Capítulo 12

123 10 6
                                    


Quando eles chegaram na casa de repouso onde Josephine estava, uma senhora que estava na recepção disse sorrindo feliz ao ver Amanda indo abraçar a menina:

- Srta. Evans! Que bom vê-la novamente... Sua irmã ficará feliz em ver você... Trouxe um amigo hoje?

- É... Um amigo em comum que encontrei hoje quando estava vindo Sra. Constance. - Amanda disse sorrindo tensa, evitando olhar para Reddington ao seu lado.

- Oh que maravilha, venham comigo então! - a senhora disse indo na frente deles e parando em um quarto no final do corredor depois de subirem a escada.

- Irmã? - Reddington perguntou chocado ao lado de Amanda enquanto subiam as escadas.

- Agora não... - ela disse disse segurando a mão dele rapidamente.

Quando eles foram deixados à sós pela senhora bondosa que saiu toda feliz, eles entraram no quarto e então, assim que Reddington fechou a porta ele perguntou novamente:

- Irmã? Quando você ia me contar?

- Conversa com ela primeiro? Depois eu te conto isso... - Amanda disse chateada indo falar com uma moça bem mais velha que ela em uma cadeira de rodas olhando para a janela. - Heeey... Voltei... E te trouxe uma surpresa, olha só quem veio te visitar... - Amanda falou e esticou a mão para que Reddington fosse até ela e quando ele o fez, a menina se levantou e foi para perto da porta, se encostando ao lado, apenas observando os dois.

Ele não disse muita coisa, mas tirou do bolso um daqueles bodes da montanha feito em vidro, o corpo todo em vidro marrom e os chifres em vidro bege, colocando o bibelô nas mãos dela.

- Então era você... - Amanda disse de onde estava com cara surpresa, olhando o bibelô na mão de Josephine e lágrimas escorreram.

Ele a olhou sem entender, fazendo a menina dizer com a voz embargada:

- Eu vinha aqui, desde que descobri nosso parentesco e ficava brincando com os bichinhos, montando histórias, para ela se animar um pouco... Mas um dia, quase deixei quebrar aquela girafinha ali - e ela apontou para uma girafa em cima da penteadeira, - e vi nos olhos dela que eram presentes de alguém especial, então eu parei de brincar com eles e levava ela para a janela, onde ficava inventando histórias com as pessoas que passavam na rua... - ela disse enxugando os olhos.

Ele a olhava sem saber o que dizer e então olhou para Josephine e disse segurando em suas mãos carinhosamente:

- Acabou. Está feito.

E como se fosse um obrigado, uma única lágrima escorreu pela lateral do olho direito de Josephine; fazendo Reddington sentir um nó na garganta, ao mesmo tempo que fazia Amanda sair do quarto, chorando de se acabar.

Uma vez no corredor, sozinha, Amanda se deixou escorregar pela parede e se agachar e chorar com vontade mas baixo.

Depois de uns minutos sozinha, ela percebeu a presença de alguém e ao olhar para cima, viu Reddington parado na frente de seus pés, olhando-a sério e então estendeu uma mão.

A menina tentou secar as lágrimas como conseguia e pegou a mão dele, que a puxou para si e abraçou a menina, carinhosamente e disse em seu ouvido:

- Vamos..

A menina respirou fundo, secando os olhos como conseguia com o dorso das mãos e assim que eles foram saindo, passando pela senhora da recepção, ela disse preocupada, oferecendo um lencinho de papel para a menina:

- Oh Amanda, está tudo bem?

- Está sim Sra. Constance... - a menina mentiu sorrindo bondosamente para a senhora. - É que estou voltando para os Estados Unidos e não sei quando vou poder ver minha irmã de novo...

- Oh querida... Não fique assim... Eu cuidarei dela! Pode ir tranquila! - ela disse passando uma mão pelo braço da menina para acalmá-la.

- Obrigada Sra. Constance... - Amanda disse e deu um abraço na senhora.

E com isso, ela saiu, com Reddington com um braço por cima de seus ombros.

Eles entraram no carro e Dembe os guiou para o hotel que Amanda havia ficado com Reddington a última vez que estiveram em Paris.

Eles então subiram no elevador do hotel e os dois entraram na suíte enquanto Dembe ia para o quarto ao lado.

