Capítulo 14 • jantar

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— Meu amor... — Julio falou de repente, pausando o filme para conversar com o garoto.
— O que é? — Allan perguntou gritando, como se tivesse vomitado as palavras de uma vez.

Julio o olhou assustado, sem entender. Até Allan mesmo se assustou com o que tinha feito. Estava nervoso, ansioso para o dia de amanhã, por isso estava pensando tanto e acabou gritando sem querer.

— Me desculpa, foi sem querer... — Allan falou com a consciência pesada.
— O que tá acontecendo? — Julio perguntou sério.
— Eu só estava pensando nas coisas.
— E de repente deu um grito? — Julio pergunta irônico, estreitando os olhos.
— É... — Allan fala dando de ombros. — Esquece isso. O que ia me dizer?
— Tá... Eu ia dizer que é melhor a gente começar a se arrumar pra sair. São 18:30. — Julio falou fazendo carinho no cabelo do garoto.
— Temos que ir antes do jantar pra minha casa. — Allan falou se levantando.
— O que? E você diz agora? — Julio fala sem acreditar.
— Ué? Vai mudar o que, Julio? — Allan perguntou cruzando os braços.
— Vamos nos atrasar! — Julio falou indignado, como se fosse óbvio, se levantando também.
— Então vai sozinho já que está tão preocupado com o horário. Te encontro lá. — o garoto falou estressado, indo até o quarto do amigo e pegando sua carteira e celular, e voltando, indo em direção à porta.
— Allan, para com isso... — Julio falou indo até ele e se colocando na frente.
— Sai da frente, Julio. Eu vou embora. Assim você não se atrasa. — Allan falou sem querer olhar nos olhos do rapaz.
— Amor, espera... Eu não quero que você vá. — Julio falou segurando os braços do garoto, o puxando pra um abraço. — Eu quero levar você, seja como for. — Julio falou, abraçando o garoto, que cedeu.
— Você vai se atrasar... — Allan falou enquanto o rapaz o abraçava, mas sem retribuir.
— Meu amor, eu não vou me atrasar pra um encontro com você se eu estiver com você! — Julio falou com um sorriso. — Vamos pra sua casa.

Allan sorriu vitorioso e então beijou o amigo, contente.
Julio tomou banho enquanto Allan ficava na sala, gravando tiktoks, e então se arrumou para irem.

— Vamos. Você vai se arrumar na sua casa mesmo? — Julio perguntou com um sorriso quase que triste.
— Sim. — Allan falou sorrindo. — Mas não vou deixar você me ver nu!
— Merda, Allan... — Julio falou irônico, revirando os olhos rindo.

Assim que chegaram na casa do garoto e entraram, encontraram com a mãe dele na sala.

— Julio! Quanto tempo! Estávamos sentindo sua falta! — a mãe de Allan fala sorrindo, se levantando e indo abraçar o rapaz.
— Também estava com saudade! — Julio falou a abraçando, enquanto Allan revirava os olhos sorrindo.
— O que aconteceu que você não veio mais aqui? — ela perguntou sem entender, se sentando de novo no sofá, de frente para os dois.
— Nós só nos afastamos um pouco, discutimos sobre o tiktok, e então acabamos nós afastando, só isso! — Julio falou com um sorriso fraco.
— Que bom! Eu gosto de quando o Allan está com você! — ela falou sorrindo.
— Ah, que bom! Eu também gosto de estar com ele! — Julio falou apertando a bunda de Allan, discretamente, com a mão atrás das costas do amigo, não deixando visírvel para a mãe dele.

Allan corou de vergonha e saiu dalí rápido, indo para o quarto.

— Por que fugiu da minha sogra? — Julio entrou no quarto atrás dele, rindo.
— Você não vale nada, Julio. — o garoto falou com um sorriso.
— Hoje o Teddy me mandou mensagem. — Julio falou da porta, fazendo Allan o encarar. — Perguntou como você estava.
— E por que ele não ME mandou mensagem? — Allan falou se irritando
— Allan, eu não sei. Talvez seja porque você arrebentou a cara dele. Só um palpite. — Julio falou dando de ombros, cruzando os braços.
— Você sabe que eu não fiz por querer. — Allan falou tirando a camiseta. — Fiz por um bem maior.
— E que bem maior é essa que você precisa esfolar o rosto do rapaz? Pelo amor de deus, Allan. Me diz! — Julio falou fechando a porta do quarto, começando a ficar bravo. — Você não pensa nos outros? O que é tão importante assim pro seu ego que você precisa bater no cara?
— Você, idiota. — Allan falou rindo, se aproximando de Julio. — Fiz isso por você. Porque não gostei de te ver com outro cara. Porque eu não suportava a ideia de você estar com outra pessoa que não fosse eu, e eu via nos vídeos ele tentando te beijar e você virando o rosto. Mas quando era comigo você que tentava me beijar... Eu não suportei. Não suportei ouvir ele falando de você.

