas, retirando o conteúdo que Estêvão lhe mandara da sacola.
— Está vendo coisas onde não tem, Esther. – A olhou de relance.
— Ouvi quando Maria disse para você deixar ela e o Tê em paz.
— Você sabe como ela é possessiva. – Terminada sua tarefa, ele voltou ao sofá, onde se jogou, olhando a amiga de baixo para cima. – Eu não posso mandar uma mensagem que seja para Estêvão que ela já vem surtando. – Riu enquanto falava.
— É, ela realmente é assim. – Concordou. – Bom, estou indo, que ela está me esperando lá embaixo. Beijos.
Ele se levantou e beijou sua bochecha e ela finalmente saiu.
Quando Esther entrou no carro, elas apenas trocaram alguns olhares e então Maria deu partida.
Durante todo o trajeto elas seguiram em silêncio, sem sentir nenhum incômodo por isso. As desculpas ainda povoavam os pensamentos de Maria. A todo momento ela queria abrir a boca e justificar sua presença no apartamento de Martim, ainda mais depois da conversa que tiveram, mas ela não teve coragem de inventar história alguma.
A paz que Esther demonstrava, sem dúvidas era para tornar a vida de Maria ainda mais difícil. Ela torturava a cunhada mesmo sem querer. Sem dizer nada do que pensava fazia Maria querer jogar aquele carro da ponte onde estavam, mas Maria manteve a calma, Esther era uma mulher centrada, certamente não faria ou falaria nada sem provas.
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Amor nas Entrelinhas
RomanceUm amor que se converteu em amizade, ou uma amizade que se converteu em amor? Uma escolha equivocada é capaz de mudar toda uma vida, e Maria sentira isso na pele. Prestes a realizar seu sonho de menina, ela se vê diante de um conflito. Havia aberto...