Capítulo 49

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O ar em meus pulmões se fizeram ausentes quando eu a vi entrando naquela igreja

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O ar em meus pulmões se fizeram ausentes quando eu a vi entrando naquela igreja. Suspirei afetado pela beleza estonteante daquela mulher, uma tiara prendia parte de seu cabelo escuro e ela estava sorrindo, tão feliz quanto eu. Eu nunca havia sido o homem mais religioso de todos, e eu desconhecia a natureza dos anjos, mas sem sombras de dúvidas em outra vida Corine havia sido um.

Ela estava linda em um vestido simples e branco de manga. Caio estava ao seu lado, mas o ignorei totalmente enquanto ele a me entregava no altar, sua luz me puxava e como um ótimo futuro marido eu a seguia com o olhar a todo segundo.

— Você está tão bonita — eu não conseguia encontrar palavras mais elaboradas, mas queria que ela notasse a intensidade do simples "bonita".

Me curvei para beijar sua testa morna, porém uma dor em meu peito me fez afastar. O que pareceu uma simples fisgada me consumiu até que a dor me fizesse fechar os olhos bruscamente e sentar no altar sentindo suas mãos me sacudirem na esperança que eu reagisse. Senti meu corpo mole, dormente e minha cabeça leve. Escutei vozes ao meu redor "Verifique a pressão arterial do paciente", "Preciso de uma radiografia urgente para saber onde a bala está alojada no peito". Como um casamento havia acabado assim? Quem estava com uma bala alojada no peito?

Eu sentia mãos sobre mim, e queria pedir que se afastassem porém não conseguia abrir minha boca, muito menos meus olhos. As vozes antes muito próximas foram ficando distantes, até que o silêncio e o escuro foram as únicas coisas que me sobraram. Eu não sabia quanto tempo havia me mantido dessa maneira, segundos? Minutos? Algumas horas? Não conseguia identificar. Minha primeira tentativa de abrir os olhos após sentir um toque morno sobre minha mão foi dolorida. O ambiente em que eu me encontrava era bastante claro e a ardência não me permitiu abrir os olhos o suficiente. Praguejei mentalmente quando minha segunda tentativa também se tornou inútil.

— Oi, sou eu de novo — uma voz baixinha de fundo chegou até mim. Mesmo em um tom mais rouco, eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar — Eu fugi do quarto para te ver. Você tinha razão, acho que sou um pouco rebelde — eu tinha certeza que um sorriso estava formado no rosto da Corine, e tudo o que eu mais queria era abrir os olhos para poder confirmar.

Seus dedos finos apertaram ainda mais firmemente a minha mão. Meu corpo antes entorpecido parecia estar retornando aos sentidos, mas eu ainda não conseguia retribuir seu toque. Um baixo fungado chegou até mim e constatei que ela estava chorando, o que estava acontecendo? Quem diabos havia feito a minha mulher chorar?

— Eu estou sentindo tanta a sua falta. Toda a equipe médica está bem otimista com a sua recuperação, mas eu não. Eu só vou poder relaxar quando você acordar e me disser que está tudo bem, que tudo vai ficar bem. — Ela uniu nossas mãos e aparentemente deixou seu rosto sobre elas, a pele macia e a parte úmida de suas bochechas graciosas estavam pressionadas no meu dorso.

Tudo vai ficar bem meu amor! Gritei interiormente e me esforcei novamente em abrir os olhos. O ambiente claro novamente fez meus olhos arderem e lacrimejarem, mas continuei a me esforçar até que consegui me acostumar com a claridade. A primeira coisa que notei foi o teto branco, movi minha cabeça com cautela e senti uma leve dor com memórias vívidas do porquê eu estava ali.

Clímax - Duologia Donas Do Prazer (Livro |)Where stories live. Discover now