CAPÍTULO ONZE

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— Se veio procurar o Jungkook aqui, perdeu seu tempo, querida. — Respondi fechando o livro e o deixei na cadeira, caminhando até a garota.

— É com você que eu quero falar, garoto. — Diferente do caipira, a namoradinha dele parecia um poço de arrogância e pelas roupas, dava pra ver de longe que era rica e com certeza, mimada. — Se afasta do meu namorado, ou vai ter problemas comigo. — Exigiu bem petulante, jogando os cabelos para o lado e eu ri disfarçadamente.

Tolinha.

Ela não sabia com quem estava  mexendo.

— Por acaso, está me ameaçando, magrela? — Mesmo que estivesse bem claro, questionei, cruzando os braços em minha frente.

Eu podia arrancar aquele sorriso do rosto dela, se quisesse, bastava contar onde o namorado dela passou a noite e fazendo o que, mas não seria justo com o caipira.

— Conheço garotos como você, são todos bem fáceis e doidos pra tirar garotos como o meu Kookie, do bom caminho, mas eu não vou deixar, nem que pra isso, eu tenha que machucar alguém.

Puta que pariu, a garota era muito louca e a forma perversa que me olhava, me deixou paralisado.

— Você é louca, só pode. — Murmurei recuando para o mais longe que consegui ficar dela. — E é seu namoradinho que vive atrás de mim, querida. — Não perdi a chance de atacar, virando o jogo ao meu favor, mas, para a minha surpresa, ela apenas riu da informação.

— Ele pode até se divertir com você, garoto, mas sou eu que ele apresentou pra familia e pra todos os amigos, é comigo que ele vai casar, no máximo você serve de diversão, enquanto eu não abro as pernas pra ele. — Proferiu sem medir as palavras e foi como levar vários socos seguidos no estômago, senti vontade de vomitar.

— Já chega. — Disparei no meu limite de paciência se esgotando. — Vai embora. — A escurracei, sem me importar em parecer grosseiro e apertei os olhos ao vê-la rindo, rindo de mim.

— Está avisado. — Ela frisou a ameaça e sendo ainda mais petulante, se aproximou um pouco mais de mim. — Jungkook é meu. — Disse bem perto da minha face e deu o xeque-mate: — Só meu. — Me jogou um beijo no ar e saiu em direção ao seu carro, que estava parada perto da porteira, olhando para trás uma última vez, para me confrontar.

Não esperava ficar tão mal depois da "visita" da namorada de Jungkook e saber que ela estava certa, me deixou pior; eu sempre soube que ele só queria se divertir comigo, eu também só queria me divertir, sem envolvimento sentimental, tudo entre nós se resumia a sexo, mas doeu ouvir isso da namorada dele e a forma fria como ela falou, isso me atingiu bem fundo, um golpe e tanto no meu emocional.

Como fazia desde a infância quando estava triste, fui até a minha velha casa da árvore, que ficava nos arredores da fazenda da vovó, pra colocar os pensamentos em ordem. Estava tão distraído comigo mesmo, que não notei a aproximação da última pessoa que eu queria ver naquele momento: O Caipira.

— Oi, burgayzinho! — Ele acenou pra mim e estava lindo, quer dizer, irritante, como sempre.

— Sua égua está no estábulo da minha vó, agora me deixa em paz. — Murmurei sem olhar pra ele e continuei brincando com um elástico em volta dos meus dedos.

— Você está estranho. — E a culpa era dele. — Eu fiz alguma coisa? — Indagou, coçando a nuca, demonstrando confusão e ameaçou subir a escada da casinha, mas, pra sua sorte, recuou.

— Só vai embora e me deixa sozinho. — Continuei falando, sem olhá-lo, não queria correr o risco de desmoronar na frente dele e demonstrar o quanto era fraco.

— Melhor ir embora, eu acho que vai chover, e...

Antes dele completar a frase, eu me levantei do chão e o interrompi aos berros:

— Me deixa em paz! — Disparei descendo os primeiros degraus da escada, mas estava tão nervoso que acabei me desequilibrando, caindo em cheio no chão.

— Taehyung... — Ouvi ele chamar por mim, um pouco antes de apagar.

Continua...

O CAIPIRA • TAEKOOKWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu