Parte XIX

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"Nem todo mundo espera muito de você, tem gente que só espera você."

Pela primeira vez na vida desejei morrer por algo estúpido que fiz. Na minha cabeça era pior que o fim do mundo. Ser visto pelos pais fazendo sexo, pior, em público, era segunda coisa mais vergonhosa da terra.

  — Só vou fazer uma pergunta e quero que a resposta seja verídica. — Meu pai disse, seu semblante estava sério, algo difícil de se ver. — Já fez boquete no TaeHyung?

  — Bom, sim. — Eu sorri ao dizer.

  — San, não sabe que gravar as pessoas tendo relações sexuais é crime? Talvez eu deva apagar o vídeo... — O mais velho mexeu no celular, entregou-o de volta ao dono e sua atenção retornou para mim. — Eles são adultos, meu filho é assumidamente gay e você está sendo babaca.

  — Infelizmente preciso concordar, filho. Acaba de passar dos limites. — Senhora Choi sorriu amarelo. — Peço desculpas por isso, Hoseok.

  — Sempre soube que os Jung são esquisitos. — San deixou a casa após seu comentário inofensivo.

Mesmo que o clima tivesse ficado chato, nosso jantar prosseguiu tranquilamente. Senhora Choi não era tão ruim quanto pensei, era divertida até.

Acho que tenho um péssimo costume de desconfiar das pessoas.

  — TaeHyung vai dormir aqui, não é? — Meu pai questionou cheio de expectativas.

  — Se o Hoseok permitir, por mim tudo bem. — O Kim respondeu. Sua mão canhota apertou firme minha coxa, fazendo um carinho e apertando a carne. — Ele quem manda.

  — Me diga Tae, você se considera independente? — Senhora Choi perguntou desta vez.

TaeHyung mordeu o lábio apreensivo e me encarou. Eu assenti e ele sorriu.

  — Sim, sou muito independente. — Sua resposta arrancou risos da minha parte, ele é tão fofo.

Mais tarde Tae e eu subimos para o quarto com a permissão do meu pai, enquanto ele ocupou a sala com sua nova namorada. Eu estava admirando a voz de TaeHyung. Adentrando o quarto ele começou cantar e isso me hipnotizou de forma absurda. Apesar da voz grave, a melodia saia literalmente como um algodão suave.

  — Que tal sairmos um pouco? — Propõe o Kim. O encarei indignado por ele ter terminado a canção de Adele.

  — Tem algum lugar em mente? — Joguei os braços por cima do seus ombros, sorrindo e acariciando a nuca alheia.

  — Você está tão rebelde para aceitar fácil assim? — Indagou rindo.

É tão difícil me imaginar quebrando as regras?

  — Eu sou rebelde quando quero. — Disse convencido, mas ele assentiu fingindo acreditar. — Já puxei uma porta que dizia empurre. Eu sou muito rebelde.

A risada do Kim tornou-se contagiante, e eu estava amando aquilo. Não posso permitir apenas ele me fazer sorrir, então pretendo deixá-lo confortável.
Ele me ajuda e eu o recompenso.

Deixamos a casa ao avisar meu pai e adentramos o Jeep que tanto gosto.

Tive a leve impressão de que se TaeHyung não tocar alguma parte do meu corpo ele morre, pois mesmo dirigindo faz questão de segurar minha mão. Achei engraçado pensar nisso e sorri minimamente, mas aí lembrei que ele pode ler minha mente. Entretanto, TaeHyung não disse nada e nos levou para um Bar.

É, ele prometeu não ler a minha mente.

  — Você já me viu bêbado? — Ver as bebidas não trouxeram bons momentos, apenas constrangedores.

Coração Valente | kth & jhsWhere stories live. Discover now