Cap. 12: Como ficou assim? Parte 5

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No capítulo anterior de Uma Tomboy em Nanba;

(S/N) - Isso que eu chamo de viver o inferno. Mas acho que tem muito mais caroço nesse angu, não é mesmo Noriko? - Perguntou ela com determinação em seus olhos.

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Pov; (S/N)

Samon - Ahn? "Caroço no angu"? - Perguntou ele.

"Putz grila, esqueci que estou no Japão, aqui eles não conhecem essa expressão... Espera um minuto, como eu esqueço que estou no Japão se eu não parei de falar em japonês des da hora que cheguei aqui?" - Me perguntava enquanto tentava processar os acontecimentos recentes em minha mente.

Mitsuru - Oi! Terra chamando (S/N), terra chamando (S/N)! Você está ai? - Perguntava ele enquanto abanava sua mão na minha frente de um lado para o outro.

- Ahn? Ah, desculpa, estava pensando em como explicaria para vocês, essa expressão. - Falo tentando disfarçar a minha lerdeza.

Mitsuru - Sem problemas. - Falou ele.

Samon - Explica para nós o que essa expressão significa. - Exigiu ele.

- Bom.. "Tem caroço nesse angu" é uma expressão popular brasileira que significa que tem algo de suspeito naquilo, que está escondendo algo ali. - Expliquei para eles.

Samon - Ah, agora entendi o que você quis dizer. - Falou ele.

Mitsuru - Agora tudo faz sentido. - Falou ele de forma brincalhona.

Noriko - Acho então que você está certa. - Falou ela.

- Sabia que tinha algo suspeito nessa história. Agora por favor continue a falar sobre seu passado. - Falei insistindo em saber o real motivo dela ter ajudado Enki.

Noriko - Tudo bem, vou prosseguir com a história. - Falou ela voltando sua atenção para o chão.

Pov; Noriko.

- Infelizmente o mundo não é tão bom quanto parece ser. Assim que fiz 9 anos minha mãe veio me visitar e infelizmente... Ela morreu no instante em que se aproximou de mim. Meu poder havia evoluído, agora não bastasse a pessoa olhar diretamente para mim para que ela morresse, se apenas eu sentisse seu fluxo de Ki, ela já estaria em risco de vida comigo. - Contei sobre como eu cheguei ao ápice do inferno quando criança.

- Meu pai, temendo o pior, ao invés de me ajudar a conter aquele poder, ele me exilou da cidade e me trancafiou em um antigo templo nas montanhas aos arredores da região onde morava. A cada seis meses um de seus servos me mandava bastante comida. Meu pai não queria me matar, mas também não queria me ter perto dele ou de qualquer outra pessoa no mundo. - Disse ao lembrar das horas solitárias que vivia naquele templo sem nem ao menos um animal como companhia.

(S/N) - O que o ser humano desconhece, ele teme. E o que ele teme, ele destrói. Infelizmente essa é a verdade deste mundo. - Falou ela ao me encarar.

- É uma pena eu ter provado isso ainda sendo uma criança. - Ao dizer aquilo, um ar tenso preencheu o lugar.

Mitsuru - Mas pelo que você disse, tudo se resolveu quando conheceu Enki, não é? - Perguntou ele querendo mudar o clima do lugar.

- Sim, isso realmente mudou, mas foi por um breve momento. - Falei par ele.

(S/N) - ?

- Eu tinha onze anos quando decidi me matar para por um fim naquele sofrimento que causava para todos, mas em um dia de chuva, Enki entrou no templo e me impediu de fazer tal ato. Ele disse que "alguém como eu, não deveria mais sofrer por causa de hipócritas como meu pai". - Dizia aquilo enquanto remoía meu passado.

- Enki cortou meu cabelo, para que eu me sentisse mais livre, e me apresentou Samon. - Disse enquanto encarava o mesmo.

Samon - Eu me lembro desse dia. Meu irmão foi caçar algo para comermos no jantar, mas veio uma forte chuva e, só no dia seguinte ele voltou, não trazia o tão esperado jantar, mas sim uma garota desconhecida para mim naquela época. - Completou ele.

