Capítulo 2 • Rodízio

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- Nossa, até que enfim! - Teri falou quando os avistou vindo.
- Desculpa a demora... - Julio falou sem graça.
- Poxa Julio, se a gente soubesse que você demoraria assim a gente tinha dito pra se encontrar na temakeria! - Teddy falou rindo, mas todos sabiam que tinha verdade naquela frase.
Aquilo tinha o magoado de verdade. Não tinha feito de propósito, jamais atrasaria seus amigos propositalmente. Mas se culpava, se culpava por ter sido teimoso e ter escolhido trocar a água do aquário logo naquele momento. Por que eu sempre sou tão idiota? Eu sempre faço tudo errado! Não tem 1 vez que eu consiga fazer algo certo! Julio se condenava. Odiava se atrasar, e odiava deixar seus amigos desapontados.
- Tá, tá... Calem a boca. Ele teve o dia corrido, não deu pra fazer isso antes. - Allan falou sério, na intenção de proteger o amigo, mesmo sabendo que estava mentindo.
Julio, sem conseguir esconder o sorriso, concordou com o amigo, feliz por Allan ter feito aquilo por ele.
- A gente pode pedir o Uber? - Teri falou mudando o assunto, já com o celular na mão.
- Claro! - Allan falou como se fosse óbvio.
- É, mas acho que vamos ter que pedir 2 ubers, porque estamos em 5, e não acho que vão deixar você ir no meu colo... - Julio falou com um sorriso irônico, passando o braço pela cintura de Allan, fazendo os demais rirem.
- Tá maluco? Sai fora! - Allan falou tirando a mão de Julio de sua cintura, fazendo eles rirem.
- Tá, eu já chamei, deve estar chegando. Eu vou com vocês dois. - Yuma falou sério.
- E a gente? - Teddy perguntou indignado.
- A gente se fode, né! - Teri falou colocando o celular no bolso. - Pronto, acabei de chamar um também. Já deve estar chegando.

Não passou muito tempo, e os ubers chegaram quase que juntos.
Yuma entrou na frente, no banco do passageiro. Teri e Teddy entraram no Uber deles, no banco de trás, e então Allan abriu a porta de trás do carro. Antes que Allan pudesse de fato entrar, Julio deu uma conferida para se certificar de que ninguém estava olhando e passou novamente o braço pela cintura do amigo, mas dessa vez, de uma forma discreta. Se aproximou mais e sussurrou em seu ouvido:
- Obrigado por ter dito aquilo sobre o aquário... Eu precisava daquilo.
Dessa vez, Allan não se desvencilhou do toque do amigo, muito pelo contrário! Sentiu sua pele arrepiar ao ouvi-lo sussurrar daquela forma tão carinhosa, tão agradecido. Olhou por cima do ombro para o amigo, que ainda estava tão próximo, e disse tímido:
- De nada.
Julio sorriu ao perceber a timidez do amigo, ele ficava tão fofo desconcertado! Não resistiria, teria que fazer uma brincadeirinha.
- Ficou com vergonha, amor? - Julio falou, o puxando para mais perto, pela cintura, sussurrando em seu ouvido, dando um beijo no pescoço dele, sem conseguir conter o riso. Sabia que se Allan não o agredisse, ficaria muito bravo.
- Quer que eu te arrebente? - Allan falou ríspido e então entrou no carro.

Quando chegaram no restaurante, Teri e Teddy já estavam os esperando na mesa.
- Demoramos? - Yuma perguntou enquanto se sentavam.
- Acabamos de chegar também. - Teddy fala.
Eles fizeram o pedido.

- Allan, o que você fez no dedo? Não tinha reparado. - Teri perguntou curioso.
- Eu cortei o dedo. - ele respondeu breve.
- Como? - Yuma perguntou, também intrigado.
- E o que interessa? - Allan falou irritado.
- Nossa... - Teddy falou segurando o riso.
- Ele se cortou me ajudando lá, mas não é nada sério. - Julio falou, voltando os olhos para o amigo, com um leve sorriso involuntário.
- E então você fez um curativo no seu namorado? - Yuma perguntou rindo, fazendo Allan revirar os olhos.
- Claro, né! Eu não iria deixar o meu amor machucado daquele jeito! - Julio falou irônico, pegando na mão do amigo, que só riu e tirou a mão dalí.

Eles comeram, conversaram, riram e então decidiram ir embora.
- Eu vou com eles no Uber, o Teri vai dormir na minha casa e o Uber vai deixar o Teddy no caminho. - Yuma falou.
- Tá, eu peço um pra mim e pro Allan. - Julio falou e então o Uber dos meninos chegou.
- Você colocou o endereço da sua casa, eu vou ter que pagar toda a sua trajetória pra depois ir pra casa? - Allan perguntou indignado, assim que os meninos foram.
- Não... Eu coloquei o endereço da sua casa primeiro. - Julio falou sério, sem nem olhar para o amigo. - É ele, chegou.
O carro parou na frente deles e então eles entraram.
Allan notou que o endereço que estava no GPS do motorista realmente era o de sua casa.
- Por que pediu um Uber pra nós dois? Minha casa fica muito longe! A sua é aqui do lado, deveria pelo menos ter colocado seu endereço primeiro, pra não ficar muito ruim pra você! Você vai chegar muito tarde e é perigoso você ficar sozinho em Uber a essa hora... - Allan cochichou pro amigo, inconformado. - Você é mesmo um idiota...
- Eu não me importo se demorar pra eu chegar em casa. Eu fiz vocês esperarem, não fiz? Não vai ter problema se eu esperar ele te levar na sua casa. - Julio falou olhando nos olhos do amigo.
- Mas isso é desnecessário! Caramba, nunca pensei que fosse burro assim... - Allan falava ainda sem entender.
- É, eu poderia ter pedido um Uber só pra mim, seria mesmo bem mais rápido e econômico, mas isso significaria deixar você ir sozinho essa hora com um desconhecido. Eu jamais conseguiria deixar isso acontecer e não ficar com a consciência pesada. - Julio sussurrou.
Allan se surpreendeu. Ficou sem graça, não sabia o que dizer. Ele sempre era ríspido com Julio, mas Julio sempre o tratava com carinho, sempre se preocupava. Não entendia porque o amigo fazia aquilo, mas estava agradecido.

- Tem certeza de que não quer dormir aqui? A minha mãe não vai ligar. Vai ser ruim pra você ir pra sua casa essa hora. - Allan falou enquanto abria a porta do carro.
- Não, obrigado... - Julio falou tímido.
- Tá... Então até amanhã.
- Até. - Julio falou e então Allan fechou a porta do carro.

Assim que Julio chegou em casa, totalmente cansado, foi pro banho, e então direto pra cama. Estava exausto, e o dia seguinte seria longo.

Continua...

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