Capítulo 1 • O Aquário

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— Alguém vai chamar o Julio? Ele disse que ia trocar a água do aquário dele, mas eu acho que ele tá demorando demais... — Teri falou revirando os olhos, conferindo o horário no relógio, só se irritando mais por estarem atrasados.
— Mas que idiota! Por que ele tinha que fazer isso agora? — Allan falou suspirando estressado.
— Ele sabe que nós estamos aqui, já interfonaram no apartamento pra avisar que estamos na portaria. Acho que aconteceu alguma coisa. — Yuma falou preocupado.
Todos se entreolharam e então começaram a ficar preocupados.
— Alguém tem que ir lá pra ver se ele não tá morto. — Teddy falou rindo.
— Eu voto no Allan. — Yuma falou querendo rir.
— Por que eu? — Allan perguntou sem entender.
— Vai buscar seu namorado, Allan! — Teri falou enquanto os outros dois riam.
— Cala a boca! — Allan falou irritado.
— Tá, é sério... Vai lá ver se ele precisa de alguma coisa. — Yuma falou se recompondo.
— Então vou ligar pra ele! — Allan falou como se fosse óbvio, fazendo Yuma revirar os olhos.

Alô? Allan?
Julio, o que tá acontecendo? A gente tá te esperando descer tem 20 minutos!
Droga, Allan... Eu preciso de ajuda! — Julio falou rindo do outro lado da linha.
Tá, eu tô indo aí então...
Vem rápido.

— O que ele disse? — Teddy perguntou.
— Ele não me falou, só disse que precisa de ajuda. Deve ter feito alguma merda, né! Só isso que sabe! — Allan falou rindo.
— Tá, mas vai logo, a gente tá com fome! — Yuma falou rindo enquanto Allan colocava a digital para entrar no condomínio.
— Trás logo seu namorado! — Teri gritou rindo enquanto Allan entrava no prédio, lhes mostrando o dedo do meio, rindo.

Após Allan tocar a campainha, ele ouve a voz de Julio:
— Entra. Tá aberta.
Assim que entrou, levou um susto. Se deparou com o amigo de pé, encostado na pia da cozinha de braços cruzados rindo, olhando pro aquário que estava em 1000 pedaços no chão, todo molhado.
— Que porra aconteceu aqui? — Allan pergunta, entrando e fechando a porta atrás de si.
— O que você acha? Eu quebrei o aquário! — Julio falou rindo.
— E agora? — Allan perguntou preocupado.
— Pode me ajudar a limpar? Ia demorar muito se eu fizesse sozinho.
— Você é um idiota mesmo... — Allan falou rindo, enquanto se ajoelhava no chão da cozinha pra juntar os restos do aquário.
— Eles ficaram muito bravos comigo? Por ter atrasado. — Julio falou voltando da lavanderia com um pano e uma sacola de lixo.
— Você demorou, né? Tá todo mundo com fome! Falamos pra não trocar a água desse maldito aquário agora! Por que é tão teimoso?
— Me desculpa... — Julio falou com um sorriso sem graça, se abaixando ao lado de Allan e segurando a sacola para que ele colocasse o vidro alí dentro. — Eu não queria atrasar vocês.
Estava perto demais... Julio tinha esse costume, o garoto não tinha noção de espaço, muito menos quando se tratava de Allan. Eram tão íntimos que já não ligava se estava invadindo o espaço do amigo. Não fazia por maldade ou com segundas intenções, só simplesmente não ligava.
— Tá... Então vamos logo com isso! — Allan falou afastando os pensamentos.