Logo que a porta se fechou atrás de Reddington, ele alcançou Amanda à passos largos e segurando-a pelo pulso, virou a menina para ele, fazendo ela encarar ele nos olhos e ele disse firme:

- Gostaria de explicações, Amanda.

- Ai meu Deus... Tá bom... - ela disse desviando o olhar do dele, passando a mão no rosto e se soltando delicadamente dele, foi para a janela, observar a Torre Eiffel. - Eu nunca soube da existência de Josephine... E teria ficado assim, se não fosse meu amigo da polícia francesa.... - ela começou, Reddington ficou onde estava, olhando para as costas da menina, para sua tatuagem. - Quando ele me chamou para ajudar no caso, nem ele pensou nessa hipótese... Mas quando ele viu nós duas juntas, ele achou que éramos parecidas... E quando chegamos no hospital, ela precisava de uma transfusão de sangue e o sangue dela, estava em falta no banco de sangue do hospital e eu era a única que tinha o mesmo tipo sanguíneo dela. Sendo assim, eu doei para ela e meu amigo, ficou com mais uma pulga atrás da orelha...

"Quando eu saí do hospital, para comer alguma coisa, ele usou o poder de polícia que ele tinha e pediu um exame de DNA, para comparar os nossos sangues... E imagina a minha cara quando ele chegou e me mostrou que eu tinha alguns muitos alelos iguais ao dela, mostrando que nós éramos irmãs..." e Amanda se virou para encarar Reddington, encostando suas costas no vidro da janela.

- Então você... É filha... - ele começou incrédulo e chocado.

- Não. - ela disse firme e instantaneamente antes de ele terminar a frase. - Fizemos mais uns testes na Polícia Judicial Francesa e esses testes mostraram que nem Josephine é filha do traficante de armas... Nós somos filhas do mesmo pai e não sabemos quem é ele. - Amanda falou e deu uma risadinha debochada. - Mas tá bom assim... Não quero saber quem ele é... Pra mim, é o cara do Brasil, que é o único que eu tenho mais lembrança e mesmo assim, bem mais ou menos... - ela falou rindo meio debochada. - Ao contrário de muitas pessoas, não quero saber quem é meu pai de verdade, confesso que tenho medo de ele ser algum terrorista ou traficante....

- Mas ele pode ser um espião, você já pensou nisso? - Red disse indo para perto da menina.

- Já... E é uma possibilidade mais agradável... - ela disse dando uma risadinha. - Mas mesmo assim, não quero saber... Minha mãe pode ter errado em não ter me falado quem ele era de verdade, mas ele nem ao menos tentou entrar em contato depois que eu virei gente.... Então.... Não quero saber, estou bem como estou... - ela disse e se virou para a janela de novo.

- Sabe... Nunca me passou pela cabeça que você poderia ser irmã de Josephine... Vocês são muito diferentes... - Red disse parado ao lado de Amanda, encarando a janela.

- Que bom... - ela disse meio rindo irônica. - Ia ficar mal de saber que você se aproximou de mim só porque eu lembrava minha irmã...

- Não... Jamais, Mandy... Você é única e eu amo você por isso... - ele disse e se virou para ela, fazendo a menina fazer o mesmo. - Você é doce e amável mais até do que sua irmã já foi um dia.... E isso é único, algo que a genética não tem controle. - ele disse abraçando a menina.

- Criação, eu acho... Sei lá... - ela disse abraçada com ele. - Agora... Só me promete uma coisa? - ela se afastou um pouco dele mas segurando nos braços dele.

- Qualquer coisa... - ele disse calmo.

- Não conta pra ninguém, pode ser? Se Keen e Ressler descobrirem, eu serei presa de novo por duplo homicídio.... E você vai me odiar por ter matado sua filha... - ela disse brincando, sorrindo sem graça.

- Não vou falar nada meu anjo... Essa história morre aqui... - ele disse sorrindo abraçando mais ainda a menina.

- O que acontece em Paris, fica em Paris, certo? - ela disse sorrindo enquanto ouvia as batidas do coração dele acelerar.

- Sempre que quiser... - ele respondeu sorrindo e então, eles se olharam e se beijaram carinhosamente.

The Red Files - Season 4Onde histórias criam vida. Descubra agora