Nota
A partir deste ponto a narrativa volta a ser linear e...
Boa sorte!
Elawan, seus pensamentos rugiam por ela. Forte o bastante para alcançá-la no andar superior. O encontrou na escura sala de chá do térreo.
– Já ouviu falar de pó negro – iniciou o feérico. Sorel negou. – Chamado de inferno gris no sul. Quero que supervisione a retirada daqueles malditos barris da minha adega. Depois dê ordens que cada alcova dessa casa e cidade seja revistada em busca dos cúmplices e da substância, mas mantenha archotes longe... – Ele prosseguiu, sem que que a branah lhe desse atenção. Ira estava enraizada em sua fala, mas a feérica tinha a dela, era fria. Na saleta do primeiro andar, uma vela de cera de abelha havia sido acesa no canto. Absorveu a composição do cenário com a surpresa lhe tomando a face. Avançou na direção da mulher largada na cadeira.
– Aparecendo sem convite? A idade minou sua cortesia, milady.
Lidney derramou nojo por sobre a dor. A mão direita estava deformada num ângulo incômodo.
– Discordo, o cabelo escuro e a maturidade caíram bem a ela. Empresta. – Elawan não esperou permissão para tirar o prendedor dos cabelos da feérica. Os olhos escuros da humana o desafiaram. – O que pedi, Lidney, isso acaba. – Silêncio. – Devia ter ficado longe.
A ponta de metal atravessou a mão humana e se alojou no braço da cadeira de amieiro. Sorel lamentou, ainda que madeira e tecido fossem carmim, teriam de se livrar do conjunto inteiro. O grito de dor ficou entalado na garganta humana.
– Eu podia ter tentado – resmungou Sorel.
O feérico lhe indicou que prosseguisse, massageando a têmpora. A branah se debruçou sobre a mulher que se agarrava a sua dor, um olhar tão selvagem como não via em humanos. Que quer anuviasse os pensamentos se fazia um obstáculo para a branah, mas reconheceu a situação. Elawan riu conforme ela se esforçava em sua tentativa.
– Como o marido – Elawan não estava desconfortável como devia. – Kervan sempre foi bom executando planos, nunca concebendo. Pode me contar? – Com a calma de um artesão, ele moveu a seta por entre os ossos da mulher.
Espasmos de dor a percorreram.
– Elath – Ela gritou. – Apoio... meu primo. Não ficamos parados nos últimos anos. Eu... – Lidney tentou conter as próprias palavras ao morder os lábios. O lorde continuou, mais devagar. – Nos separamos, não era esse o plano. Ele não seguiu. Não seguiu. – O rosto de Elawan estava esculpido em pedra. Deus ou monstro, dependia do ponto de vista. A mulher arfava copiosamente. – Kervan ia a Hillon! Ela vai te deixar uma cabeça mais baixo.
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Entre Damas e Espadas
FantasyFeéricos governam o reino de Awen, mas esse poder vem a custa de muito sangue, tramas e mentiras. Talvez o mais ambicioso deles seja Elawan, que controla as sombras do reino, mas não deve sua lealdade a ninguém além de si. Após ser traído, um nobre...