— Senhor, entenda, eu realmente gostaria de lhe ajudar. Porém sem a receita do seu médico, eu não posso. — tento mais uma vez explicar ao senhor de idade algo que já repeti mais de 5 vezes.
— E por que não!?, Olha aqui mocinha, eu preciso desse remédio, o meu coração precisa. — ele se altera, e me controlo para não revirar os olhos.
Precisa tanto que nem a receita do médico se dispôs a trazer!
— Vá para casa, traga a receita, e não terei o menor problema em lhe vender, entende? — forço um sorriso, e me assusto quando ele bate forte sua bengala no chão.
— Eu nunca mais volto a essa espelunca! — ele me dá as costas, e lhe dou dedo.
— Que se foda você e seu remédio então! — murmuro para mim mesma, porém sou pega de surpresa quando meu chefe surge do além atrás de mim.
— Isso é jeito de tratar os clientes? — ele semicerra os olhos para mim.
— Desculpe senhor, é que o homem estava insistindo na compra de um remédio sem receita. — lhe explico morrendo de vergonha, e quando tento me aproximar, acabo batendo meu dedinho no pé da cadeira. — Porra!
— Que tipo de remédio? — meu chefe nem se importa se quebrei os dedos.
— Para o coração. — trinco os dentes de raiva.
Essa quinta feira não estava dando para mim. Quase perdi o metrô, um cachorro tentou me pegar na rua, o universo parece que havia decidido que iria foder comigo hoje.
— Bem, realmente, sem receita não dá. Mas manere seu linguajar, okay? — ele questiona, e entra de volta para sua mini sala, que mais parece um cubículo, sem me dar a oportunidade de responder.
Vá se ferrar você também!
— Inferno! — Praguejo quando sem querer esbarro na minha xícara de café, despejando o líquido quente sobre todo o balcão da farmácia.
Eu desisto de entender o que o mundo tem contra mim!
— O mundo não Corine, o universo! — murmuro sozinha pegando o espanador embaixo do balcão caminhando até às prateleiras de remédios.
Pelo menos eu dei sorte, hoje não era dia de checar o depósito, nem fazer o balanceamento de medicamentos nas prateleiras.
É, talvez eu só esteja sendo dramática.
[...]
Corro pelo corredor, sendo repreendida pela mulher que limpava o chão próximo aos banheiros da universidade.
— Desculpe! — peço não me virando para olha-lá.
E quando chego no mural, no fim do corredor meus ombros sem encolhem.
Isso vai demorar!
E aqui estava eu, tentando ao máximo manter meu cabelo preso em um rabo de cavalo. Enquanto as pessoas só faltavam se estapear para saber a nota que tiraram no teste surpresa.
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Clímax - Duologia Donas Do Prazer (Livro |)
Romance1° Livro da Duologia : Donas Do Prazer Corine vive na movimentada e fria Nova York. Morando com seu irmão mais velho e a irmã caçula de 2 anos, a jovem tem seu tempo totalmente investido no trabalho que possui em uma farmácia local e na faculdade de...