CAPÍTULO VINTE E CINCO

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Antes que Yoonjae tivesse a chance de me apresentar ao seu mais novo senpai, que pra minha desgraça, era o homem por quem eu estava completamente apaixonado, J-Hope chegou pra me salvar e saiu arrastando Jae, com a desculpa de irem comprar juntos mais bebidas e sem querer bater de frente com o caipira, subi as escadas com toda a pressa que consegui e me tranquei no quarto de Hope, caminhando insistentemente de um lado para o outro.

Sabia que estava me comportando como um covarde, mas não conseguia conversar com ele e novamente fingir que estava bem depois de todas as merdas que falei.

Jungkook tinha razões para me odiar.

Após um minuto de ponderação, decidi tomar vergonha na cara e ir falar com Jungkook, não tinha mais nada a perder, já estava a centímetros da porta, quando alguém a abriu antes de mim, só senti o pedaço de madeira acertando minha cabeça em cheio, me nocauteando.

— Desculpa, eu... — Ele começou a falar, entretanto, sua voz se perdeu ao perceber que tinha me derrubado. — Taehyung?

— Jungkook! — Disse meio sem graça e consegui me levantar com sua ajuda. — Que surpresa ver você aqui. — Tentei puxar assunto, mas ele não estava interessado em me ouvir, me deu as costas e caminhou em direção à saída do quarto. — Espera.

— Não tenho nada pra falar com você, Taehyung. — Curto e grosso e mesmo não tendo o direito de ficar magoado, eu fiquei.

— Sei que não terminamos muito bem, mas eu...

— Quando você foi embora, eu fiquei péssimo. — Ouvir isso me deixou paralisado, não conseguia mover um músculo do corpo. — Passei algumas noites sem dormir e sempre tentando entender onde eu errei, aí eu entendi que apenas eu me apaixonei, apenas eu me fodi todo quando você foi sincero e não quero nunca mais sentir a mesma dor. — Após o desabafo cortante, ele olhou bem fundo nos meus olhos, ultrapassando até minha alma e foi embora.

— Sinto muito se magoei você. — Pronunciei alto o suficiente para que ele me ouvisse, no entanto, Jungkook não parou de se afastar, sumindo no corredor seguinte.

Algumas horas mais tarde;

— Já é o sexto corpo seguido, Taehyung, vai acabar ficando bêbado. — J-Hope me alertou.

— Com sorte eu morro. — Engoli o resto do líquido azul do copo, encarando a conversação pra lá de animada entre Yoonjae e Jungkook, que vez ou outra, olhava pra mim.

— Credo, o que você tem? — Hope questionou, me impedindo de pegar mais bebida e eu fiz cara feia pra ele. — Acho melhor você falar logo pra o Jae que o caipira é seu senpai, ou vai dar ruim, ele foi e voltou falando do cara o caminho todo, quase dei um soco nele. — Tentou me alertar 

— Me deixa, Hope. 

O empurrei da minha frente e quase cambaleando, consegui chegar até a porta de saída da casa, mas só depois de derrubar um vaso caro e esbarrar numas três pessoas. Estava vendo tudo turvo e meu corpo estava levinho, levinho, era péssimo com álcool e com a cabeça girando mais que carrossel, me sentei um pouco na grama do jardim, mas minha tranquilidade acabou quando Kim Berg, o maior imbecil do bairro, surgiu em minha frete.

— Olha o que temos aqui, Taehyung. — E sentou-se ao meu lado, colocando um braço em volta do meu ombro. — Bebe, tá bem gostosinho, como você. — Me ofereceu bebida e claro que não aceitei, já estava bêbado o suficiente.

— Quem te convidou, Berg? — Perguntei pausadamente, pestanejando sem parar.

— Vamos nos divertir, anjo. — Se inclinou todo pra cima de mim e segurou meus pulsos.

— Me larga... Berg, já mandei me largar. — Exigi aos berros, mas foi inútil, o babaca se fez de surdo.

— Ah, para de ser fresco, Taehyung, eu sei bem o que você quer. — Pronunciou em meio a um sorriso devasso e meu estômago embrulhou.

— Larga ele. — Alguém ordenou e só em ouvir sua voz, meu coração já começou a dançar um tango.

Era o caipira. Meu caipira.

— Ou? — Berg o provocou. 

Eu vou fazer você se arrepender de ter tocado nele. 

Continua...

O CAIPIRA • TAEKOOKOù les histoires vivent. Découvrez maintenant