CAPÍTULO TRINTA E SEIS

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— Terminou com ele?

Me imaginei tacando um livro na cabeça daquela vadia cínica ao ouvir aquela pergunta.

—  Sim, como me pediu, também menti sobre transar com você. — Disse aos sussurros, me deixando completamente confuso.

Afinal, o que diabos estava acontecendo de verdade?

—  Ele me odeia, acha que voltei a gostar de você, mal sabe que fiz para protegê-lo. —  Sua voz estava embargada e ouvir isso começou a clarear meus pensamentos, tudo começou a fazer sentido.

Meus instintos estavam certos, ele não me traiu. Ele realmente não me traiu e isso era o que realmente importava e prevendo que aquela conversa tomaria um rumo diferente, tirei o celular do bolso e comecei a gravar tudo com o celular, tomando o devido cuidado de não ser visto.

—  Fez o certo, seu namoradinho, ou melhor, ex namoradinho, não duraria um dia na prisão, porque eu estava disposta mesmo a denunciar ele por agressão física e com o apoio do idiota do Jaehyun, que acredita em tudo que eu falo, ele iria fácil em cana. — Murmurou com tranquilidade, tentando tocá-lo, entretanto, Jungkook se esquivou da mão dela e isso me animou consideravelmente.

— Sabemos que ele não bateu em você, Taehyung seria incapaz de algo assim. —;Ele contrapôs para me defender, apoiando o corpo na prateleira de livros e pela forma que olhava a ex, não tinha dúvidas de que a detestava.

—  É, ele realmente não encostou em mim, mas em quem você acha que todos acreditaram, na pobre garota traída, ou no amante do namorado dela e…

Após salvar a gravação, me levantei do chão e me aproximei dos dois, encarando aquela víbora de frente e mesmo sendo contra violência, senti vontade de realmente dar uns tapas naquela cara cínica daquela estúpida.

—  Eu vou matar essa garota. — A ameacei, mas antes que eu pudesse me aproximar, Jungkook segurou meu braço, me impedindo de chegar até ela e cometer um homicídio.

—  Você ouviu tudo? —  Perguntou incrédula, crescendo os olhos em minha direção.

— Gravei também, sua idiota. —  E tentei avançar contra ela e mais uma vez, Jungkook me impediu de fazê-lo, agora segurava meus dois braços. —  Supera que ele não te quer, Kiara, deixa a gente em paz e some das nossas vidas, garota.

— Isso não vai ficar assim. —  Frase típica dos perdedores. —  Eu juro que vou me vingar de você, Kim Taehyung. — Fez a ameaça e saiu pisando forte para fora da biblioteca, sobre os olhares curiosos dos    ali estavam.

—  Eu...

—  Vem a gente conversar em casa. —  Segurei sua mão e também saímos da biblioteca.

Ao chegarmos em casa, eu coloquei a mochila em cima do sofá e fiquei observando ele parado perto da porta, me encarando assustado, como se fosse sua primeira vez ali. Caminhei até ele e o trouxe até o sofá, então o empurrei contra o móvel e me sentei em seu colo, ficando defronte a ele, enlaçando meus braços em volta do seu pescoço, observando ele por um instante e meu coração voltou a bater com a mesma intensidade de quando estamos juntos e todas as dúvidas se transformaram em certezas e a maior delas, era que eu o amava.

—  Não transou com ela? — Embora soubesse a resposta, queria ouvir da boca dele e só então, sossegaria de vez.

—  Eu não suporto a Kiara, só nos deitamos juntos, porque ela ameaçou te mandar pra prisão e prefiro você me odiando o que prezo por minha culpa. — Murmurou sem conseguir do me encarar e seus ombros caíram, o bastante para que eu o abraçasse com força, acalmando-o, mostrando que estávamos bem mais uma vez.

— Então gosta mesmo de mim?

Eu realmente não poderia dispensar essa resposta depois de todas as idas e vindas no nosso relacionamento e seu sorriso de coelho safado alcançou até a minha alma.

- Sim, eu...

Sabendo que ele não conseguiria falar, decidi seguir os conselhos da minha mãe.

— Eu te amo, Jungkook e tudo bem se você não consegue dizer que me ama, porque eu sei que me ama e isso é o que importa. — Falei tudo sem preâmbulos e o beijei, um beijo saudoso, selando um momento único na minha vida. —  Pensar que não gostava mais de mim foi a pior sensação que eu já senti e eu não quero te perder nunca.

—  Doeu machucar você, doeu muito. —  Estava contido, mas aos poucos começou a se soltar, me apertando em seus braços, ficando minimamente perto e dava pra sentir angústia emanando através dos seus poros e o coração estava acelerado.

— Não quero mais pensar nisso, só quero passar o resto do dia com você, aproveitando cada segundo, como se fosse o último, meu amor. — Me inclinei todo para beijá-lo, mas ele se esquivou, me deixando confuso.

— Sabe por que eu não consigo dizer "eu te amo"? —  Meneei a cabeça negativamente. —  A primeira vez que eu falei isso pra alguém, a pessoa riu de mim e desde então, eu fiquei traumatizado. — Me contou e ver ele falando sobre algo tão íntimo me deixou feliz, estávamos nos tornando confidentes, melhores amigos, além de namorados.

— Bem idiota essa pessoa. Não consegui evitar externar o pensamento. — Eu sei que me ama e isso basta. —  Comecei a beijá-lo por todo o rosto, parando em sua boquinha linda, onde dei uma atenção maior. —  Passa a noite aqui? Só pra eu ter certeza que estamos bem mesmo e isso não é um sonho. —  Falei todo manhoso, me inclinando pra cima dele, que se deitou no sofá e eu me deitei por cima do seu corpo, observando-o de perto. —  Fica comigo, caipira.

—  Passo o resto da minha vida com você, se quiser, Burgayzinho. —  Respondeu e foi sua vez de tomar iniciativa para me beijar e o fez da melhor forma, bem safado, como sempre, nunca me cansaria dele.

Impressão minha, ou era quase um pedido de casamento?

[...]

Jungkook e eu já estávamos na portaria do prédio, quando me toquei que havia deixado o celular carregando em cima da cômoda, pedi que ele fosse na frente e voltei para buscá lo. Já estava fazendo o caminho inverso, bem próximo do elevador, quando senti uma pancada forte na cabeça e com o impacto, acabei desmaiando no mesmo instante.

Continua...

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⏰ Última atualização: Nov 13, 2021 ⏰

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O CAIPIRA • TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora