Valor A Fiel II

16°

🥀Lorena Ribeiro🥀

Vejo o Relíquia passando avoado de moto e o meu peito aperta de um jeito, mas de um jeito que pai amado, entro no beco que os dois bonitos estão e já saio puxando a Luana e o Lucas pelo braço.

Eu: vocês dois vão para casa de carro, eu- falo pegando a chave da moto de um vapor- vou atrás do seu pai antes que ele faça merda- falo prendendo o meu cabelo num coque bagunçado- vocês- falo apontando para os adultos presente- direto para casa, o Gabriel não está em si, ele vai fazer merda, eu tô sentindo- falo angustiada e saio correndo atrás da moto.

Monto na mesma, coloco o capacete e saio mais que acelerada para casa da dona Marta, quando eu chego vejo a moto que o Relíquia estava largada no meio da rua e entro correndo caçando ele pela casa e logo acho ele na lage chorando e com uma arma no queixo pronto para atirar.

Eu: Gabriel para- falo tomando a arma da mão dele e a jogo para longe me ajoelhando no chão- Gabriel olha para mim- falo segurança o seu rosto- não faz besteira, você tem dois filhos maravilhosos, uma família incrível, não faz besteira- falo e ele me puxa para ele me abraçando numa força que pai amado
Relíquia: me perdoa, Lorena, me perdoa meu amor, por favor me perdoa- fala entre o choro e eu aperto mais ele contra o meu corpo
Eu: calma Gabriel, calma, respira fundo, respira e inspira- falo e aos poucos ele vai se acalmando.

Quando ele está mais calmo eu desço com ele, ajudo ele com o banho, faço um café forte e dou para ele beber puro mesmo, logo dou um remédio para ressaca e coloco ele para dormir, quando ele dorme eu apenas saio do quarto e vou para bar vendo todos lá preocupados e dona Marta chorando que se treme.

Dona Marta: como ele está? Como o meu menino está?- pergunta e eu abraço ela apertado
Eu: ele está bem, tá dormindo, calma- falo e ela se acalma um pouco.

Deixo as crianças com os pais deles a pedido da dona Marta e subo para casa apé mesmo, entro em casa trancando a porta e respiro fundo tentando me manter a calma, vou subindo as escadas devagar enquanto tento assimilar tudo o que aconteceu e caio sentada no meio das escadas chorando de soluçar, as minhas mãos começam a tremer, o grito entalado na garganta, a respiração já me falta, grito tirando toda a dor que reside em meu peito e passo a mão no meu rosto tentando me acalmar.
Está doendo, está doendo muito, muito, muito mesmo, e essa dor não passa, cada dia que passa ela só piora mais e mais.

[...]

Saio do banheiro enrolada na toalha e vou direto pro closet, visto um conjunto de lingerie da ck preto e uma calça de moletom folgadona, prendo o meu cabelo num coque bagunçado, passo desodorante e saio do closet vendo o Bryan na minha cama e dou um sorriso de lado.

Eu: desistiu de dormir com o seu pai?- pergunto e ele confirma com a cabeça
Bryan: o meu pai não é o único que precisa de companhia- fala e eu dou um sorrisinho me deitando com o meu filho e deito a minha cabeça no seu peito- como a senhora está?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: sinceramente? Péssima, o seu pai, a ex maluca dele que estava morta, apareceu viva fodendo com as nossas vidas e morreu de verdade, aí tem você e a Luana que eu quero deixar fora dessa confusão e proteger, sei lá filho, sua mãe está ficando doida- falo e ele da uma risadinha
Bryan: o pai tava chamando a senhora lá enquanto dormia- fala e eu fico quietinha
Eu: eu amo o seu pai, ele é o amor da minha vida, na as coisas que ele já fez comigo, as coisas que eu já ouvi ele falar para mim- falo e respiro fundo
Bryan: o papai também te ama muito- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: o seu pai é o amor da minha, eu nunca duvidei disso, mas nem sempre o amor é mais forte que a dor, quando você se apaixonar de verdade você vai entender- falo e ele fica quieto- ou uma certa Juliana já roubou o coração de um certo filho meu?- pergunto e ele da risada
Bryan: a Juliana é legal mas eu não tô afim dela não, não tô afim de ninguém para mandar a real, só quero curtir a minha vida sabe mãe? Eu tenho quinze anos pô, sou novo demais para pensar em me amarrar- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: está certinho meu amor- falo e ele da risada.

Logo o Bryan dorme e eu levanto de fininho indo para a área da piscina, vou até o bar e pego um copo de whisky com gelo para beber, me sento na beirada da cama cruzando as pernas e fico bebendo enquanto olho a água da piscina, quando eu dou por mim as lágrimas já estão rolando soltas pelo meu rosto, respiro fundo tentando manter a calma e toda aquela dor que eu achei que tinha expulsado hoje mais cedo voltou com ainda mais força, dor essa que está me destruindo, que está me corroendo cada vez mais. Olho para a varanda do meu quarto e dou um leve sorriso, lá existe uma parte da minha calmaria, meu filho, e as outras duas partes estão na casa da minha sogra, a minha filha e o Gabriel, que querendo ou não ainda tem meu coração para ele, mas que infelizmente não soube cuidar do meu coração mas ainda o tem para ele, assim como eu sei que o coração dele ainda me pertence. Não pretendo voltar com o Gabriel e se eu voltar não vai ser nem tão cedo, eu apenas entrego tudo nas mãos de Deus e deixo ele guiar a minha vida do jeito que ele quiser e achar que irá me fazer evoluir como ser humano.