Capítulo 5

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"Não!" Ashley estava no corredor do meio, bloqueando o caminho de Larry para os fundos. "Por que você está nessa porra de ônibus?"

Larry revirou os olhos. Um estava machucado. Ele tinha uma mochila por cima do ombro e um violão na mão. "Veja. Red quer que eu durma neste ônibus até chegarmos a Nova York. Para que possamos praticar?" Ele mudou seu peso nos pés. "Não queremos tocar juntos. Mas pelo menos podemos tentar tocar bem juntos."

"Nós não queremos isso."

"Nossos ônibus vão se separar. Faz sentido que façamos isso." Larry suspirou. "Veja. Eu não quero isso. Eu não quero nada dessa merda. Mas eu só quero sobreviver a isso, receber meu salário e ir para casa nas férias com um maldito troféu."

Sal, que estava bem atrás de Ash, estava assistindo isso acontecer. Seu estômago estava revirando. Ele tinha um milhão e um de pensamentos em sua cabeça e nenhum deles era coerente. Ele mal conseguiu formar uma frase. "Ash, eu não me sinto bem." Ele ia vomitar.

Ela se virou e tristes olhos verdes encontraram um azul aguado. "Vamos lá, cara. Vamos cuidar de você." Ela apontou para Larry. "Você não vai conseguir a cama extra. Você pega os assentos. E você não fala com Sal sem me procurar primeiro." Ela agarrou os ombros de Sal e o levou em direção ao banheiro. "Vamos."

Ela trancou os dois na pequena cabine e, sem hesitar, Sal se inclinou sobre o vaso e vomitou. Ash apenas segurou seu cabelo e esfregou suas costas até terminar.

"Eu não quero fazer isso, Ash. Eu não posso me apresentar com ele. Eu não quero cantar com ele." Sal tremia como uma folha. "Ash, eu não consigo. No maldito Dia D, eu não consigo."

"Eu sei, baby. Eu sei." Ela o abraçou com força, balançando-o de um lado para o outro. "Vai ficar tudo bem. Vai ficar super bem. Você tem eu, Todd, Maple e Chug. Basta dizer a palavra e Chug literalmente atropela esse babaca. Você sabe que não estou brincando." Isso fez Sal rir. "Nós vamos superar isso. Estarei aqui por você a cada passo do caminho."

"Eu tenho que cantar com ele no aniversário dele." Sal sussurrou. Seu lábio começou a tremer. "Seu aniversário. Seu aniversário. Nossa maldita-... eu não quero vê-lo. Não por tanto tempo. Uma ou duas noites, com certeza. Algumas vezes a cada poucas semanas? Tudo bem. Mas Jesus, por tanto tempo? Ele nem age como se já fomos uma vez-"

"Não pense sobre isso. Eu estarei aqui por você. Mas você tem que me prometer que também será inteligente durante tudo isso, ok?" Ela levantou o dedo mindinho.

Sal enrolou o mindinho em volta do dela. "OK."

Quando Sal parou de tremer e eles deixaram o banheiro apertado, foram recebidos por Larry sentado sozinho em um dos assentos do ônibus contra a janela, tocando calmamente em seu violão. Seu cabelo estava preso em um coque, com cabelos soltos soprando no ar condicionado do ônibus.

"OK!" Chug chamou por cima do ombro. "A próxima parada noturna é em Santa Fe!"

Maple sentou-se no banco do passageiro ao lado de Chug. "Mas sem paradas de fast food até a linha do estado, então para as próximas cinco horas, não sejam idiotas."

Ash hesitou antes de se sentar em frente a Larry. "O que seus caras acharam? Sobre tudo isso?"

"Eles acham que Sal visa bem." Larry olhou para ela enquanto mantinha a cabeça baixa sobre o violão. "Eles acham que isso me dará inspiração para finalmente terminar de mixar o segundo álbum. Ou pelo menos a metade que é minha. Mas eles estão relaxados. Eles não são como todos vocês. Eles não vão gritar sobre me castrar enquanto são carregados pela rua."

Ash estreitou os olhos. "Eu tinha razão e você sabe disso."

"Sal é um adulto. Um adulto muito forte, devo acrescentar." Ele apontou para sua contusão no olho. "Ele pode se cuidar." Ele se virou para olhar Sal. "Certo?"

Nós Não Temos Que DançarWhere stories live. Discover now