Parte XIII

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  — Jimin, precisamos conversar. — Ditei atrapalhando seu diálogo com NamJoon.

  — Pode falar. — Park lambeu os dedos me fitando.

  — É particular. — Sorri sem graça para NamJoon. Eu sei que somos amigos, mas não estou preparado para contar sobre os acontecimentos macabros que me cercam.

  — Tudo bem. — Jimin pediu para o Kim continuar em seu lugar e me seguiu para os banheiros. — O que aconteceu? — Lhe entreguei o bilhete que encontrei mais cedo. —  "Você não está seguro."

Ouvir Jimin repetir aquela frase me fez arrepiar. Antes de vir a escola estava tudo normal. Tomei o banho, fiz minha higiene matinal e resolvi dar uma olhada na pena que encontrei na sala do doutor Rixon, mas só o bilhete estava lá. A pena sumiu completamente.

  — Acha que o psicólogo invadiu meu quarto? — Indago. Park dá de ombros, ele não fica tão assustado quanto eu. — Tudo indica que sim. A pena não sumiria sozinha, e esse bilhete foi escrito por alguém.

  — O único macho que entra no seu quarto é o seu namoradinho. — Sua fala me faz revirar os olhos. — Pergunte a TaeHyung.

  — Escuta, não é porque está bravo com Jungkook que deve ficar assim comigo também. Somos amigos, lembra? — Jimin assentiu, mas não transparece nenhuma confiança. — Fale comigo quando finalmente deixar de bobagens.

Dei as costas para meu melhor amigo e segui sem rumo pela escola.
Desde a chegada de TaeHyung, NamJoon e o psicólogo Evans tudo está um verdadeiro Caos. As vezes penso que ambos tem uma forte ligação, porém, coisas que posso não saber.

Há dias meu pai não me liga para falar sobre o jantar com TaeHyung, imagino que tem trabalhado muito e sente por não estar tão presente na minha vida. Me sinto mal por não perguntar sobre seu relacionamento com a Sra.Choi, talvez ele pense que estou odiando quando na verdade tenho coisas maiores para me preocupar.

  — Sr. Evans. — Bati à porta já adentrando sua sala flagrando o mesmo fumando. Sem graça, ele rapidamente apagou o fogo e me deu a atenção desejada. — Trouxe uma flor, achei que fosse gostar. — Lhe entreguei uma rosa branca. O aniversário é meu, mas costumo presentear conhecidos.

  — Feliz aniversário, pequeno Jung. — Rixon bateu palmas e sorriu, o elogiei em meus pensamentos. Seu semblante mudou por milésimos segundos voltando ao de antes. — Não deveria fazer isso, você quem merece o presente.

  — Me sinto bem fazendo isso. — Respondi. Rixon ficou claramente sem reação, apenas encarou a rosa branca e contendo um sorriso espontâneo. — O senhor tem aves?

  — Aprenda a ser mais direto, Hoseok. Pergunte de uma vez porquê tenho aquela pena que roubou de mim. — Rixon estava me fuzilando com o olhar. Não era uma expressão amigável e estava longe de ser ameaça.

  — Terei a resposta se perguntar?

  — É algo importante para mim. Um presente significativo, com o poder imaginável do impossível. — Evans respondeu. Não entendi bosta nenhuma, mas se ele diz que é importante. — Aquela pena é minha fonte de vida.

  — Desculpe-me, eu realmente não sabia.

  — O sinal tocou, vá para sua aula. — O psicólogo macabro fez questão de abrir a porta para minha saída. O obedeci sem questionar.

Tem caroço nesse angu.

Rixon Evans é mais um enigma que fode meu psicológico. E sempre que estou com ele lembro-me logo de TaeHyung. Como se ambos tivessem uma conexão assustadora comigo e que à qualquer momento pode ser revelada. Isso me causa ansiedade.

Só por ele mencionar a pena tive certeza que a recuperou, e se deixou aquele bilhete para me assustar...Não,  ele não se arriscaria assim. Evans pode ter simplesmente invadido minha casa para buscar o que lhe pertence. Além disso, comprovei que a letra não era dele pela sua forma de assinatura.

