Capítulo 15

200 23 37
                                    

Uma tempestade chegou depois que outubro terminou. Uma ruim. Uma de tornado. Uma que os fez ter que cancelar um show por medo de dirigir nela. Eles estavam presos em um hotel nos limites de Wyoming. Felizmente para Sal, seu quarto individual era entre Larry e Travis e do outro lado do corredor, de Ash e Todd. Infelizmente para Sal, ele tinha um quarto individual. E tinha medo de tempestades.

A chuva caía sobre o hotel, derrubando a energia a cada poucos minutos e iluminando os quartos apenas com um raio. Aparentemente, o baixista e guitarrista principal do Sanity's Fall estavam tendo um vazamento em seu quarto no andar de cima. E Travis tinha uma grande árvore que ficava batendo contra sua janela. Ash tinha tomado algumas gomas de melatonina para passar por isso, então ela estava adormecida e inútil. Todd e Neil estavam passando a noite juntos, alugando um quarto secreto extra para que Red não soubesse deles compartilhando uma cama.

Sal, com toda a covardia e vergonha que conseguiu reunir, acabou decidindo ficar com Larry. Mas não antes de Larry aparecer primeiro à sua porta. "Eu trouxe maconha e Oreos." Ele levantou sua sacola plástica como se fosse um projeto de arte da infância que ele se orgulhava. Ele estava sorrindo como um idiota. As luzes do corredor acima dele piscaram, enfatizando as covinhas de suas bochechas.

Sal revirou os olhos e pegou a sacola de suas mãos. "Vamos passar por isso."

Ambos compartilhavam o vape de Larry enquanto devoravam o bando de Oreos em menos de dez minutos. Maconha e ansiedade podem deixar um par de meninos em crescimento com muita fome. Não demorou muito para que o nível alto de açúcar os atingisse e, posteriormente, o nível adequado de THC que ambos estavam procurando. Instantaneamente, tornou os sons do trovão mais distantes e os raios menos assustadores.

Larry estava mexendo a cabeça com músicas que não estavam lá. "Deus, estou com fome. Estou com sono. Não, só estou com fome." Ele jogou a cabeça para trás, rindo. "Estou usando coisas a mais na cocaína e maconha. Faz um tempo desde que eu fui pro puff puff puro e está muito foda."

"Seu vape é muito forte."

"Sim. Eu consigo uns bagulho caro. Como aquela mágica neve cem por cento." Larry bateu palmas. “Caralho, Travis é bom. Ele sabe como conseguir as coisas raras."

Sal vacilou. “Você cheirou? O pó puro?"

"Claro que não! Isso foi guardado para o Screamfest! Essa é neve das boas, não vou desperdiçar aqui em um hotel de merda nos arredores da porra do Colorado."

"Isso é... bom. Eu acho." O garoto de cabelos azuis assentiu.

"Mal posso esperar pelo Screamfest, cara. Mal posso esperar para conhecer todos. E ver todo mundo. E apenas... estar lá, cara. Lembra quando costumávamos sentar no meu velho apartamento de merda e assistir as transmissões ao vivo? Lembra quando estávamos empolgados com a possibilidade de assistir um show lá um dia? Estamos na porra do show, cara. Caralho." Larry sorriu torto.

"Porra, sim, cara." Sal não pôde deixar de sorrir com isso. "Nós realmente estamos aqui fazendo isso acontecer."

“Temos fãs, cara. Pessoas como nós, que estão sentadas em seus quartos de merda, com seus amigos nos olhando da mesma maneira que costumávamos olhar para todo mundo. Puta merda."

"Eu li alguns blogs de fãs como você disse."  Sal riu. "Larryface é tão louco."

"Totalmente, né?"

Larryface é o que os fãs decidiram chamá-los. Bem, pelo menos os fãs que pensavam que estavam namorando secretamente. Eles tinham vídeos de análise detalhando seu comportamento, sites inteiros apenas de ficção de fãs, páginas e páginas de edições do ship. Eles estavam discutindo sobre muitas coisas, incluindo a teoria de que provavelmente Sal e Larry estavam noivos, mas algo misterioso aconteceu. Foi surreal. Pela primeira vez em muito tempo, Sal sentiu-se exposto aos olhos do público de uma maneira perturbadora. Felizmente, o resto dos fãs continuou a calar os shippers. Não há muita informação nas rodadas. 'Shippar pessoas reais é nojento' era um lema popular. Era um argumento justo a se fazer, mas o fato de os shippers estarem corretos fez com que fosse uma história diferente.

Nós Não Temos Que DançarWhere stories live. Discover now