Julio congelou. Achava que Allan tivesse feito aquilo por ciúmes, de forma idiota, ou só porque estava bêbado, mas agora tinha percebido e confirmado as suspeitas de que o amigo realmente estava apaixonado.

— Tá, não precisa ficar tão surpreso por eu dizer isso. Não finja como se não soubesse. — Allan falou sorrindo, dando um selinho no rapaz.
— É tão diferente ouvir da sua boca... — Julio falou sério.

Allan sorriu e então voltou a se trocar. Colocou uma blusa e uma calça e algumas roupas pra ficar em casa na mochila.

— Tchau, mãe. Estamos indo. — Allan falou saindo pela porta da cozinha.
— Julio, pode vir aqui rapidinho? — ela falou assim que Allan saiu.

Merda... E se ela perguntar se estou comendo o filho dela? Droga... O que eu vou dizer?

— Claro! — Julio falou com um sorriso, indo até ela.
— Me conte o que foi aquele corte no rosto do meu filho.
— Ah... Ele caiu na festa que fomos ontem. Escorregou e bateu na quina de uma mesa... Eu ajudei ele a cuidar, em casa. Acho que está melhorando. — Julio falou aliviado.
— Obrigada... Ele ficaria com vergonha se eu perguntasse na frente dele.
— Julio! Vem logo! — Allan gritou do portão.
— Até mais! — Julio falou sorrindo e então foi atrás de Allan.
— O que estava falando com a minha mãe? — ele perguntou com a mão na cintura.
— Ela perguntou desse corte. Falei que você escorregou e bateu o rosto na quina da mesa ontem. — Julio falou pegando o celular e chamando um Uber para o restaurante.
— E eu te pedi pra ser discreto... — Allan falou sem conseguir conter um sorriso.
— E eu fui! — Julio falou rindo.
— Se isso é ser discreto, eu não quero nem ver você sendo escandaloso.
— Por mim eu te dava um beijão alí na frente dela. — Julio falou rindo, e então o Uber chegou.

Assim que chegaram no restaurante, Julio segurou a mão de Allan. Foram andando de mãos dadas até a mesa, e então o garçom apareceu.

— Boa noite, senhores. O prato do dia hoje está em destaque no cardápio. — o homem falou entregando dois cardápios para eles. — Quando tiverem decidido, apertem o botãozinho que eu virei. — ele falou apontando para uma caixinha com guardanapos com um pequeno botão, e então se afastou.
— E então, o que você vai pedir? — Julio perguntou.
— Eu não sei. Acho que o 19. E você? — Allan perguntou fechando o cardápio.
— 21. Vai querer alguma coisa pra beber?
— Acho que uma coca. E você?
— Também. — Julio então fechou o cardápio e apertou o botão.
— E então... Já decidiram? — o garçom falou pronto para anotar o pedido.
— O 19 e o 21, por gentileza. E duas cocas em lata. — Julio falou com um sorriso.
— Certo. Já estará a caminho. — o homem falou sorrindo. — Sábado é dia da promoção de casal, se vocês forem pedir a sobremesa do casal e dividirem, sai com 50% de desconto.
— Está a fim de sobremesa? — Julio perguntou se virando para o amigo, com um sorriso.
— Claro! — Allan assentiu tímido.
— Então vamos querer uma dessa também, obrigado! — Julio falou sorrindo enquanto o garçom anotava e então se afastava.
— Então nós somos um casal? — Julio perguntou sorrindo.
— É só uma sobremesa... — Allan falou rindo, revirando os olhos.
— Eu sei que você já pensa em mim como seu namorado... — Julio falou com um sorriso, se recostando na cadeira.
— Não seja tão convencido, vai! — o garoto falou rindo.
— Mas se eu pedisse, você aceitaria? — Julio perguntou o olhando nos olhos.

Continua...

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