Ciúmes? Nunca.

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Consultório Persona

25/02/2017 - Consulta IV 


Hoje eu estou realmente de saco cheio com tudo. Já demiti uma pessoa, nada me impede de dispensar seus serviços que tem se demonstrado cada vez mais inúteis. Então, coopere comigo, seu terapeuta de araque.

Meu nome é sim Kim Dono do Mundo Taehyung, tenho 21 anos de idade, mas sou tão sábio quanto um ancião. Não ouse subestimar minha inteligência. Minha cor favorita é sangue... Acho que o nome dela é "vermelho", enfim... Meu número da sorte é 3 e eu gosto de demitir pessoas porque algumas delas não sabem ser discretas ou éticas.

 "Calma"? Não me peça para ter calma depois da cena que eu presenciei. Se tem uma coisa que eu odeio é quando as pessoas subestimam minha inteligência. Digamos que eu continuo observando o comportamento dessa pessoa que eu escolhi sem critério algum, mas isso somente porque foi proposto por você. Até porque não existe motivos além desse.

Doutor, você quer que eu estimule minha memória para não esquecer mais das coisas, mas tem cenas que eu queria poder deletar da minha mente e não lembrar nunca mais. Esta é uma delas.

O avião finalmente decola. Eu estava tão cansado devido ao evento que tive que comparecer na noite passada que se estendeu madrugada adentro. E, não, eu não saí com nenhuma pessoa naquela noite anterior. Eu estava apenas exausto de ter que cumprimentar todo mundo, conversar com as pessoas, cada uma daquelas celebridades. Não queria me socializar. Se pudesse, teria ficado sentado na minha mesa, na companhia de meus seletos convidados, durante todo o evento.

Mas, enfim... Voltando a parte que eu estava dentro do meu, repetindo caso não tenha entendido, meu avião particular, ok?! Sobrevoávamos acima do oceano já há pelo menos quase uma hora. Eu estava tentando relaxar, mas eu só ouvia uma voz gritando dentro da minha cabeça, repetindo para que eu fosse atrás do ladrão dos meus pensamentos. Mas, eu tenho meu orgulho.

Fiquei sentado na minha poltrona tentando dormir, ou fingir que dormia. Achava que tudo estava sereno e tranquilo dentro daquele avião, mas a única coisa pacífica que havia ali, era o oceano abaixo de nós.

Meu Deus... Eu ainda tenho vontade de atirar todos eles pela janela.

Eu comecei a ouvir alguns barulhos... Sons... Nossa! Acho que vou vomitar, só por lembrar.

Não conseguia distinguir o que era, mas sabia que algo estava acontecendo. E, não. Não era uma turbulência. Antes fosse! E você nem sabe como eu odeio uma.

Ouvi a porta do banheiro sendo aberta. Instintivamente olhei para trás nessa direção. Percebi a nova Comissária de bordo, que eu nem lembro o nome, saindo do banheiro enquanto amarrava os seus longos cabelos loiros. Até aí tudo bem... Nada demais.

"Vamos voltar a tentar dormir", eu pensei. Até ouvir o barulho da porta do banheiro abrindo novamente. Poderia ser alguém entrando? Poderia.

Mas não era!

Olhei na direção da maldita porta e quem passava por ela era, nada mais nada menos, do que o causador da minha insônia saindo, e eu disse saindo do banheiro, enquanto, disfarçadamente, ajeitava as roupas. Eu não preciso nem te explicar o que os dois estavam fazendo lá dentro, não é?!

Por Deus! Eu quero arrancar meus olhos!

 "Se eu os demiti"?

Lógico! Mas somente a ela. Eu deveria ter demitido os dois, eu sei... Mas ainda farei ele aprender como que se comporta em um ambiente de trabalho. Eu dei a ele uma segunda chance, mas apenas para adestrá-lo.

Three MinutesWhere stories live. Discover now