Nós Não Temos Que Dançar

Capítulo 2

“Estamos aqui agora com o vocalista da banda de heavy metal rebelde, Sanity's Fall! Larry Johnson, senhoras e senhores!" O DJ do rádio bateu palmas no microfone. "Larry. Larry, Larry, Larry. Estamos honrados em tê-lo aqui. O Sanity's Fall vem conquistando o mundo.”

Larry recostou-se na cadeira, os cabelos caídos e bagunçados ao redor dos fones de ouvido. "Muito obrigado, Joe. Também sinto a honra de estar aqui. Este é o canal principal que tocamos no ônibus durante os passeios.”

"Sério?"

"Definitivamente!" Larry riu. "Finalmente conhecê-lo é como ver um velho amigo."

"Idiota charmoso do caralho."  Sal murmurou baixinho.

Ele e sua banda estavam de pé atrás do vidro, assistindo Larry hipnotizar o DJ e o resto dos Estados Unidos na frente do microfone. Eles eram os próximos, ou pelo menos Sal e Todd, e assistir a essa exibição arrogante estava fazendo o sangue de Sal ferver.

Atrás dele, sua banda e a banda de Larry estavam conversando. As únicas pessoas com problemas reais eram os dois líderes, mas sua rivalidade era popular o suficiente para onde todos se sentiam obrigados o suficiente para manter aparências públicas. No interior, porém, eles eram pacíficos. Todo mundo estava em paz.

Exceto Sal e Larry.

“Então, Larry, todo o motivo pelo qual você chegou até aqui foi por causa de uma grande mudança que você fez cerca de dois anos atrás. Você deixou o The Sally Face Killers, logo após o lançamento de seu primeiro grande álbum.” O DJ do rádio parecia sério. "Todos nós vemos as bobagens vistosas entre você e o próprio Sally Face, mas vamos ser realistas. Como você realmente se sente sobre deixar a banda para começar a sua própria?”

Larry colocou as mãos atrás da cabeça e encarou através do vidro para Sal. "Melhor decisão que já tomei. Às vezes você só precisa fazer a coisa certa.” Ele olhou para o DJ novamente. "Eu finalmente consegui me expressar na música. Além disso, minha mãe nunca esteve tão orgulhosa. Ela sempre amou minha voz. E agora eu tenho minha própria banda."

"Ah, filho querido da mamãe! Tenho certeza que as mulheres adoram isso."

"Claro que sim." Ele riu. "Eu posso ou não ter uma garota em particular que adora." O estômago de Sal embrulhou. "Mas meus lábios estão fechados, Joe! Um segredo é um segredo."

Os dois riram.

Sal sentiu uma mão em suas costas. "Ei." Ele se virou para ver Todd. "Você vai superar isso."

Ele balançou a cabeça, suas chiquinhas azuis balançando.  “Eu odeio ouvi-lo ser um filho da puta. Me faz querer bater nele."

Todd zombou. "Eu imagino. Mas ei. Sempre tivemos as melhores entrevistas. Você é nosso pequeno bilhete mágico de ouro. Você é a razão pela qual chegamos até aqui.” Ele se virou para olhar através do vidro. "E a razão pela qual ele chegou tão longe também."

O DJ estava rindo de algo que Larry havia dito. "Uma última coisa antes de você ir, Larry. É verdade que você entrará na batalha das bandas ScreamFest em Los Angeles?”

"Sim!" Ele disse em um tom alto. “Os rumores são verdadeiros. O Sanity's Fall está chegando e planejamos trazer para casa o ouro."

"Porra!" Sal gritou. "A sério?"

Larry não conseguiu ouvi-lo, mas ele definitivamente viu Sal levantar as mãos com raiva. Ele botou a língua na bochecha e o jogou um olhar através do vidro.

"Faltam apenas seis meses, Larry! Qual é o plano?"

“Para continuar em turnê. Fazendo show quase todas as noites. Continuar indo forte.” Ele disse. “Mantemos o momento para homenagear nossos fãs. Nossos orgulhosos apoiadores. Nós amamos cada um e todos. Nós não estaríamos aqui sem eles."