CAPÍTULO VITE E DOIS

1.6K 233 69
                                    

— Eu...

Ela nem me deixou concluir a fala e já foi cuspindo marimbondos pra cima de mim:

— Já deve ter se divertido o suficiente com Jungkook, agora deixe-o em paz. — Proferiu sem dó, usando as palavras pra me ferir.

— Ele não é só diversão pra mim. — Minha voz saiu tão baixa que parecia um sussurro de alguém com medo.

— Não duvido que realmente goste do meu filho, mas com certeza o melhor para ele é ficar com a Kiara. — Disparou sem preâmbulos e senti como se tivesse acabado de levar um soco no rosto.

— Ela foi falar com a senhora? — Questionei, logo após me recuperar do baque anterior.

— Não, o próprio Jungkook me contou que largou a namorada porque quer ficar com você e se realmente gosta dele, se afaste e deixe que ele seja um garoto normal. — A cada palavra pronunciada, eu me sentia pior perto dela e a forma como ela me olhava me fez sentir como um grão de areia.

— Ser gay não é defeito. — Contrapus em voz baixa e seu sorriso cínico acabou comigo de vez. Me arrepiei todo quando ela se aproximou, me observando dos pés à cabeça, como uma serpente prestes a dar o bote.

— Sabe qual é o maior sonho do Kookie? — Neguei com a cabeça e recuei para o mais longe que consegui ficar dela e de seu veneno. — Ser pai, Kim. — Mais um soco, mas agora no estômago. Ela havia realmente conseguido me deixar péssimo em questão de minutos e eu achando que Kiara era má. — Deixe que ele realize esse sonho e tenha uma vida normal. Se realmente gosta do meu filho, faça isso. — Após dar o golpe mortal, ela saiu do quarto, me deixando quebrado em mil pedacinhos.

[...]

Chorei e chorei mais um pouco assim que a mãe de Jungkook foi embora e minha tarde se resumiu a chorar e comer chocolate enquanto chorava, pensando sobre qual decisão tomar e por mais que eu estivesse apaixonado pelo caipira e ele por mim, não impediria que ele realizasse seu sonho.

— Quase que eu vinha te buscar na Espada, mas a bichinha tá cansada, passamos o dia todo juntando o gado do meu pai. — Ele saiu falando sem freio, assim que chegou no meu quarto, por volta das 20h e estava todo arrumado e cheiroso como nunca. — Não se arrumou ainda?

— Eu não vou mais ao jantar na sua casa, Jungkook. — Pronunciei encarando o moreno e fiquei péssimo quando o sorriso sumiu do seu rostinho lindo.

— Não acredito que vai fazer essa desfeita com a minha mãe, ela até cozinhou pra você. — E com certeza colocou veneno na comida. — Por que não quer ir, burgayzinho? — Perguntou e me abraçou por trás, deslizando o nariz por meu pescoço. — Fala.

— Eu decidi que não quero mais ficar com você, Jungkook. — Consegui falar, após um longo tempo juntando coragem e a forma como o caipira me olhou, me deixou pior do que eu já estava.

Continua...

O CAIPIRA • TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora