CAPÍTULO TREZE

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— Eu gosto de você... — Após um suspense desnecessário, ele respondeu, mas o que veio em seguida me deixou triste: — Como amigo.

— Ah, ótimo, era o que eu precisava saber. — Respondi, lutando para parecer indiferente, mas era nítido que ouvir aquilo havia me afetado e muito. — Quero ir embora daqui, me ajuda a chegar na fazenda da vovó.

— Mas... — Ensaiou um protesto, mas desistiu. — Tudo bem. — Disse resignado.

Como a chuva havia diminuído consideravelmente, Jungkook me carregou nos braços até a casa da vovó, que não ficava muito distante de onde estávamos e foi embora, ao me deixar no meu quarto.

Passaram dois dias desde que Jungkook disse que gosta de mim, mas como amigo e eu estava tentando me convencer de que era recíproco, embora soubesse que não era bem assim, e desde então, não voltamos a nos ver.

Como já estava melhor do pé, aproveitei para caminhar um pouco, ouvindo música no iPod, até minha vó surgir onde estávamos, trazendo com ela, um homem que nunca tinha visto antes e muito bonito.

— Taehyung, esse é o Joy, o novo peão da fazenda e como você disse que queria aprender a cavalgar, acho que ele pode ajudá-lo. — Ela sugeriu num tom conspirador e alternou a atenção entre nós dois.

— Não... — Estava inclinado a recusar a sugestão, entretanto, eu precisava me distrair um pouco e usaria Joy pra isso. — Ah, ótimo. — Pronunciei com um sorrisinho maldoso, focando a atenção no peão novo.

Após passarmos pelo estábulo, Joy escolheu um cavalo para as aulas de equitação e escolheu um descampado para iniciarmos a aula.

— Ele é o cavalo mais manso da fazenda, Kim. — Me informou, alternando a atenção entre o cavalo e eu.

— Taehyung, me chama de Taehyung. — Usei um tom mais descontraído e sorrimos um para o outro, seu sorriso só perdia pra o de Jungkook. — Bem, eu tenho que subir nele, me ajuda?

— Oh, claro. — Ele se aproximou de mim e me segurou pela cintura, me impulsionando para cima e no momento seguinte, eu estava montado no cavalo e morrendo de medo. — Você segura a rédeas bem firme, mostrando a ele que você está no comando, e...

Ele começou a me dar as primeiras instruções, mas foi interrompido, adivinhem por quem... Isso mesmo, o Caipira.

— Burgayzinho, eu posso te ensinar a cavalgar, se quiser. — Se ofereceu, se aproximando da gente com a Espada e Jungkook com calça de couro, botas e chapéu, era minha definição de perfeição.

— Não sei se já percebeu, mas o Joy, meu amigo, já está fazendo isso. — Disparei o mais ríspido que pude, sorrindo para Joy que continuava segurando as rédeas do cavalo, ao meu lado.

— E eu posso fazer isso melhor do que ele. — Jungkook se aproximou um pouco mais, lançando um olhar mortal a Joy e para provocá-lo mais, apertei o ombro do peão, mirando-o.

— Não preciso de você. — Afirmei enfático.

— Mas eu insisto. — Então ele desceu da égua, seguiu até o peão e tomou as rédeas do cavalo, empurrando o coitado para o lado. — Já pode ir. — Joy não se moveu do lugar. — Anda, eu tô mandando. — Berrou para ele que saiu sacudindo a cabeça negativamente, olhando para trás, duas ou três vezes.

— Por que espantou o coitado?— Protestei enquanto pulava do cavalo e por pouco não caí no chão. — Ele só queria me ajudar. — O empurrei com as duas mãos, mas ele segurou meus pulsos, me deixando mais próximo do que eu julgava seguro.

— Sei bem o que ele queria com você. — Suas mãos abandonaram meus pulsos, mas seguraram minha cintura com tanta força que eu fiquei sem fôlego.

— E você se importa? — Provoquei, astuto, enlaçando meus braços em volta do seu pescoço.

— Claro, somos amigos, vou te proteger desses safados que só querem se aproveitar da sua inocência.

Inocente? Eu? Ah, tá!

— E quem vai me proteger de você? — Deixei nossos lábios a centímetros, olhando em seus olhos e me aproximei mais, de modo que nossos corpos se tocassem. — Eu estou ficando louco, ou você está com ciúmes, caipira?

— Por que eu teria ciúmes de você? — Perguntou confuso.

— Talvez você não tenha se tocado, mas gosta de mim. — E um sorriso largo surgiu na minha face.

— Claro que gosto, como amigo, já disse. — Disse bem pertinho do meu ouvido e arrepiou tudo.

— Ah, claro, amigo que me fode sempre que pode, que amizade conveniente, caipira safado. — Dei um tapa nada leve no Kookie Junior e ele fez uma carranca. — Admite logo que gosta de mim.

— Burgayzinho, eu...

Iniciou, mas foi interrompido pela corna mais corna de toda a Busan: Kiara.

Atrapalho?

Continua...

O CAIPIRA • TAEKOOKWhere stories live. Discover now