Allan colocou os pedaços de vidro cuidadosamente na sacola, para não se cortar, mas foi em vão.
— Porra! Que merda... — Allan falou soltando o caco maior de vidro que tinha pegado.
— O que? O que aconteceu? — Julio perguntou preocupado.
— Eu cortei o meu dedo. — Allan falou com dor, segurando o dedo anelar, se levantando.
— Deixa eu ver. — Julio falou soltando a sacola no chão e se levantando também.
— Não, Julio! Termina de limpar a bagunça, foi só um corte bobo! — Allan falou.
Julio não falou nada, só continuou o encarando sério, então, sem saída, Allan deixou o amigo ver.
— Ai... — Julio falou agoniado vendo o profundo corte, que nem era tão grande, mas sangrava muito. — A gente vai ter que fazer um curativo nisso. — Julio falou indo até o banheiro e voltando com uma caixinha de esparadrapo e antisséptico.
— Ah, deixa isso quieto, vai arder! — Allan reclamou.
— Se a gente não fizer, vai piorar! — Julio falou bravo.

Allan então deu a mão e Julio fez o curativo.

— Viu? Caiu o braço? — Julio falou rindo, cortando o esparadrapo e finalizando o curativo.
— Ardeu!
Julio revirou os olhos rindo e foi guardar as coisas no banheiro. Aquele garoto era tão besta! Era engraçado quando ele se irritava. Gostava de provocá-lo, era divertido. Enquanto Julio fechava a gaveta debaixo da pia, se pegou sorrindo para si mesmo. Por que eu tô sorrindo com isso? Tá, o jeito que ele fica quando se irrita até que é fofo... Engraçado! Isso, ele fica engraçado quando tá irritado... Era a única coisa que se passava na sua cabeça. Tratou de tirar o sorriso bobo do rosto e voltar para a cozinha terminar de pegar os poucos cacos que restavam e secar o chão.

— Termina de pegar esse vidro, eu vou secar o chão. — Allan falou pegando o pano seco alí próximo e secando o chão onde não estava com vidro.
— Você está na minha casa e vem querendo por ordem, rapaz? — Julio falou irônico, rindo.
— Vai logo! — Allan falou rindo e então seu celular começou a tocar no bolso.
— Quem é? — Julio perguntou.
— Yuma. — Allan respondeu e então atendeu.

Meu deus, estão se comendo aí?
Não, eu tô ajudando ele, ele quebrou aquela porcaria de aquário. A gente tá limpando, mas já estamos acabando, já vamos descer.
Tá, venham logo.

— Reclamaram que a gente tá demorando? — Julio perguntou com um sorriso sem graça, se culpando por tanto atraso.
— É... — Allan falou guardando o celular de volta no bolso e continuando a secar o chão.
— Olha, me desculpa por isso. Eu não queria atrasar assim, e muito menos que você se machucasse por minha causa. — Julio falou sem conseguir olhar nos olhos do amigo.
— Ei, para com isso. A culpa não foi totalmente sua. — Allan falou rindo. — Tipo, você é teimoso, mas agora já foi. Não tem problema.
— Tá...

Eles então terminaram de limpar e foram pro elevador.
— Sério, me desculpa por ter atrasado vocês. — Julio falou rindo, quebrando o silêncio.
— você é um idiota, Julio... — Allan falou revirando os olhos, rindo. — Ainda bem que o peixe ficou vivo... Você vai ter que comprar um aquário novo pro coitado, largou ele naquela vasilha...
— É... Você pode ir comigo amanhã comprar? Eu lembro de você ter dito que tinha que resolver umas coisas no centro, dá pra vir comigo? Assim não vou sozinho... — Julio perguntou com um sorriso.
— É sério? — Allan falou. — Você não precisa da minha companhia pra isso.
— Por favor, para de ser insuportável um pouco! — Julio falou cansado de ouvir "não" do amigo.
— Tá, tá. Eu vou com você. Depois te mando o horário certo pra me encontrar lá.
— Sério? — Julio falou quase sem acreditar. Nunca tinha sido tão fácil convencer o amigo. — Obrigado! — Julio falou segurando as mãos do amigo, contente.
— Ai, meu dedo! — Allan resmungou. — Tá louco?
— Desculpa! — Julio falou rindo, e então a porta do elevador abriu e eles foram para a portaria encontrar os outros.

Continua...

Eai, gente! O que estão achando? KKKKKKKKKKK
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