— Dá para você falar alguma coisa? — sugeri, mas os olhos castanhos úmidos ainda estavam presos em mim como garras — Por favor — eu sentia meu fluxo sanguíneo correr quente e rápido nas veias em minha garganta, provavelmente meu pescoço estava vermelho, enquanto meu coração acelerava rápido, quase como um início de infarto, mas eu sabia que era apenas a minha ansiedade.
— Você está...— Caio pigarreou, piscando perdido, quase como se tentasse buscar sua voz em um limbo perdido — Você está maravilhosa, tão bonita como eu imaginei que estaria, até mais na verdade.
— Estou? — esperei um "mas" carregado de alguma gracinha.
— Sim, isso é genética, olhe para mim? Como você poderia não está linda — revirei os olhos em um meio sorriso, é claro que ele soltaria essa no meio da minha formatura.
Não me surpreendendo, Caio abriu os braços onde me aninhei, sentindo um pouco da ansiedade abandonar o meu corpo. Por muito tempo fomos apenas nós dois e Eva, os tempos são outros, novas pessoas em nossas vidas, novos caminhos, mas ainda sim somos pedaços unidos e igualitários.
— Eu estou tão orgulhoso de você, sabia que você iria até o fim minha gnomo — ele sussurrou, tomando cuidado suficiente para que só eu ouvisse no emaranhado de alunos preocupados com suas becas e capelos.
— Ok, ok, você vai me fazer chorar, Caio — me afastei e peguei a beca de sua mão, a vestindo. Sua curiosidade sobre meu vestido era quase tão grande quanto a minha durante essas últimas semanas — Onde está o resto do pessoal? — olhei ao redor.
— Bem ali — ele acenou para o final da arquibancada, onde mãos se ergueram em nossa direção, Sara, Sabina e Eva estavam juntas. Tom deveria estar junto com o pessoal do seu curso, então provavelmente eu só o viria no final da cerimônia, ou na festa — O Magnus não vem?
— Ele está atrasado, problemas de infiltração em um dos restaurantes, ele precisou ficar para supervisionar tudo — dei de ombros, mas na verdade eu estava chateada, não com ele é claro mas sim com o universo. Eu queria que ele estivesse presente quando o meu nome fosse chamado, porém pelo andar da carruagem só nos veremos após toda a comemoração.
— E não está chateada com isso? — Caio me sondou, como uma águia e abri meu melhor sorriso de comercial de dentadura.
— Não tente me provocar, Caio, hoje não — beijei sua bochecha, e me encaminhei para a segunda fileira, cumprimentando o pessoal da minha classe.
Os primeiros diplomas simbólicos — já que os verdadeiros só serão entregues na próxima semana — foram da turma de jornalismo, e aplaudi com fervor enquanto o nome do Tom era chamado. A cerimônia estava sendo realizada em um estádio de futebol graças ao número de formandos, um palco havia sido montado no centro junto a bancos para os alunos.
Assisti enquanto todos eram chamados, nome a nome, diploma a diploma. Até que os alunos de nutrição foram mencionados, me erguendo olhei para trás, Sara acenou para mim e sorri tensa, aparentemente ele não vai conseguir chegar.
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Clímax - Duologia Donas Do Prazer (Livro |)
Romance1° Livro da Duologia : Donas Do Prazer Corine vive na movimentada e fria Nova York. Morando com seu irmão mais velho e a irmã caçula de 2 anos, a jovem tem seu tempo totalmente investido no trabalho que possui em uma farmácia local e na faculdade de...