Capítulo 3 • Filme

7.5K 550 286
                                    

— Alô?
— Oi, Julio. Eu já estou aqui no centro, na frente do banco Santander.
— É pra eu te encontrar aí? Sabe eu ainda estou tomando café, né? Você não me avisou o horário.
— É, sei... Coma logo e venha pra cá. Estou te esperando.
— Você poderia pelo menos me dizer que queria me encontrar às 08:30. Eu não tenho bola de cristal.
— Ande logo. — Allan falou dando um riso involuntário e então desligou o celular.

Julio sorriu para si mesmo. Esse cara é um idiota mesmo... Ainda vai dizer que é culpa minha de ter atrasado! Não conseguia parar de sorrir pensando no quanto já tinha deixado o amigo mimado. Julio era carinhoso com todos os amigos, sempre mimava e fazia de tudo pra agradar, mas Allan estava começando a ficar mal acostumado.

Foi correndo trocar de roupa e pegar sua carteira, pegou o restante da empada que estava comendo e chamou o Uber, saiu quase que correndo para a portaria. Quando chegou lá, pôde ver o Uber estacionando.
Só o Allan pra me deixar maluco assim!

— Nossa, você está horrível. Tá com sono? — Allan falou assim que Julio saiu do carro.
— Muito obrigado, minha auto estima foi lá no céu agora! — Julio falou irônico.
Allan revirou os olhos sorrindo.
— Você demorou.
— Eu estaria aqui antes se a Cinderela tivesse me avisado o horário que era pra eu estar aqui. — Julio falou. — Onde vamos primeiro?
— Tenho que imprimir uns papéis pra minha mãe. A gente tem que ir pra papelaria.
— Eu tava pensando... Sempre da bastante engajamento quando a gente grava junto, né? — Julio falou enquanto andavam.
— É, pelo visto eles gostam. Eles ficam dizendo que shippam a gente! — Allan falou rindo, olhando para os dois lados antes de atravessar a rua.
— Então, eu tava pensando... A gente podia fazer aquelas trends de casal, né? — Julio falou tentando juntar coragem.
Allan parou no meio da rua e o olhou perplexo, Julio o olhou de volta, esperando uma resposta e então eles ficaram se encarando no meio da rua. Um carro buzinou, e inevitavelmente Julio puxou Allan pelo braço até o outro lado da rua, rapidamente.
Allan continuou o encarando sem entender, então teve que explicar.
— Vai dar muito engajamento... A gente podia fazer só pra zoar mesmo, a gente deixa na legenda que não tem nada sério. O pessoal iria ficar doido... — Julio falou com vergonha, mas com a certeza de que daria certo.
— É verdade... Todo mundo ia ficar doido. — Allan falou sorrindo com a ideia. — Mas a gente tem que deixar claro de que é brincadeira!
— É óbvio. — Julio concordou de imediato, mas disfarçando o incômodo.
Por que Allan estava tão preocupado assim se as pessoas pensassem que eles estavam flertando? Seria tão ruim assim a ideia de flertar com ele?

— Pra onde vamos agora? Você já imprimiu o que tinha pra imprimir. — Julio falou impaciente enquanto Allan pagava pelas impressões.
— Tá, fala logo o que você quer. — Allan falou enquanto se virava e saia da papelaria seguido pelo amigo.
— Temos que comprar o aquário pro meu peixe! Foi por isso que vim!
— Ah, é mesmo? Pensei que tivesse vindo pra acompanhar o amor da sua vida... — Allan falou irônico enquanto andava. — Agora vamos pra lotérica. Tenho que pegar umas contas também.
— O que? Mas já são 11:00! Vai demorar muito, a gente não vai conseguir comprar o aquário antes do almoço! — Julio falou inconformado com a falta de preocupação de Allan.
— É... Vamos almoçar aqui pelo centro hoje. A gente vai atrás do seu aquário depois. — Allan falou sem se preocupar.
Julio ficou mais sem graça do que nunca. Tinha que economizar ao máximo, agora que morava sozinho, era complicado arcar com todas as despesas sozinho. Claro que ele podia sair pra se divertir, mas já tinha gastado bastante aquele mês. Tinha comprado um tênis um pouco mais caro e já havia saído pra comer fora mais do que deveria... Agora estava na hora de começar a aprender a racionar e controlar os gastos.
— Eu estou te devendo uma... Por ontem. — Allan falou querendo espantar a vergonha e a timidez. — Sabe... Você fez uma grande gentileza por mim ontem, deixa eu te recompensar... Prometo que vou te levar pra um lugar bacana. — Allan falou com um sorriso simpático.
Mais constrangido e envergonhado do que nunca, Julio diz:
— Eu não posso aceitar isso...
— Eu também não podia aceitar que você fizesse aquilo por mim ontem, e você fez... — Allan falou tímido. — Vamos, eu juro que não vou te levar a nenhum restaurante ruim. — ele falou irônico, fazendo o amigo rir.
— Sabe que não precisa disso, né? — Julio falou envergonhado.
— Para de graça, Julio. Vamos logo, se não a gente vai almoçar cinco horas da tarde! — Allan falou sorrindo enquanto andava para a lotérica.

Friends • Allan e JulioWhere stories live. Discover now