Parte XXIII

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"Dizem que quando um sino toca, um anjo vai para o céu. Permita-me silenciar todos os sinos para que anjos como você, nunca voem para longe de mim!"

    — Ora, Anjo. Não pode ficar bravo porque taquei uma bola de neve em você.

  — Fala isso porque não sentiu a proporção. — Resmunguei.

  — Um beijinho e tudo vai sarar.

  — Mas foi na bunda, TaeHyung.

  — De tapa você não reclama, não é?

O moreno sorriu balançando a cabeça e largou a neve no chão direcionando passos longos até mim.

O frio estava suportável, mas eu ainda ficaria resfriado pela proporção de tempo e sensibilidade. Não faz mal. Estava rezando para cair neve e brincar com TaeHyung, mas acho que levo as coisas muito a sério.

  — Acha que a mulher vai falar quando acordar? — Segurei firme suas mãos, entrelaçando nossos dedos e ficando próximo do seu rosto, seu hálito é tão refrescante quanto uma brisa calma.

  — Não estou preocupado com isso. Eu não quero deixar você a sós com uma desconhecida. — O moreno elevou as mãos para cobrir melhor minhas orelhas e soltou um longo suspiro. — Por tanto, liguei para Yoongi ficar de olho. Não confio nele, mas é o que tem.

  — Tanto alarde por isso? Ela não deve ser uma pessoa ruim.

  — Todo mundo é uma pessoa ruim, não existe cem por cento, e sim o meio termo.

  — Entendido, Sr. Kim.

  — Espero não estar sendo abusivo, eu só tento protegê-lo da minha forma.

O Kim passou a fitar meus lábios de forma obsessiva. Sua boca esticada apenas para um lado me deu certeza de que estava afim de beijar, e assim fez. Sem pressa, acompanhei seu ritmo vagaroso e fervente, como se eu soubesse onde encontrar a paz do Paraíso e a adrenalina do Inferno. As mãos alheias me puxaram para mais perto e a destra dedilhou meu corpo até a nuca onde foi delicadamente carinhada.

Eu não sei mais o que fazer sem seu toque, sua voz, sua presença ardente e singela ao mesmo tempo. Não posso simplesmente imaginar como foi nossa vida juntos, mas esse presente é a prova de que deixamos muitas coisas para trás, incluindo um amor inacabado.

  — Parece que o novo cargo envolve troca de esperma. — TaeHyung não hesitou em pôr seu corpo em frente ao meu. — Como vai, casal?

  — Não temos mais assuntos a tratar, Mello. A não ser que...queira perecer de uma vez por todas.

  — Como não, Sun? Eu desisti de matar o seu humano, entretanto, o problema persiste agora que você voltou a ser um Arcanjo.

  — JooHeon sabe da sua perseguição sem fundamento?

  — Ele não precisa saber, Sun. É ridículo e deprimente assistir a você sacrificando tudo por uma simples criação falha de Deus.

  — Retire o que disse.

Antes que TaeHyung avançasse, o impedi. Achei que tivesse conseguido sozinho, porém Jungkook estava em frente ao Kim segurando-o com toda sua força.

  — Irei tirá-lo daqui e saber o que JooHeon acha disso. Não esqueça que pode cair novamente, Sun. — Jungkook alertou, soltando TaeHyung aos poucos e levando o tal Mello junto.

  — Volte para dentro, tranque tudo e espere por Yoongi. — Impedi novamente a ida do Kim e ele me olhou. — O que foi?

  — Você não é o monstro que querem que seja.

Coração Valente | kth & jhsWhere stories live. Discover now