Samon - Meus pais antes de eu nascer, se divorciaram, minha mãe voltou para sua terra natal, o Japão, enquanto meu pai e meu irmão estavam na China treinando para contribuir com o legado da família. - Explicou ele.

(S/N) - "Legado da família"? - Perguntou ela ainda mais curiosa.

Mitsuru - Você nunca tinha falando disso antes. - Falou ela com o rosto levemente triste.

Samon - Eu nunca achei relevante dizer isso, principalmente em um ambiente de trabalho. - Explicou ele.

(S/N) - Mas o que se trata esse "legado"? - Perguntou ela.

Samon - Bom, minha família por parte de pai vem de uma grande linhagem de guerreiros que manipulam o Ki, e as regras para isso são rígidas e rigorosas. Acho que foi até por isso que minha mãe se divorciou de meu pai, ela talvez não quisesse que eu participasse disso. Mas no fim das contas não adiantou de nada, meu pai conseguiu minha guarda, e então me mudei do Japão para a China poucos meses depois de nascer. - Explicou ele.

(S/N) - Qual é o problema de vocês terem pais problemáticos? Eu fui a única aqui que teve pais felizes e que sabiam conviver um com o outro, junto com seus filhos? - Perguntou incrédula.

Mitsuru - Não. Eu também tive pais legais, mas sou filho único. - Falou ele.

(S/N) - Obrigada, Mitsuru! Você alegrou meu dia. - Falou ela brincando.

Mitsuru - De nada?! - Falou ele um pouco confuso.

(S/N) - Mas Samon, se seu pai era de uma família importante, porque você e seu irmão tiveram que caçar um jantar? - Perguntava ela.

Samon - Meu pais propôs ao meu irmão e eu, que nós ficássemos por cinco anos nos cuidando sozinhos aos arredores da montanha, onde Noriko estava. - Falou ele.

(S/N) - ... Seu pai não bate bem das ideias, não é? - Perguntou ela com indiferença.

Samon - Pois é. - Falou ele com um rosto cansado.

(S/N) - Mas o quê aconteceu depois quê você conheceu o Samon? - Perguntou ela para mim.

- Fiquei até os quatorze anos junto com ele e Enki, e nesse período descobri como controlar meu poder. Fiz amizade finalmente com alguém que não fosse o Samon ou o Enki, e os ajudava a caçar os animais. - Falo
Eu de forma feliz.

(S/N) - ....... *suspiro* Nem tudo na vida são flores, não é mesmo, Noriko? - Perguntou para mim.

Eu apenas concordo com a cabeça.

- O vilarejo próximo de onde eu, Enki e Samon ficávamos, descobriu quem eu era e alertaram ao meu pai que eu tinha saido do templo. Alguns dias se passaram e, em uma noite ele veio e me sequestrou, Enki tentou me ajudar mas ele foi selado com talismãs poderosos. Fiquei dentro de uma montanha deixada para morrer, mas graças ao meu irmão que ficou determinado em me encontrar e finalmente me conhecer, pude sair daquele lugar. - Explico como foi meu passado antes de tentar ajudar Enki.

(S/N) - Mas como seu irmão sabia onde estava? - Perguntou ela.

- Nosso pai, antes de morrer disse a ele onde eu estava por isso Houdzuki me achou e me libertou. Sobre eu ter me mantido viva por tanto tempo, foi porque eu suguei o Ki de todos os seres vivos que se aproximavam de onde estava trancafiada. - Explico mais uma vez minha situação.

Samon - Mas Noriko-nee... Por quanto tempo você ficou pressa? E por que eu não acordei naquela noite para te salvar? Eu sei que antes de eu e meu irmão virmos para Nanba nós nos reencontramos de novo. - Falou ele.

- Sim.. Você não acordou por que te selaram com um talismã que fazia você adormecer... E sobre o tempo que eu fiquei lá... Bom, foram 10 anos em uma completa solidão. - Revelei para eles.

To be continued...

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Eu sei, que ela ainda não revelou como foi parar em Nanba, mas não se preocupe, logo ela revelará tudo.

Espero que tenham gostado desse capítulo e, até mais gente má.

Uma Tomboy em Nanba ( Mitsuru Hitokoe x reader)Where stories live. Discover now