O príncipe do Carvalho
Há muito tempo, cresciam juntos na floresta igualmente antiga, um Salgueiro e um Carvalho. Num inverno muito distante, um filhote de dragão ferido na tempestade ali se acomodou.
O Carvalho oportunista enroscou suas raízes em torno do dragão adormecido que naquele século não mais acordou.
Grava, carvalho, pele ressequida, bem depois do sabugueiro branco como a promessa de morte, foi lá que ela encontrou.
Parecia, a princípio, uma estranha formação na madeira, mas toda aquela floresta era estranha e as crianças ao redor dela estavam... Enlouquecendo.
Ela não sabia.
Acordara o dragão.
Pressentindo o perigo, fugiu, mas tocara a madeira e o Salgueiro deixou sua marca. Já estava entre os seus quando o dragão a alcançou. Não teve tempo de explicar, mas sua cabeça doeu. Não era o grito do animal que a irritava a ponto de deixá-la no chão, de mãos nos ouvidos; era o som da mata, o bater da madeira naquela floresta.
Batia, carvalho, movia, uma promessa e um uivo distante.
Seu povo se reuniu contra o dragão, uma branquidão fraca e quebradiça que podia ser madeira então. Ela guiou o animal para o leito do rio, ninguém viu, mas ali o dragão caiu.
Quando ela se ergueu do baixio, o réptil estava morto, mas ela ainda estava marcada.
O príncipe do Carvalho é esperto, e ainda buscaria quem havia lhe vitimado.
Inverno acima, primavera abaixo, as estações se foram, mas a marca perdurava, três voltas negras espiraladas e sempre que o Príncipe do Carvalho se movia, em busca de nova seiva, todos os sons se aplacavam.
Na mente dela só havia, um bate-bate ritmado.
Madeira contra madeira, numa ventania palpável.
Madeira contra madeira e todos os sons paravam.
Madeira contra madeira, sua cabeça doía e nela batia, para suplantar os sons do carvalho. Irritada e amargurada, ela tentava se fazer ouvir, dizia o que o príncipe buscava, mas muito custava aos machos admitir que havia algo errado. "A floresta é assim, um ninho arriscado" e mais gente sumia e quando a lua crescia, vinha o príncipe enciumado, buscando aquela que roubou seu jovem réptil alado.
Vigiava, vigiava.
A floresta tem ouvidos, inteiramente conectada.
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Entre Damas e Espadas
FantasyFeéricos governam o reino de Awen, mas esse poder vem a custa de muito sangue, tramas e mentiras. Talvez o mais ambicioso deles seja Elawan, que controla as sombras do reino, mas não deve sua lealdade a ninguém além de si. Após ser traído, um nobre...