Eu não posso perdê-lo

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Consultório Persona

17/07/2017 - Consulta XXIII

Horas adicionais


— Tae? 

Comecei a ficar realmente preocupado. Nenhum vestígio dele em lugar algum. Fui vasculhar novamente cômodo por cômodo e nada. 

Depois de descobrir o quanto aquela casa é enorme, vasculhando cada canto da mansão Kim, até quartos que eu jamais tinha entrado, percebi que Tae provavelmente não estava na casa. Mas, por alguma razão, voltei até a cozinha. Ele tinha ido tomar água, e a geladeira estava aberta. Na hora não liguei para isso, mas depois, fiquei intrigado.

Quando contornei o balcão americano para fechar a geladeira aberta, meus olhos pairaram sobre Taehyung desacordado no chão. Posso sentir meu desespero de novo só por lembrar dessa cena. Me agachei mais depressa do que meu cérebro pode processar as informações. 

— Tae? Ai, meu Deus... Tae? Acorda... — Sacudia ele, mas simplesmente não reagia.

Percebi que havia sangue no chão, então meu desespero só aumentou. Virei seu rosto e afastei os cabelos da sua franja, e um corte na lateral da sua testa se revelou. Além do ferimento, estava queimando em febre. Recolhi seu corpo desfalecido do chão, acomodando deitado em meus braços. Estava pálido e com os lábios quase sem cor. 

Deitei Kim no sofá da sala e me agachei ao seu lado: 

— Taehyung? Tae! Pelo amor de Deus! Acorda! Não faz isso comigo... Tae? 

Tentava reanimá-lo e nada. O sangue do ferimento escorria pelo seu rosto, molhando os cabelos de sua franja. Temi que a lesão fosse grave e isso me deixou ainda mais desesperado. Fiquei em pé, passei as mãos pelos meus cabelos, completamente aflito. Tentei respirar fundo e pensar com clareza. Retirei minha camiseta rapidamente, pressionando sobre o ferimento para tentar estancar o sangue. Em seguida, apanhei o telefone na mesinha de centro, mas para meu alívio, ele reagiu e tossiu, quase sem forças.

— Ai, graças a Deus! Tae... Você tá sangrando. — Me ajoelhei no chão, tentando limpar o local. — Vou te levar para o hospital. — Levantei assim que percebi a profundidade do ferimento.

Ele olhava para mim de uma forma tão estranha... Depois passou a esfregar os olhos.

— Tae... O que está havendo? — Achava que ele não estava me reconhecendo e seu silêncio me deixava ainda mais preocupado. — Por favor, fala alguma coisa? 

— Eu só não estou... Eu só não estou enxergando direito — respondeu, estreitando as pálpebras.

O medo de que ele estivesse inventando uma desculpa e desconversando, como sempre, era muito maior.

— Você sabe quem eu sou, não sabe? — Me ajoelhei na sua frente.  

— Quê? Claro, Jungkook... Eu só me sinto meio... zonzo, ainda... — esclareceu como se fosse óbvio. — Ai, minha cabeça... — Seus olhos se apertaram com força após essa reclamação.

— Mas o que você teve? — perguntei, enquanto tentava limpar o local mais uma vez.

— Não sei. Me sinto enjoado... Ai, ai... Não aperta. — Desviou, levando a mão até a lesão. 

— Eu vou te levar para o hospital — insisti, já me levantando. 

— Não precisa... Olha só, já tá até parando de sangrar. — Passou sutilmente a ponta dos dedos no corte, mas não era só isso que me preocupava, então, verifiquei sua temperatura com o dorso da minha mão em sua testa. 

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