Parte XVI

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"Um anjo só pode voar com asas, quem não as tem, permanecerá caído."

De tantas pessoas próximas não imaginava TaeHyung sendo o culpado pela minha morte. Quanto mais pensava nisso meu coração apertava e acelerava freneticamente, minhas mãos suaram frio e não tive argumentos para enfrentá-lo. O Kim poderia simplesmente acabar com a minha vida e eu jamais saberia.

Mantive meu corpo sentado no chão, encostado na parede e longe do Demônio que me trouxe para sua guilhotina. Pedi tempo para acalmar minhas emoções e decidir o melhor para a situação. Não é fácil descobrir seu assassino e muito menos quando você não quer mais mantê-lo longe.

  — Quando seria o dia da minha morte, afinal? — Perguntei decidido. Jurei para mim mesmo que não seria mais fraco e agiria com sabedoria.

  — O dia do parque. Fiz você sentir uma premonição de sua morte, mas desfiz. Estava curioso sobre você ter medo de altura e ainda assim aceitar vir comigo no brinquedo. — TaeHyung levantou o olhar indiferente para mim. — Na sua casa tentei novamente, com a faca em mãos. Mais uma falha.

  — Então eu não estava paranóico. — Ri desacreditado. — O beijo deve ter sido uma forma de assassinato, não é?

  — O Paraíso e o Inferno se encontraram com nosso primeiro beijo. — Presenciei seu sorriso alargar enquanto ditava as palavras. — Embora não acredite, eu adorei beijar você, Anjo.

  — Você é um louco. — Estalei a língua, ainda estava confuso. — Desistiu de me matar por quê?

  — Se eu fizesse, nunca mais veria você sorrir. Não consigo explicar o quanto você mexe comigo, mas sei que irei cometer um erro se te matar. — Respondeu o Kim, hesitante. A mão do homem deu batidinhas na cama como um chamado e mesmo com medo, obedeci automaticamente. — Toque as cicatrizes e poderá ver algo do passado.

TaeHyung ficou de costas para mim deixando-me mais aflito com aquelas enormes cicatrizes, fazendo-me sentir culpa e gratidão misturadas. Ver sua pele exposta tirou meu foco por um tempo, mas logo o obedeci e como uma viagem no tempo eu estava num lugar desconhecido. Avistei o Anjo Caído sentado em uma das mesas do que parecia um bar em seguida uma mulher apareceu acariciando-o por trás.

Senti um leve ciúme sendo um mero espectador.

  — Ainda está bravo por eu não querer ir com você? — A mulher indagou. Parecia estranhamente familiar.

  — Prometeu que me ajudaria a encontrar um ótimo hospedeiro, Ivy. Não perca seu tempo e conte logo sobre esse humano. — O Kim rejeitou os toques da garota deixando-a se afastar quando levantou-se.

  — Não perde a oportunidade de ser um grosso desde que terminamos. — A mulher suspirou frustrada. — Jung Hoseok, esse é o humano perfeito para você possuir. — A mulher se aproximou de TaeHyung. — Eu sei que podemos continuar juntos, só quero sua paciência...

  — Agradeço pela ajuda. — O Anjo Caído tirou as mãos da mulher de seu corpo e se retirou do local.

Olhei bem para o rosto da mulher notando finalmente onde a vi. De fato, ela e o Doutor Evans tem semelhanças assustadoras. A imagem que eu tinha se dissipou levando-me de volta para aquele quarto de Motel. TaeHyung estava segurando meu corpo e me afastei assim que notei.

  — Aquela mulher é idêntica ao psicólogo Rixon. — Comentei.

  — Então é isso. Ivy optou pela forma masculina para ficar próxima de você. Eu deveria ter previsto isso. — TaeHyung ocupa uma expressão irritada, talvez pela sua ex também me querer morto. — Agora sabe quem machucou Jimin, acho que ela pensou que fosse você.

Coração Valente | kth & jhsWhere stories live. Discover now