O CAIPIRA • TAEKOOK

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

— Me apresenta ao seu namorado, Taehyung? — Minha mãe se levantou e me puxou para cima pelos pulsos, ambos encarando o caipira.

— Mãe, esse é Jungkook, meu namorado, Jungkook, essa é minha mãe. — Fui breve ao fazer as apresentações e voltei a desmoronar no sofá.

— É um prazer conhecê-la, sra. Kim. — Num ato de cavalheirismo, ele se curvou para beijar a mão da minha mãe, me encarando, logo depois.

— Igualmente. — Ela usou seu tom mais gentil. — Venham jantar comigo hoje à noite. — Fez o convite, já se preparando para ir embora.

— Talvez a gente vá, mãe. — A levei até a porta e nos despedimos com um abraço apertado.

— Será que ela gostou de mim? — Ele indagou, se sentando ao meu lado no sofá e eu segui ignorando-o. — Você está bem?

— Só cansado. — Suspirei, cruzando as pernas. — Te liguei a tarde toda, onde estava?

— Um colega da turma se ofereceu pra me ajudar a concluir um relatório na casa dele. Ele é muito inteligente e adora animais. A euforia que ele usava pra falar do tal colega conseguiu me deixar pior do que já estava.

— Eu podia ter te ajudado. — Rosnei, sem me importar em não parecer irritado, coisa que eu estava. — Por que não me procurou?

— Não quis te incomodar. — Sua justificativa vaga só conseguiu me deixar ainda mais possesso. — Impressão minha, ou está irritado comigo?

— Você só sumiu o dia todo, Jungkook, não tenho motivos pra me irritar. — Respondi o mais cínico que consegui, me afastando ainda mais dele,  tanto que quase caio do sofá.

— Detesto ciúmes sem motivos, não tô afim de brigar. — Então ele se levantou com pressa e foi em direção à porta.

— Kiara tem razão, você não gosta de mim. — Disparei bem alto, fazendo o moreno parar em frente à porta. — Já se divertiu o suficiente, agora vai procurar outro. — Minha voz estava assustadoramente alta e minha irritação estava em seu auge, mesmo que por dentro, eu estivesse estilhaçado, como vidro lançado ao chão.

— Taehyung para, está me ofendendo. — Me advertiu e seu olhar me deixou absorto por um instante. — Não têm motivos pra desconfiar da minha fidelidade.

—  Traiu ela comigo,  por que não me trairia com outro?

Já nem sabia que porra eu estava fazendo, ou melhor dizendo, falando, só sei que eu era ótimo em ferrar com tudo, sempre.

—  Por que eu... —  Para minha frustração, ele não concluiu a frase e tudo teria sido tão diferente, se ele dissesse que me amava, mas não foi o que ouvi a seguir: —  Desde quando se tornou tão inseguro, Taehyung?

—  Me deixa sozinho... —  Exausto emocionalmente, me deitei no sofá e passei a ignorá-lo.

—  Hey, não vou te deixar sozinho, prometi isso a você ontem. —  Quando me dei conta, ele já estava parado em frente ao sofá, me observando. — Por que está assim, todo estranho comigo?

—  Vai embora, já disse, Jungkook. — Insisti em expulsá-lo, embora não quisesse realmente ficar sozinho.

— Eu... —  Novamente ele se interrompeu no meio da frase, me deixando frustrado e confuso. — Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

Jungkook beijou o topo da minha testa e foi embora, me deixando sozinho, como eu havia pedido.

Passei o resto do dia pensando sobre tudo de ruim que estava me acontecendo ultimamente. De tanto pensar, acabei dormindo, só acordei por volta das 2h da madruga, com o celular vibrando debaixo do braço e ao desbloquear a tela e ver o conteúdo da mensagem recebida, meu mundo ruiu de vez.

Era uma foto de Jungkook dormindo ao lado de Kiara, na mesma cama,  aparentemente pelado.

Continua...