E sinceramente, a letra dele é feia demais para estar no bilhete.

  — O trabalho em dupla que mencionei na aula passada deve ser apresentado próxima semana, ele cobrirá muitas atividades e dará um conhecimento acessível para todos. — Pattison nos lembrou. Os suspiros frustrados dos alunos costuma animá-lo, ele é um perfeito filho da puta. — Lembrem de que a dupla deve fazer o trabalho, não apenas um de vocês.

  — Está livre hoje, Anjo? — O Kim murmura baixinho.

  — Para ser sincero, não estou. — Respondi ignorando contato visual. Ele pode tentar me manipular ou algo do tipo. — Jimin e eu iremos assistir filmes juntos, por tanto, não apareça na minha casa.

  — Como quiser. — TaeHyung ditou.

É incrível sua capacidade de chantagear os outros. Mas, desta vez não irei ceder nada. Hoje é meu aniversário e comemorar com meu melhor amigo é tudo que almejo.

Em casa, fiz os pratos típicos incluindo o bolo maravilhoso que Jane me faz. Desde que trabalha aqui a mulher faz comidas deliciosas apenas para Jimin e eu comermos. É uma tradição de nós três. Jane não é só uma empregada, ela é como uma mãe para mim. Não reclamo por ela ainda me dar puxão de orelha, penso que é necessário para meu amadurecimento.

Jane foi o meu anjinho quando resolvi me assumir gay para meu pai. Mesmo sendo um homem moderno, nunca houve ninguém da família a ter uma revelação tão chocante. Me sinto orgulhoso por ter sido o primeiro.
A funcionária foi embora no seu horário normal. Fiquei aguardando ansioso pela mensagem de Park avisando que estava a caminho.

Dez horas. Onze horas. Jimin não apareceu.

O dia ainda não tinha acabado, mas duvidei muito que ele viria. O combinado é comer antes da meia-noite, e ele nunca, nunca me decepcionou. Liguei incontáveis vezes para sua casa e celular pessoal, ninguém atendeu.

Ele não poderia ter esquecido, poderia?

Qual é! É aniversário de Jung Hoseok. Até meu pai lembrou da chamada de vídeo que fazemos anualmente quando ele está longe de casa. Justo a pessoa mais próxima iria esquecer?

  — Um minuto e meio para meia-noite. — Sussurrei olhando o relógio.

Coloquei o bolo na geladeira retirando as velas de dezenove anos, não estava aguentando olhá-las e me lembrando que sou repetente na escola. A campanhia tocou três vezes como da vez em que TaeHyung esteve aqui. Corri para atender e me deparei apenas com uma caixa na cor lilás. Não havia remetente muito menos rastros de quem a deixou. Abri a mesma me deparando com uma caixa menor e ao abrí-la estava um colar junto de um bilhete.

"Eu beijaria cada ferida da tua alma, abraçaria suas tempestades e em troca apenas gostaria de mais sorrisos teus.  Feliz aniversário, Anjo." ~ Passarinho

O remetente me arrancou um riso nasal por lembrar de imediato daquele novato babaca. Meia-noite foi anunciado, já era dezenove de fevereiro, mas ainda assim eu estava feliz.

Fiquei hipnotizado pelo colar com pedrinhas minúsculas e brilhosas, carregando um pequeno coração dourado. O abri presenciando o sol grafado num lado e a lua noutro. Tão exuberante. TaeHyung tem muito bom gosto.

  — Você me irrita, mas lembrou do meu aniversário. — Comentei rindo. Fui para frente do espelho para usar o único presente recebido.

Satisfeito, ousei cortar uma fatia do bolo para experimentar.Não poderia decepcionar Jane e desperdiçar seu carinho por mim, como sempre, estava tudo delicioso. Comi das comidas até enjoar e voltei para o quarto. Estava me sentindo protegido de todo o mal.

Me pergunto por onde diabos anda Park Jimin.

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Preparem os corações para os próximos capítulos!
Estou avisando!

Interação: Qual a fic favorita de vocês?

Beijos na bunda😙😙😙

Coração Valente | kth & jhsWhere stories live. Discover now