Capítulo 13

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"Hoje é um bom dia para te dizer que
É uma honra para mim que você me ame também
Que eu amo cada parte de sua pele
Verdadeiramente espero que possa me entender

Que hoje é um bom dia para te beijar
Que hoje é um bom dia para te contar
Que você é o mais importante em mim
E cada vez que eu admiro mais como mulher

A única coisa que quero é te fazer ver
Que me sinto o homem mais afortunado
Porque me iluminou com o teu amor, tua voz, tua pele..."

****

A reação de Maria foi ficar sem reação.

Imaginou ter ouvido errado, não era possível que aquele pedido partisse de Estêvão San Roman, não depois de tudo que ela o havia causado. Mas aquele ar convencido e aquele sorriso presunçoso que Estêvão trazia consigo não indicava outra coisa.

Enquanto encarava o semblante despreocupado do amigo, Maria se deu conta que não respirava, e então, soltou o ar preso em seus pulmões. Ela não havia dito nada, a capacidade de raciocinar lhe faltara. Estêvão, em contrapartida, se divertia com a feição conturbada que ela portava e, conhecendo-a bem, sabia exatamente o que se passava em sua cabeça.

Os minutos iam passando, e cada volta que o ponteiro dava, fazia a pressão de Maria subir um pouco mais. Estêvão não se importou nem um pouco com a demora na resposta, mas não podia negar que estava ansioso por seu parecer. E então, sem ter para onde fugir, Maria, por fim, balbuciou algumas palavras.

— O-o que você disse, Estêvão?

— Na verdade foi um pedido, Maria – disse, tentando conter a vontade de rir – perguntei se queria ser minha namorada. – Repetiu a frase que lhe causara borboletas no estômago. Ele ainda se encontrava ajoelhado, segurando sua mão.

— A-assim, do nada? – Por mais que quisesse se mostrar firme, sua voz a traía. – Há uns vinte minutos estávamos sem nos falar e agora me pede em namoro? – Foi precisa, entrando no assunto de uma vez por todas.

— E por que não? – Ele saiu de sua posição e sentou-se do seu lado. – Eu gosto de você, você gosta de mim, o que nos impede? – Deu de ombros.

— Eu não sei. – Ela se levantou, dando-lhe as costas, deu uns passos, ainda próxima de onde estava, mas logo o fitou. – E se amanhã você se arrepender dessa decisão? Tem tanta coisa envolvida, não sei se você confiaria em mim plenamente. – Olhou o chão, envergonhada.

— Ei, para com isso! – Foi até ela, e ergueu seu rosto, fazendo-a o olhar. – Não vou me arrepender, sou bem grandinho, sei o que quero. Se estou te fazendo esse pedido, é porque te quero ao meu lado, e se não confiasse em você, não insistiria em nós. – Sorriu, e ela tímida, sorriu de volta.

— Eu não te mereço, Estêvão.

— Vamos dar uma nova chance para nós. – Ele segurou suas mãos, na altura da cintura. – Não quero ter você pela metade, ficar por ficar, te quero inteiramente para mim.

— E sua vida de mulherengo? – Perguntou num tom pitoresco.

— Para quê ter todas se posso ter só você?

Sua resposta curta e simples fez o coração de Maria disparar.

— Ah, você e sua bendita lábia! – Jogou sua cabeça para trás, rindo, ele a acompanhou na risada.

— Isso quer dizer que...?

— Que eu aceito! – Disse em alto e bom som, mais convicta que nunca. A cena dos dois chamou a atenção de curiosos, mais uma vez. – E como não poderia aceitar? – Quase sussurrou. – Esperei tanto por isso, Estêvão, você nem imagina.

Amor nas EntrelinhasМесто, где живут истории. Откройте их для себя