Parte XVIII

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"Que pecado um anjo caído deve ter
cometido pra ser expulso do céu?
Talvez tenha sentido amor em demasiado,
abre o seu coração iluminado e abençoado,
dele sai a brisa mais pura, torneado de
belas canções e lindas poesias só pra
exaltar o seu grande amor. "

Abri os olhos com dificuldades pela claridade do local e me vi deitado numa cama de hospital. Era tudo branco, fácil de identificar, e havia um certo alguém comigo, segurando minha mão direita.

Não foi difícil saber que Jimin quem dormia agarrando meu dedo, usando a mesma roupa de hospital que eu e  parecendo um verdadeiro anjinho.

  — Ji? — O chamei.

Park levantou o rosto de imediato e limpou o recanto da boca onde estava molhado de saliva.

  — Até que enfim você acordou, Hoseokie. — O rapaz não hesitou em me abraçar. — Como está se sentindo?

  — Estranhamente ótimo.

  — Ainda bem. O meu carro foi destruído, mas pelo menos estamos vivos.

Fiquei confuso com seu comentário, mas provavelmente era uma lembrança nova para não lembrar do que realmente aconteceu. Ele ficaria tão traumatizado se soubesse de tudo que sei. Mas a pergunta é:

Por que diabos ainda estou vivo?

Era para TaeHyung ter o meu corpo. Eu permiti ser possuído e assim Jin não conseguiria ter sua imortalidade de volta.

Meu olhar caiu sob a pessoa que adentrou o quarto, fazendo meu coração palpitar de alegria e minha garganta apertar desejando um choro inconsolável. TaeHyung sorriu minimamente entregando café para Jimin e ocupando o espaço do mais novo.

  — Jungkook está te esperando no seu quarto. — O Kim disse a Jimin, esse que não perdeu tempo em sair as pressas do local.

  — O que aconteceu? Por que eu não morri? — Minhas perguntas saíram atropelando uma a outra.

  — Eu rejeitei o sacrifício. Por mais que desejasse um corpo humano, não conseguiria viver a vida sem você. — TaeHyung era quem segurava minha destra, não desviando o olhar nenhuma vez. — Agora sou teu Anjo da Guarda particular.

  — Mas você disse que odiaria esse cargo. — O recordei do seu maior pesadelo.

  — Era isso ou não te ver nunca mais. Pelo menos agora terei a obrigação de cuidar melhor do meu Anjo.

Por breves segundos o esverdeado acariciou meu rosto, seus olhos tinham um brilho novo e sua pele parecia mais radiante.

  — E quanto ao SeokJin?

  — Ele se foi, Anjo. Tudo foi resolvido. Você está seguro dele e de qualquer outro ser insignificante.

  — Sendo assim, deite aqui comigo e vamos aproveitar a companhia um do outro. — Sugeri.

O Kim não hesitou em deitar ao meu lado, apertar meu corpo contra o seu e me fazer cafuné até dormir. O cheiro indecifrável, porém memorável de TaeHyung era suave como algodão doce e causava êxtase. Senti alívio por estar vivo e por ele ainda estar comigo após tanto sufoco.

Na manhã seguinte Jimin e eu tivemos alta, fomos direto para minha casa. TaeHyung nos deixou sãos e salvos tendo a recepção calorosa de Jane completamente sensível pelo ocorrido e explicando que meu pai viria à noite. Avisei ao Kim que o jantar com meu pai seria hoje, ele ficou tão feliz que mal poderia esperar.

  — Jane e eu queremos saber uma coisa, Hoseokie. — Park me encarou sério. A expressão dos dois me fez imaginar que ambos sabia o que realmente aconteceu, mas mantive minha face tranquila. — Conseguiu fazer o boquete direito?

Coração Valente | kth & jhsWhere stories live. Discover now