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🥀Lorena Ribeiro🥀

Eu: me deixa entrar porra- falo tentando me soltar dos vapores que estão me segurando a todo custo
- ordens do chefe, a senhora não pode entrar até a guerra acabar- fala e eu continuo me debatendo para subir a favela e ajudar a porra dessa invasão.

O aperto do meu peito está cada vez pior, a dor que me consome já não consigo mais aguentar, é um sentimento ruim que está me consumindo, uma dor insuportável no meu coração, eu não sei explicar, mas eu estou com medo, o Gabriel está nessa guerra e querendo ou não ele ainda é o homem que eu amo.
Aconteceu tudo muito rápido mas para mim foi o mesmo que se fosse em câmera lenta, do nada o Bryan apareceu correndo entre os tiros, em um segundo ele estava e em um piscar de olhos ele estava caindo no chão com a camiseta branca favorita dele criando uma bola de sangue que foi crescendo cada vez mais, foi como se eu sentisse os tiros no meu peito. Eu realmente não sei da onde eu tirei forças, mas finalmente consegui me soltar dos vapores e corri até o meu filho me jogando em cima dele para o proteger de mais tiros.

Eu: calma meu amor, a mamãe está aqui, vai dar tudo certo, você vai ficar bem, eu prometo- falo desesperada e os paramédicos me tiram de cima dele para o colocarem na maca e o levarem na ambulância.

Entro na ambulância com ele e vou a todo tempo segurando a sua mão enquanto os paramédicos prestam os primeiros atendimentos, dois tiros, deram dois tiros no meu bebê.

[...]

Relíquia: cheguei- fala chegando perto da gente e eu corro até ele me afundando no seu abraço
Eu: o nosso bebê, o nosso garoto, o nosso príncipe- falo voltando a chorar desesperada e ele me abraça forte
Relíquia: calma preta, vai dar tudo certo, o nosso garoto é forte- fala me apertando ainda mais no abraço- cadê a Luana?- pergunta preocupado
Eu: na lanchonete com o Lucas- falo e ele confirma com a cabeça.

Fico alí abraçada com o meu esposo esperando alguma notícia do meu príncipe, não importa se eu e o Relíquia estamos ou não separados, o abraço dele é o único capaz de confortar nesse momento.

Relíquia: vem, vamos beber uma água- fala me puxando para a lanchonete, ele compra duas garrafinhas de água e voltamos para a sala de espera.

Abro a minha água e a tomo em poucos goles, esfrego o meu rosto nervosa e o Relíquia me entrega a outra garrafinha para beber também.
Meu Deus, meu filho tem só 15 anos, uma vida inteira pela frente, os amigos dele e a crush aqui sem nenhuma reação, a irmã dele desolada e eu então nem se falar, me leva meu pai, me leva mas não leva o meu filho, por favor, não o meu bebê.

Relíquia: eu vou no banheiro- fala tentando soltar a minha mão e eu o abraço apertado escondendo o meu rosto no seu peito
Eu: não me solta, não agora Gabriel, por favor não me solta, se eu ainda estou aqui em pé é por causa de você e da Luana, então não por favor, não me solta por nada sua vida, mesmo que eu mande você embora mil vezes, não me solta, eu te imploro- falo desesperada voltando a chorar e ele me puxa ainda mais para ele
Relíquia: eu nunca seria capaz de soltar você preta, não você- fala e da um beijo na minha testa- eu tô aqui e não vou sair daqui, te prometo- fala e me aperta mais no abraço- eu nunca vou te deixar, você me bater, me xingar, fazer o que quiser, mas eu não vou te deixar- fala e me puxa ainda mais si, como se isso fosse possível.

[...]

Cat: amiga bebe água, por favor- pede me entregando a garrafinha e eu nego com a cabeça esfregando o meu rosto nervosa pela milésima vez
Relíquia: preta, olha para mim, bebe a água, o médico acabou de te examinar e disse que a sua pressão está alta, bebe essa água, por mim, pela Luana e pelo Bryan, bebe a água preta- pede se abaixando na minha frente e eu pego a garrafa me tremendo toda- deixa que eu te ajudo- fala e pega a garrafa abrindo a mesma e coloca a boca da garrafa na minha me ajudando a beber.

Eu não consigo parar de chorar, já desmaiei, já fui medicada, a cada uma hora um enfermeiro vem me examinar e a minha pressão está nas alturas, eu não estou conseguindo me acalmar, é o meu filho que está baleado em alguma sala dessa porra desses hospital, eu já gritei, eu já me bati, eu já bati no Gabriel, eu não tenho mais voz para gritar, eu não tenho mais forças nas pernas para ficar em pé e não consigo parar de tremer nem por um segundo.

Relíquia: olha para mim- fala segurando a minha mão enquanto eu engulo a água- o Bryan vai ficar bem, ele é forte igual a mãe dele, ele vai aguentar essa, o nosso moleque é vitorioso e Deus está no comando de tudo preta- fala e eu confirmo com a cabeça e ele leva a garrafinha de água novamente até a minha boca.
Eu: obrigada- falo assim que a água acaba e ele pega a minha mão beijando as costas da mesma
Relíquia: eu sou o teu marido, eu tô aqui para isso e vou continuar aqui porquê eu te amo- fala e me abraça- vai dar tudo certo, confia em mim, Deus está no comando de tudo e ele não vai permitir que isso aconteça na sua vida sem nenhum propósito- fala e eu confirmo com a cabeça fungando e ele força um sorriso secando o meu rosto
Lua: trouxe para a senhora, come mãe, se não a senhora vai passar mal de novo- fala me entregando um sanduíche e o Gabriel pega o mesmo abrindo e da na minha boca
Eu: obrigada meu amor- falo e ela força um sorriso e se senta do meu lado segurando a minha mão.
Médico: senhora, seu filho saiu da cirurgia e já está no quarto, o quadro dele e estável, peço que a senhora vá para a casa com a sua família, durma, descanse e volte amanhã cedo, qualquer coisa iremos ligar para o seu celular- fala e eu confirmo com a cabeça.

Valor A Fiel IIWhere stories live. Discover now