Capítulo 7

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“E eu ainda prefiro você
Mesmo se você me tratar como um brinquedo
E só me use quando quiser
Pode parecer absurdo, mas é assim.

Eu ainda prefiro você
Eu sei que parece ilógico e bobo
Talvez eu seja um romântico estúpido
Mas é a verdade que eu mudaria
Todos aqueles beijos que ele me dá
Por um beijo seu com sinceridade...”


****

Estêvão quase chegou a rir, imaginando que sua amiga estivesse brincando, mas parou no meio do caminho se dando conta que Maria não brincava, ela falava sério. As palavras fugiram, e ambos se encaravam diante daquele silêncio estranho. Maria esperava ansiosa por uma resposta, e Estêvão, esse parecia querer fugir para bem longe dali.

— Você quer que tenhamos um filho juntos? – Se atreveu a dizer algumas palavras, ainda que gaguejantes.

— Sim, Estêvão – ela estava animada – não vai ser um máximo ter uma criancinha com a nossa cara correndo nos nossos apartamentos?

— Maria... – Ele se levantou coçando a cabeça. – Você tem noção do que está me pedindo?

— Claro que sim!

— Filho é coisa séria, não é algo que você quer e de uma hora pra outra você tem. – Gesticulava, tenso.

— Acontece com a maioria das pessoas. – Deu de ombros. – Estêvão, vamos ser excelentes pais, nosso filho só vai ter o melhor! – Tentou convencê-lo, indo ao seu encontro.

— Você está mesmo achando que é a coisa mais simples do mundo, não é? Nós não temos a menor ideia de como é cuidar de um bebê! – Nesse momento, ele já caminhava pela sala.

— Temos sobrinhos!

— É diferente! E você nem convive com os seus.

— Daremos um jeito, sempre foi assim. – Fez manha, tentando persuadi-lo.

— Maria, não é assim que a banda toca, o mundo não gira em torno de você, as coisas não acontecem simplesmente porque você quer! – Ele foi mais grosso do que esperava.

— Isso quer dizer que...

— Que não, Maria, não vamos ter um filho.

— Não? Você está dizendo não para mim? – Ela não acreditava no que ouvia.

— Por favor, meu bem, tenta entender. – Ele foi até a ela, mas ela se esquivou.

— Não quero entender, Estêvão. Te pedi apenas uma coisa, é difícil atender?

Maria não esperou mais nada de Estêvão, apenas pegou sua bolsa e saiu do apartamento.

Ele até pensou em ir atrás dela, mas sabia que não era uma boa resolver um assunto tão delicado com sua amiga de cabeça quente, então, preferiu se jogar no sofá e tentar entender o que acabara de se passar.

— Aconteceu isso mesmo que acho que aconteceu? – Assim que Maria foi embora, Esther saiu do quarto vindo fazer companhia ao irmão.

— Deu para escutar a conversa alheia agora? – A fitou ao lado no sofá.

— Impossível não ouvir. Na verdade, não fiz muita questão de não ouvir, o assunto estava bem interessante. – Zombou.

— Você é muito engraçadinha, sabia? – Seu humor não estava dos melhores.

Amor nas EntrelinhasOù les histoires vivent. Découvrez maintenant