Parte XV

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"Sou apenas mais um anjo caído sem alma e sem coração."

        Ponto de Vista
           Hoseok

Eu poderia simplesmente cavar uma cova na minha própria residência por culpa da maldita ansiedade.

Jimin não responde minhas ligações, não estava em casa e nem mesmo sua mãe sabia do chá de sumiço. Ela jurava que ele estava comigo, e para não preocupá-la ainda mais jurei ter esquecido de que ele estava com Jane fazendo compras antes da minha pessoa acordar.

Talvez tenha sido uma burrice. Poderíamos chamar a polícia e contar o que estava acontecendo, mas ao pensar no novo mundo que descobrir não ousaria estragar tudo com TaeHyung. Mesmo que não sejamos nada ele confia em mim.

Me sinto até mal por ter sido Grosso com o Kim.

  — Jimin, seu filho da puta! — Berrei quando a ligação finalmente foi atendida. — Onde você está, hein?

  — Numa festa com o Jin e o NamJoon. Por quê?

  — Tá de sacanagem comigo? — Retruco. Suspirei pesado pelo alívio de estar vivo, mas se o encontrar ele será uma puta morta. — Estou te procurando desde ontem e você está curtindo sem mim.

  — Estamos na cidade vizinha. NamJoon disse que você não queria vir.

  — Ele disse, é? — Mordi o lábio irritado, xingando os três. — Ontem foi meu aniversário , mas isso não te lembra nada. Me manda sua localização agora, sem resmungar.

  — Os meninos disseram que vão te esperar.

  — Acho bom mesmo. — Encerrei a ligação.

Peguei as chaves do carro e saí rua a fora. Infelizmente estava sem gasolina, só percebi após tantas tentativas.

Busquei algum dinheiro perdido no quarto e fui direto para o metrô. Jimin havia enviado sua localização e quanto mais olhava mais raiva senti. O Park teve a audácia de me trocar pelos novos amigos. Tudo bem que eram novatos, mas, ele é meu único amigo e já estão querendo roubá-lo de mim.

Tomei um choque de realidade quando cheguei a cidade. O clima estava gelado e estranhamente queria chover ou até nevar. Não fazia sentido, ao menos era inverno.

O táxi que peguei não avançou o beco da localização, então o paguei e segui a pé. Abracei meu próprio corpo sentindo o arrependimento de ter saído apenas com meu casaco. Minhas orelhas ficaram geladas e minhas mãos tremiam que doíam. Soprei o hálito quente nelas para amenizar e olhei atentamente para os moradores de rua daquele beco.

  — Com licença, sabe dizer onde fica o Tonight Bar? — Perguntei a mulher que passava. Era claramente uma moradora de rua.

  — Posso dizer exatamente onde é em troca do seu casaco. — A mulher me olhou torto por breves segundos. — Não vai chegar lá se não souber por mim.

  — É por uma boa causa. — Tirei o casaco e o entreguei a mesma que vestiu-se alegre. — Por favor, diga-me rápido.

  — Na quarta rua vire a direita e siga direto.

  — Tão fácil assim? — Perguntei incrédulo, mas havia feito o trato. E para ser sincero a mulher me causa arrepios. — Obrigado.

Continuei o caminho atravessando metade do beco quando ouvi um disparo de tiro vir de lá. Eu deveria simplesmente continuar, porém o frio passou a ficar insuportável e resolvi voltar. Não havia mais os moradores de rua no local da troca, apenas o corpo da mulher caído no chão.

Coração Valente | kth & jhsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora